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Díctis de Creta (Dictys Cretensis, Δίκτυς ὁ Κρής) foi um companheiro de Idomeneu no ataque contra Troia, cujo diário sobre a guerra teria sobrevivido até a época romana.[1] No entanto, essa circunstância é ficcional. Díctis de Creta é personagem narrador do romance antigo romano em latim intitulado Ephemeris belli Troiani (IV d.C.), de autoria anônima.[2] Seu tradutor teria sido um romano chamado Lúcio Septímio, segundo informação contida na epístola que prefacia o texto narrativo. Não, porém, como atestar sua identidade ou biografia. O texto em latim apresenta-se como tradução de um original grego, conhecido hoje apenas fragmentariamente.[3]
A narração de Díctis compreende, no texto em latim, a Guerra de Troia desde as circunstâncias do rapto de Helena realizado pelo príncipe troiano Páris até o retorno dos heróis (nostos) e morte de Ulisses.
A narrativa de Ephemeris belli Troiani mistura mitologia, romance e história para criar um relato da Guerra de Troia que concorre com a poesia de Homero no tocante à autoridade.[4] O texto, ao lado de De excidio Troiae historia, atribuído a Dares Frígio, logrou êxito a ponto de se tornar, a partir da Antiguidade tardia, fonte para diferentes obras. Sua influência é nomeada no Roman de Troie, de Benoît de Sainte-Maure, a partir do qual Díctis e Dares figuraram como verdadeiros historiadores quando, na verdade, são personagens de ficção.[5]
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