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teoria filosófica Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Determinismo (do latim determinare, 'limitar", através do francês déterminisme, que inclui a acepção escolástica de doutrina que subordina a vontade humana à providência divina e nega, portanto, o livre-arbítrio [1]) é uma tese filosófica geral segundo a qual, para tudo o que acontece, há condições tais que, dadas essas condições, nada mais poderia acontecer. As diversas versões dessa tese se baseiam em várias supostas conexões e interdependências entre coisas e eventos, afirmando que elas se mantêm sem exceção.[2] Portanto, é a visão de que todos os eventos, especialmente os eventos futuros, são claramente determinados por condições prévias. A contratese (indeterminismo) é de que há certos eventos que não são claramente determinados por condições prévias, ou seja, são indeterminados.
Na filosofia natural, o determinismo geral é quase sempre apoiado por duas suposições: primeiro, que todos os processos naturais são determinados por leis naturais e, segundo, que as equações de movimento fornecem uma solução inequívoca quando valores exatos são inseridos e, portanto, determinam os resultados. É discutível se essas suposições são universalmente verdadeiras. Se os eventos do mundo são, de qualquer forma, fixos, isso parece criar uma contradição para a existência do livre-arbítrio. A existência dessa contradição é tão controversa quanto as respectivas consequências.
Não existe um conceito padronizado de determinismo, mas sim diferentes variantes. De acordo com a categorização clássica de William James, as visões filosóficas podem ser divididas em determinismo rígido e flexível.[3] Paul Edwards distingue também cinco categorias de determinismo: ético, lógico, teológico, físico e psicológico.[2]
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Os críticos do determinismo reivindicam a não-causalidade para justificar o livre-arbítrio e a livre escolha,[4] geralmente atribuindo aos deterministas um mecanicismo ou fatalismo tal como no pré-determinismo e no pós-determinismo citados acima.[5] O que acima de tudo diferencia os deterministas, quaisquer que sejam, de seus críticos é a afirmação destes últimos de que a alma, a vontade, o desejo e a escolha existem num universo à parte, separado do universo causal.
Para os críticos do determinismo, só essa posição dominante e exterior da alma pode explicar a liberdade. No entanto, há quem considere que essa crítica não leva em conta o terceiro exemplo de determinismo (co-determinismo), que reconhece modos de causalidade que engendram vários níveis de realidade (por exemplo, molecular, biológico, psíquico, social, planetário...), cada qual com uma consistência que lhe dá autonomia, jamais cessando, porém, de interagir com os outros níveis.
Filósofos tais como Nicolai Hartmann, Deleuze, Espinoza e Nietzsche não veem contradição alguma entre determinismo radical e liberdade. Para Deleuze, liberdade não é livre escolha nem livre-arbítrio, mas sim criação. Somos livres porque somos imanentes ao mundo determinista, mundo onde não existe nada que seja singularmente determinado e que não seja, ao mesmo tempo, singularmente determinante. Se supuséssemos que somos exteriores ao mundo determinista, cai-se num determinismo inerte passadista (pré-determinismo), onde, segundo ele, só nos resta a liberdade empobrecida chamada livre-arbítrio e livre escolha, que é pré-determinismo porque toda escolha e arbítrio se dá entre duas ou mais entidades dadas, isto é, já determinadas, já criadas.[6][7]
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