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De Aetatibus Mundi Imagines (denominado em português Livro das Idades) é um caderno de desenhos literário e pictórico. O autor e ilustrador do manuscrito foi Francisco de Holanda (1517-1584).
Livro das Idades | |
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De Aetatibus Mundi Imagines | |
Frontispício. O autor o explica: "A primeira pagina é o título do livro com seu animalejo que em português chamamos Louva Ds, com a letra de baixo diz louva a Ds em tudo [in omnibvs]. O livro se chama Das Idades porque contém todas as idades do mundo."[1] | |
Linha temporal | 1545-1573 |
Lançamento | 1573 |
Francisco de Holanda iniciou esta obra na cidade de Évora em 1545 e a finalizou em Lisboa durante 1573. É um manuscrito de 189 páginas. Contém 152 imagens de temas bíblicos, com composições altamente inovadoras, algumas desenhadas e pintadas com diversas cores em aquarela, outras em sépia.[1] Há pincel, caneta, lápis preto, tinta marrom, guache e cores douradas, sobre papel vergé bege.[3]
Havia 3 códices, e o terceiro sobreviveu.[4]
A última pintura ao final do livro, a imagem CLXXIII, denominada "Esqueletos do Amor e de Vênus", é descrita por Francisco de Holanda como sendo "a figura em que se torna o amor profano e sua mãe Vênus".[2][1] Uma cena inédita sem igual, são identificados com letras gregas Afrodite e Eros em um ambiente tumular, aparecendo de forma inusitada como figuras esqueléticas: um contraste da morte em relação ao amor e à vida, podendo ter conotações de memento mori ou de paródia, em que os deuses pagãos e a sensualidade humana profana a que sugerem são passageiros. É um exemplar de maneirismo, glorificando o amor divino segundo a retomada dos ideias cristãos, bem como neoplatônicos.[5][2] Sylvie Deswarte-Rosa considera que o Angelus Dominis a ela anterior faz-lhe uma confrontação como representante do Amor Divino.[2]
Revela-se também o caráter de um humanista, em que são citados trechos de poemas latinos de Virgílio, Propércio e Ovídio. A frase Ubi sunt tua tella ("Cupido, conde estão tuas flechas?") remete a um emblema de Alciato, em Liber Emblematum, em que Anteros, considerado aqui no humanismo renascentista como o Amor da Virtude, sai vitorioso sobre Eros.[2] As outras são:[1]
"Nunc seio quid sit amor." —(Virgílio, Bucólicas, 6,43) |
"Agora sei o que é o amor." |
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