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artesanato e manifestação da cultura popular em Cuiabá, Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Cerâmica de São Gonçalo Beira Rio é uma manifestação ou expressão da cultura popular de Mato Grosso e da tradição brasileira que compreende a criação de uma variedade de peças de cerâmica produzidas por artesãs e artesãos do bairro São Gonçalo do Beira Rio, em Cuiabá (Mato Grosso).[1]
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A cerâmica de São Gonçalo Beira Rio é compreendida como manifestação da identidade do grupo populacional que a pratica[2] e vem sendo documentada pelo menos desde o século XVIII.[3]
O repertório mais tradicional de produtos artesanais de São Gonçalo Beira Rio é composto por objetos e peças que guardam forte entrelaçamento do modo de vida dos ceramistas com seu contexto ambiental e cultural, dentre eles estão moringas, ânforas, potes, talhas, vasos, travessas-peixe, travessas-folha, os casais dançando rasqueado, as canoas de pescar, as galinhas d’angola e as codorninhas.[1]
A Associação de Artesãos de São Gonçalo Beira Rio é responsável por preservar essa cultura de trabalho cerâmico.[1] A associação concentra a maior parte dos artesãos e sua loja, criada em 2007, é o principal ponto de escoamento da produção e um importante ponto para dar visibilidade ao trabalho das artesãs.[1]
O bairro São Gonçalo Beira Rio, antigamente chamado de São Gonçalo Velho, era um ponto central de circulação de mercadorias de Cuiabá e está localizado à margem esquerda do rio Cuiabá, entre os córregos São Gonçalo e Lavrinha e próximo à barra do rio Coxipó.[4]
Em São Gonçalo Beira Rio, a arte milenar da cerâmica foi desenvolvida no local pelos índios Coxiponés, que viviam na região.[5] Alguns autores defendem que a cerâmica de São Gonçalo Beira Rio está ligada à cultura dos indígenas bororos.[2]
Sobre a importância do bairro para a cidade e para a cultura mato grossense o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro disse em 2022: "É no São Gonçalo Beira Rio que nasceu o grupo Flor Ribeirinha, é onde temos as melhores peixarias de Cuiabá, onde temos as mais belas ceramistas, ícones da nossa cultura e da nossa arte, onde estão os nossos pescadores representantes das nossas origens, foi aqui onde tudo começou."[6]
Em 2017, foi realizada a mostra 'Cerâmica de São Gonçalo Beira Rio' pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP) na Sala do Artista Popular (SAP) do Museu de Folclore Edison Carneiro, no Rio de Janeiro.[7] A mostra deu origem ao catálogo[8] que contou com pesquisa e texto de Elizete Ignácio dos Santos e fotografias de José Medeiros.[1]
Em 2020, ocorreu a exposição "São Gonçalo De geração em geração" no Centro Cultural da Comunidade São Gonçalo Beira Rio, em Cuiabá.[9] Para a exposição, as peças foram produzidas pelas ceramistas Julia Rodrigues da Conceição, Cleide Rodrigues, Cirley Rodrigues, Juracy Marcelina da Conceição e Ademir Rodrigues da Conceição. Os artistas são irmãos, e nasceram na comunidade de São Gonçalo Beira Rio. Eles herdaram da mãe, Maria Leite Moraes da Conceição, o talento de criar objetos com argila.[10]
As principais peças produzidas são:[1]
O ofício de artesão do barro já foi o objeto de alguns estudos selecionados por Ingrid Santos em 2019:[2]
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