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Eleanor Bone (Londres, 15 de Dezembro de 1910 - 21 de Setembro de 2001), conhecida sob o nome mágico Ártemis, foi uma influente wiccan inglesa. Considerada a Matriarca da Bruxaria Britânica, Eleanor deu um importante contributo para a intitulada "velha religião", impulsionando o renascimento da que hoje conhecemos por Bruxaria Moderna.
Eleanor Bone/Ártemis | |
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Nome completo | Eleanor "Rae" Bone |
Conhecido(a) por | Matriarca da Bruxaria Britânica / Uma das herdeiras dos bens de Gerald Gardner |
Nascimento | 1910 |
Morte | 2001 |
Ocupação | wiccan |
Eleanor Bone nasceu, no dia 15 de Dezembro de 1910[1], na cidade de Londres, no seio de uma família de classe média. Foi uma menina afortunada, no que diz respeito à sua formação, pois os pais, que eram professores, desde cedo, lhe proporcionaram uma vasta e variada educação. Durante a infância, a morte do seu animal de estimação levou Eleanor a acreditar na reencarnação, incitando-a a procurar mais conceitos agregadas a esse tema, desde o folclore à magia. Assim se anunciava o seu primeiro contacto com o Misticismo, o Esoterismo e, posteriormente, a Wicca.[2] Licenciou-se em enfermagem e, mais tarde, na cidade de Tooting, adquiriu um lar para idosos, do qual se tornou proprietária.[3]
Por ter de cumprir serviço militar durante a Segunda Guerra Mundial, Eleanor deslocou-se até Keswick, cidade situada em Cumbria, uma zona nortenha de Inglaterra. Aí, trocou amizade com um casal de bruxos hereditários que, em 1941, a iniciaram numa tradição oculta local (esse grupo pré-gardneriano realizavam os rituais vestidos, com cordões de diferentes cores à citura - que os diferenciavam, hierarquicamente, entre eles- e traziam colares de âmbar ao pescoço. Costumavam trabalhar no exterior - perto da Natureza -, dispondo circularmente várias velas brancas, vermelhas e azuis, dentro de lanternas. As suas ferramentas variavam entre a varinha, um cálice, um punhal de cabo preto e uma espada. [apontamentos de Doreen Valiente datados de 18 de Junho de 1964])[3]. Praticou os rituais com os seus iniciadores por mais quatro anos, altura em que - com o fim da guerra - Eleanor retornou à sua cidade natal.
Eleanor iniciou-se na Wicca por volta de 1960.[4] Com a década de 60 - e todas as transformações sócio-culturais a ela associadas - as publicações de livros e afins sobre Bruxaria cresceram exponencialmente. Aproveitando essa fase de despojo de tabus, Eleanor posou para fotógrafos, colaborou com autores e conversou com jornalistas e investigadores, em prol da aceitação da Wicca, como religião legítima, tal como o Cristianismo, o Budismo e o Hinduismo (etc.). Aliás, Eleanor Bone dedicou grande parte da sua vida a combater as propagandas sensacionalistas que queriam denegrir a tradição wiccan. O seu intuito não era massificar/banalizar a tradição, mas sim desenvolvê-la e projectá-la para ser encarada como uma religião inofensiva e dedicada à Natureza.
Entretanto, conheceu e amigou-se com Gerald Gardner, que a nomeou, mais tarde, Alta Sacerdotisa do seu conventículo Bricket Wood. Para além de Gardner, o seu círculo de amigos, no meio místico, abraçava Dafo, Jack Bracelin, Patricia Crowther, Doreen Valiente e Idries Shah, de quem ela muito admirava. Como Alta Sacerdotisa do seu próprio conventículo, Eleanor iniciou muitas pessoas na tradição wiccan, como por exemplo Prudence Jones, Vivianne e Chris Crowley e Madge Worthington, Arthur Edmonds[5], Kathy (Caitlen) e John Matthews. Por serem fortemente influenciados pela formação mágica que obteve em Cumbria, os seus rituais eram considerados diferentes das práticas gardnerianas, chegando a serem, muitas vezes, confundidos com cerimoniais satânicos.
Em 1972, Eleanor volta à província onde foi iniciada, Cúmbria, mais exactamente na pequena terra Alston, para assumir uma vida mais sossegada, longe do crescente culto que tanto ajudou a formar. No entanto, ainda que não fosse muito activa nas actividades wiccans, Eleanor jamais foi esquecida. Em 2001, convidaram-na para ingressar como membro honorário da Federação Pagã (porém a falta de harmonia entre Eleanor e alguns princípios da Aliança, levou-a a recusar, humildemente, o convite). Ainda nesse ano, aceitou dar uma entrevista a um jornal de Newcastle, onde narrou alguns episódios da sua vida e relatou as suas experiências mágicas ler excerto da entrevista (em francês)]. O artigo foi um sucesso e, a partir daí, Eleanor foi subitamente invadida por cartas de jovens curiosos a pedir mais informações sobre o assunto. Este acontecimento resultou numa inesquecível performance de Eleanor apresentada no festival anual Occulture, no Verão de 2001. Através de um telefonema em directo, a partir de casa, Eleanor Bone descreveu as origens da Bruxaria Moderna, alguns factos muito pouco conhecidos sobre o famoso conventículo de New Forest e muitas histórias e aventuras mirabolantes que viveu. Terminou o seu longo e emocionante discurso, demonstrando o grande orgulho que sentia ao ver o seu desejo realizado; ao aperceber-se que todo o esforço e empenho - (que outrora tinha tido) em conseguir um "patamar" digno à sua religião - não tinham sido em vão. Esta partilha de experiências valeu-lhe, no final, um comovente aplauso por parte do público que fez questão de praticá-lo em pé.
Muito pouco tempo depois dessa performance, em Agosto de 2001, Eleanor Bone pressentiu que pouco faltava para ser "chamada, de volta, para junto dos Antigos Deuses".[6] Isto alertou-a para que reunisse todo o seu material e algumas instruções para a publicação do seu livro biográfico. E assim como o previsto, a Matriarca da Bruxaria Britânica sucumbiu à saúde debilitada e morreu, no dia 21 de Setembro de 2001. Encontra-se sepultada ao lado do seu marido Bill, no cemitério de Garigill.
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