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O Cemitério São Francisco de Assis é um cemitério localizado em Florianópolis, no bairro Itacorubi, sendo por isso também popularmente conhecido como Cemitério do Itacorubi. É o maior cemitério de Santa Catarina, tendo mais de 90 mil m² e cerca de 18 mil sepulturas.[1][2]
Foi aberto em 1915 na então localidade das Três Pontes, após décadas de pedidos por um cemitério mais afastado do Centro de Florianópolis, onde ficava o então cemitério público na região do atual Parque da Luz. Os mortos deste cemitério foram transferidos para lá devido à construção da Ponte Hercílio Luz entre 1923 e 1926, com o cemitério no Itacorubi sendo oficialmente inaugurado e se tornando a principal necrópole da cidade em 17 de novembro de 1925.[3][4]
Até a década de 1920, o Morro do Vieira, no oeste do atual Centro de Florianópolis, era o local do Cemitério Público local. Criado pela lei em 22 de abril de 1840 em um local onde já eram enterrados pessoas escravizadas, indigentes e animais, foi aberto às pressas no dia 1º de junho do ano seguinte devido a uma epidemia na cidade. Até então, os enterros eram, geralmente, nas igrejas ou perto delas, e o novo cemitério também era uma forma de secularizar os ritos fúnebres.[3][5]
Conforme a cidade foi crescendo, cresceu também um incômodo com a presença do cemitério em uma parte tão visível da cidade, bem na entrada para quem chegava pela Baía Norte. Em 1887, o presidente de Santa Catarina Augusto Fausto de Souza reclamou não apenas disso, mas também da possível contaminação das águas da cidade pelo necrochorume e do cheiro levado pelo vento. Em 1888, surge a primeira lei buscando um terreno para um novo cemitério, mas as reclamações feitas por políticos e populares sobre o cemitério no Morro do Vieira seguiram pelas décadas seguintes.[3]
Uma nova lei é feita em 1912 para comprar um terreno adequado para o novo cemitério público, com algumas diretrizes de instalação como o encerramento do cemitério antigo. O terreno é encontrado no atual bairro Itacorubi, chamado na época de Três Pontes, tendo dezessete mil metros quadrados iniciais - na atualidade, tem mais de noventa.[3]
Em 1915, o cemitério nas Três Pontes abre, mas sem cumprir as diretrizes. A população preferia realizar os sepultamentos no cemitério antigo, que era mais próximo de suas casas. Apenas em 1923, quando as obras de construção da Ponte Hercílio Luz exigem a retirada, começam os trabalhos de transferência dos mortos do Centro para outros cemitérios, principalmente para a nova necrópole nas Três Pontes. Haviam cerca de trinta mil restos mortais, e nem todos puderam ser identificados. Em 1926, quando a ponte foi aberta, o cemitério antigo já não existia mais. O local é atualmente ocupado pelo Parque da Luz.[3][5][6]
Com mais de 90 mil metros quadrados e cerca de 18 mil sepulturas, o Cemitério São Francisco de Assis é o maior de Florianópolis e de Santa Catarina. Existem ainda alas especiais dentro do Cemitério São Francisco de Assis, como o cemitério da Comunidade Alemã de Florianópolis, que é voltado a imigrantes alemães e descendentes, e um setor voltado a muçulmanos.[2]
Em 1997, foi anunciado o esgotamento do espaço do cemitério. Soluções paliativas foram feitas nas décadas seguintes, com pequenas expansões e verificação de jazigos abandonados, mas na atualidade praticamente não há mais espaços definitivos para abrigar novos sepultamentos.[7]
A Autarquia de Melhoramentos da Capital (Comcap) é a administradora do cemitério.[8]
Como o principal cemitério da capital catarinense, é natural que tenham sido sepultados no Cemitério São Francisco de Assis diversas personalidades da cidade e do estado. Em 1925, o "primeiro sepultado" foi o próprio projetista do cemitério, Waldemar Viegas.[2]
Entre outros políticos, estão ali ex-governadores catarinenses como Vidal Ramos, Jorge Lacerda, Celso Ramos e Aderbal Ramos da Silva[9][2], além de diversos ex-prefeitos florianopolitanos; também o fundador da Universidade Federal de Santa Catarina Henrique Fontes, a ex-deputada Antonieta de Barros[10], e personalidades culturais como Franklin Cascaes, Aldírio Simões, Dascuia, Nega Tide e Zininho.[2][11][12] No dia 12 de abril de 1980, o cemitério recebeu a maior parte dos mortos na tragédia com o voo 303 da Transbrasil. Foram 43 sepultamentos, incluindo as irmãs Rosemary e Jane Koerich.[2] As irmãs e também Vida Machado, falecida ainda criança, costumam ser alvo de devoção de visitantes.[7]
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