El Aiune-Saguia el Hamra
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El Aiune-Saguia el Hamra é uma das 12 regiões administrativas Marroquinas de primeiro nível, criada pela reforma administrativa de 2015.[1] A sua capital administrativa é a cidade de El Aiune.[2] Em 2014 tinha 367.758 habitantes distribuídos por 140.018 km².[3]
El Aiune-Saguia el Hamra
العيون - الساقية الحمراء | |
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Região | |
Laâyoune-Sakia El Hamra | |
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Localização | |
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País | Marrocos |
História | |
Fundação | 2015 |
Administração | |
Capital | El Aiune |
Características geográficas | |
Área total | 140 018 km² |
População total (2014) | 367 758 hab. |
Densidade | 2,6 hab./km² |
Outras informações | |
Províncias e prefeituras |
Nota: A maior parte da região pertence ao Saara Ocidental, um território onde a legitimidade da administração marroquina não é reconhecida por muitos países nem pela Organização das Nações Unidas.
Limites
Os limites da região são:
- Norte com a região de Guelmim-Oued Noun.[4]
- Sul com a região de Dakhla-Oued ed Dahab.[4]
- Leste com a Mauritânia.[4]
- Oeste com o Oceano Atlântico.[4]
Geografia
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Perspectiva
Relevo
A região apresenta uma grande área desértica, caracterizada pela presença de planaltos desérticos. O relevo é muito acidentado, apenas interrompido por algumas depressões, dunas e uma rede hidrográfica bastante pequena. A base geológica é formada por calcários e arenitos do Cretácico Superior.[4] A região tem uma fachada marítima que se estende por mais de 600 km.[4]
Hidrologia
A região não tem qualquer curso de água permanente; no entanto, há inundações periódicos de uádis como: o El Khat, o Assagh, Lakraâ, o El Faid e o Aoultitis. O mais importante uádi continua a ser o uádi Sakia el Hamra. A maioria destes aquíferos são de águas salobras, com graus de salinidade que variam entre 2 g/l a 9 g/l.[4]
A qualidade da água varia de um aquífero para outro. O aquífero Foum El Oued continua a ser a única fonte de água doce na região. Localizado perto da foz do uádi Sakia el Hamra, cobre uma área de 90 km². A sua água é utilizada na irrigação e fornece quase 40% das necessidades da cidade de El Aiune em água potável. O lençol freático profundo estende-se até à parte ocidental das províncias do Saara (Laâyoune, Bojador, Dakhla, etc.), numa área de cerca de 90.000 km².[4]
Dessalinização
Para satisfazer o consumo de água potável, a região possui três estações de dessalinização de água do mar, localizadas em El Aiune, Bojador e Tarfaya.[5]
Clima
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Perspectiva
O clima da região é saariano, frio no inverno, seco e muito quente no verão, marcado por escassez de precipitação e insolação permanente. Na faixa costeira, as temperaturas são moderadas, devido à proximidade do Oceano Atlântico. O resto do território torna-se cada vez mais árido à medida que avançamos para o interior. A 50 km da costa, o clima torna-se exclusivamente saariano. A precipitação é particularmente escassa. A média anual observada para a década decorrida é de cerca de 60 mm. A precipitação é aleatória, de natureza curta, violento e tempestuoso. As médias mensais e anuais não têm em conta a grande variabilidade no regime de chuvas: por exemplo, o máximo anual observado na região é de 115 mm na estação de Tarfaya, que também registou mínimo de 3 mm. A humidade relativa do ar é uma característica específica do clima costeiro. Permanece elevada (>70°) durante todo o ano, mesmo no verão, e é normalmente sentida a mais de 30 km de distância no interior do terreno. A precipitação média anual ao longo de 18 anos de observações é 67,5 mm.[4]
Temperatura
A variação da amplitude máxima térmica anual, mensal ou mesmo diária, aumenta com a continentalidade. Atinge mais de 23°C no árido Saara continental ao nível de Gueltat-Zemmour enquanto se mantém entre os 7° e os 12°C no Saara mais litoral a oeste. A média anual na orla costeira é de 20°C, mas chega aos 24°C em Boucraâ e 27°C em Gueltat-Zemmour.[4]
Fauna e flora
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Perspectiva
Fauna
A região é caracterizada pela presença de uma infinidade de zonas oceânicas húmidas e com um microclima específico tendo assim uma cobertura vegetal diversificada que oferece um biótopo e um ecossistema favorável ao desenvolvimento e reprodução da fauna selvagem muito variado. A fauna é constituída principalmente por aves migratórias. Mais de 70.000 espécies transitam por esta região em particular o flamingo rosa e as aves limícolas (cerca de 20.000 indivíduos por ano). Existem também cerca de 27 espécies de mamíferos, incluindo 2 listadas ao nível das espécies endémicas marroquinas. Apesar das condições climáticas desfavoráveis, a região apresenta uma cobertura vegetal mais ou menos importante, conferindo a esta área uma vocação pastoral.[4]
Flora
Onde existem depressões, encontramos a Acacia raddiana, a Rhus Triaprtium e plantas da família Tamarix. Quanto às formações florestais, são composto em grande parte por vegetação lenhosa e herbácea, proporcionando assim rotas importantes para os criadores. A área da propriedade florestal está estimada em aproximadamente 79.090 hectares segundo as estatísticas.[4]
O domínio florestal regional, embora diversificado, é muito vulnerável a uma combinação fatores, incluindo condições meteorológicas severas, pressão humana, incêndios, pastoreio excessivo e abate de árvores.[4]
Organização Administrativa
Administrativamente a região está dividida em 4 províncias, 5 municípios e 15 comunas.[6]
Províncias
As províncias da região, administradas por Marrocos são:
- Os municípios e comunas da província de El Aiune.
- Os municípios e comunas da província de Smara.
- Os municípios e comunas da província de Bojador.
- Os municípios e comunas da província de Tarfaya.
- Os círculos e municípios da região de El Aiune-Saguia el Hamra.
- Os municípios e comunas da região de El Aiune-Saguia el Hamra.
Demografia
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Perspectiva
A distribuição da população por província mostra o domínio da província de El Aiune que concentra 65% da população da região, seguida pela província de Semara com 18% da população, Bojador com 14% e Tarfaya com 3%.[9]
Crescimento demográfico
O crescimento demográfico da região ao longo dos anos é a seguinte:
2014[10] | 2004[10] |
---|---|
367 758 | 316 578 |
Dados demográficos e sociais
Crescimento demográfico anual
O crescimento demográfico anual da região entre os censos de 2004 e 2014 foi de 1,51%.[11]
Urbanização
A população urbana em 2014 constituía 93% do total da população.[12]
Educação e Escolaridade
Em 2014 a taxa de analfabetismo da região era de 20,3%.[11] Por sexos a taxa de analfabetismo nas mulheres era de 27,7% e nos homens era de 13,6%.[11] No mesmo ano o numero de crianças dos 7 aos 12 anos que frequentavam a escola, era de 98,4%.[11]
Saúde
Em 2014 a região disponha de quatro hospitais (dois na cidade de Bojador e um nas cidades de El Aiune e Smara), 19 centros de saúde urbanos e 20 centros de saúde rurais.[13] O número total de camas era de 501, ou seja 1 cama para 734 habitantes.[13]
Emprego e pobreza
Em 2012 a população ativa da região era de 42,9%.[14] A taxa de desemprego no mesmo ano era de 15,3%.[14] A taxa de pobreza em 2007 era de 4,9%.[14]
Economia
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Perspectiva
Em termos nacionais, a região é responsável por 1,5% da riqueza nacional marroquina, apesar de só ter 1,09% da população Marroquina.[15] A economia assenta essencialmente no sector das pescas. Outras ativos da região são os depósitos de fosfato, o turismo, a energia eólica e solar, etc.[16]
PIB regional
O PIB regional em 2013 era de 13.862 milhões de dirrãs (Dh), o que corresponde a 34.167 Dh per capita.[15] O total nacional em 2013, era de 901.366 milhões de dirrãs, o que corresponde a 27.356 Dh per capita.[15]
Em 2013, o setor primário era responsável por 10% da riqueza, o secundário era responsável por 34% e o terciário por 56%.[15]
Setores econômicos
Agricultura
A atividade agrícola na região é difícil, devido as duras condições climatéricas, por um lado, e por outro a falta de recursos hídricos e terras férteis.[15] Neste contexto a pastorícia assome uma grande importância. A superfície agrícola útil está estimada em 19.053 ha, dos quais 102 ha constituem áreas irrigadas.[15] As culturas estão focadas principalmente na produção de forragens (alfafa) e alguma horticultura comercial.[15]
Pecuária
Os camelos são a espécie predominante na região, no entanto devido as numerosas secas e ao fenómeno da sedentarização, os rebanhos estão a diminuir.[15] Outros animais criados na região são cabras, ovelhas, bovinos e aves.[15]
Pesca
A pesca representa um dos setores mais importantes da economia regional. O desenvolvimento deste sector assenta em dois pilares: em primeiro lugar, os recursos abundantes de peixe, nas costas atlânticas do Saara, e por outro lado as infraestruturas existentes: os portos de Laayoune Plage (El Marsa), Bojador e Tarfaya.[15] Em termos da captura de peixe, o porto de Laayoune Plage é responsável por 98% do captura regional e 30% da captura Marroquina. O porto de Tarfaya e Bojador representam apenas 0,5% e 1% das capturas regionais.[15] Nos últimos anos as autoridades têm procurado desenvolver pequenas aldeias piscatórias como: Tarouma, Lakraâ e Acti Elghazi, entre outros.[15]
Industria
A região contribui com 2% das exportações industriais Marroquinas.[15] O polo industrial de El Marsa esta focado na transformação dos produtos da pesca na região, nomeadamente conservas e congelamento de peixe (principalmente de sardinha), farinhas de peixe, produção de óleo, etc.[15]
Mineração
Os principais minerais extraídos na região são os fosfatos, o sal e a areia.[15] A jazida de Boukraâ é responsável por 26% da produção Marroquina de fosfato.[15] Relativamente a areia, esta é recolhida em pedreiras perto do porto de El Aiune e enviada para as ilhas Canárias.[15]
Turismo
A região constitui um ponto de encontro entre o mar e o deserto. Goza de uma paisagem rica de oásis (o oásis Lemsid é o principal), de sebkhas (lagos salgados de Tah, Tazgh) e de dunas de areia. Possui também sítios de interesse ecológico, nomeadamente: a lagoa de Naila (classificada como sitio Ramsar). A nível histórico podemos citar a fortaleza de “Casamar” e o museu de “Saint Exupéry” na cidade de Tarfaya e o o farol espanhol em Bojador.[15]
Artesanato
O artesanato está ligado em grande parte à criação de animais. O couro e as peles dos camelos, cabras, ovelhas, antílopes e gazelas servem para fazer bolsas, caixinhas de rapé, baldes de água, almofadas, cabaças, estojos.[15] Também servem para o fabrico de roupas: Haïk, Derraate, para a tecelagem de tapetes e tendas nómadas.[15] Na metalurgia temos o fabrico de colares, pulseiras, pendentes, bandejas de cobre e outros elementos decorativo.[15] Temos também a incrustação de metais e ossos em madeira, para confecção de colares, amuletos, armas, instrumentos musicais, etc.[15]
Transportes
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Perspectiva
Rede rodoviária
A região de El Aiune-Saguia el Hamra situa-se numa zona desértica. A sua rede rodoviária é escassa em comparação com as outras regiões de Marrocos. Esta região é atravessada por três estradas nacionais: RN 1; RN 5 e RN 14, que ligam os centros regionais mais dinâmicos a outros centros Marroquinos. A estrada nacional n.º 1, percorre a região de Norte a Sul, constituindo a principal artéria da rede rodoviária regional. A nível provincial existem três estradas provinciais (a RP N°110, a RPN°1400 e a RP N°1402).[17]A rede de estradas nacionais que atravessa a região medem 897 km, dos quais 857 são pavimentados.[17]
Rede aeroportuária
A região possui dois aeroportos localizados em El Aiune e Smara. Em 2012 passaram pelo aeroporto de El Aiune 101.617 passageiros, servindo destinos como Agadir, Casablanca, Dakhla, Gran Canaria e Rabat.[17] O aeroporto de Smara é um pequeno aeroporto com baixo número de viajantes.[17]
Rede portuária
A rede portuária da região é composta por dois portos principais, o porto de El Marsa e o porto de Tarfaya. O ponto de embarque de Bojador esta a ser transformado num porto. O porto de El Marsa, localizado a 25 km de El Aiune, continua a ser o único porto polivalente do região. Construído em 1987, assegura a maior parte do comércio da região. Este porto é responsável por 5% do tráfego de mercadorias (exportação de fosfato) e 30% do pescado de Marrocos.[17] O resto do estruturas portuárias, incluindo as das aldeias piscatórias, apenas fornecem o embarque da frota pesqueira, sofrendo algumas delas com o fenómeno de assoreamento, incluindo em particular o porto de Tarfaya.[17]
Referências
- «Nouveau découpage territorial du Royaume | Portail national des collectivités territoriales». pnct.ma. Consultado em 5 de novembro de 2022
- Direction Générale des Collectivités Locales, Ministère de l’Intérieur du Royaume du Moroc (2015). «Monographie Generale - La Région de Laâyoune-Sakia el Hamra» (PDF). www.knowledge-uclga.org. Consultado em 5 de novembro de 2022
- Direction Générale des Collectivités Locales, Ministère de l’Intérieur du Royaume du Moroc (2015). «MONOGRAPHIE GENERALE-La Région de Laâyoune-Sakia el Hamra-2015» (PDF). https://www.regions-maroc.ma/. Consultado em 26 de novembro de 2024
- Direction Générale des Collectivités Locales, Ministère de l’Intérieur du Royaume du Moroc (2015). «MONOGRAPHIE GENERALE-La Région de Laâyoune-Sakia el Hamra-2015» (PDF). https://www.regions-maroc.ma/. Consultado em 26 de novembro de 2024
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- «Região de Laayoune-Sakia El Hamra - Marrocos.Info». 10 de setembro de 2019. Consultado em 5 de novembro de 2022
- «SIREDD Laâyoune-Sakia El Hamra». siredd.environnement.gov.ma. Consultado em 16 de janeiro de 2025
- Direction Générale des Collectivités Locales, Ministère de l’Intérieur du Royaume du Moroc (2015). «MONOGRAPHIE GENERALE-La Région de Laâyoune-Sakia el Hamra-2015» (PDF). https://www.regions-maroc.ma/. Consultado em 26 de novembro de 2024
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Ligações externas
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