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Casa de Orleães e Bragança

dinastia brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre

Casa de Orleães e Bragança
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A Casa de Orleães e Bragança é uma dinastia estabelecida em 1909, a partir de um acordo familiar que reconheceu os descendentes do Conde d’Eu e da Princesa Isabel como pertencentes a um ramo colateral a Casa de Orleães, a qual compõem a Casa Real da França.[1]

Factos rápidos Origem, Atual soberano ...
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Após o casamento da Princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, com o príncipe francês Gastão de Orléans, Conde d'Eu, seus filhos se tornariam membros do ramo brasileiro da Casa de Bragança, à qual pertencera a família imperial brasileira. Embora o Conde d’Eu pertencesse a Casa de Orleães pelo seu nascimento, seus descendentes não poderiam pertencer a essa casa, devido a renúncia feita pelo Conde d’Eu quando se casou com a Princesa Isabel, em 1864. Tal decisão só seria revertida em 1909, após um acordo de família.[2]

Os Orleães e Bragança nunca reinaram no Brasil, pois a monarquia foi derrubada durante o reinado de D. Pedro II, pai da Princesa Isabel, que pertencia ao ramo brasileiro da Casa de Bragança. Desde então, seus descendentes se dividem em três ramos, o Ramo de Petrópolis, o Ramo de Vassouras, e por fim o de Saxe-Coburgo e Bragança, descendente de sua segunda filha, a Princesa Leopoldina.

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História

Resumir
Perspectiva

Antecedentes

Os dois filhos homens de D. Pedro II morreram na infância. Assim, a Princesa Isabel tornou-se a herdeira de seu pai e, recebeu o título de Princesa Imperial do Brasil.[3]

Desde o início dos anos 1860 a principal preocupação do imperador era encontrar maridos adequados para suas filhas. Seguindo o conselho de sua irmã, Francisca, o imperador finalmente escolheu dois netos do rei Luís Filipe I de França, o príncipe Gastão de Orleães, Conde d'Eu e o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe.

Os dois pretendentes chegaram juntos ao Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1864, e as duas princesas foram livres para escolher seus maridos. De início, Gastão se casaria com a princesa Princesa Leopoldina e Augusto com Isabel, mas após tê-los conhecido melhor, o imperador D. Pedro II resolveu inverter os pares.[4] Gastão foi imediatamente promovido a marechal do Exército Imperial Brasileiro e Luís Augusto a almirante da Armada Imperial Brasileira.

O casamento de Isabel e Gastão foi celebrado em 15 de outubro de 1864.[5] Ao concordar em se tornar cidadão brasileiro e fixar residência no Brasil, Gastão, príncipe francês por nascimento, renuncia aos seus direitos dinásticos franceses.

Em 1875, nasce Pedro, o primeiro filho do casal.[6]

Queda da monarquia

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A família imperial no exílio, 1914.

Em 1889, o Império do Brasil sofre um golpe, o qual depôs D. Pedro II em 15 de novembro de 1889, e proclama a república no Brasil.

A família é exilada e banida do Brasil, e a constituição brasileira de 1891 destitui a todos os títulos nobiliárquicos, ordens honoríficas e distinções anteriormente válidas no país.[7]

Fundacão

Após a renúncia de Pedro, em 1908, ele e seus descendentes não teriam acesso algum a títulos e nem pertencimento a Casa Imperial do Brasil. Assim, o Conde d’Eu, teria procurado rever seus direitos dinásticos, perdidos quando de seu casamento com a Princesa Isabel em 1864, garantir-lhe o status principesco para que os descendentes de seu filho mais velho, pudessem continuar a se casar com dinastas de outras casas reais.

Essa proposta era provocado, especialmente, pelo desejo do Conde d'Eu em deixar, entre seus filhos, uma descendência principesca puramente francesa. Como Pedro havia renunciado a casa imperial brasileira, ele seria o jogo perfeito para seguir esse desejo de seu pai.

Em 24 de abril de 1909, foi feito uma declaração, a qual foi assinada por todos os membros mais velhos da Casa de Orléans. Esse acordo, que ficou conhecido como Acordo Familiar, reconhecia o Conde d'Eu e seus descendentes como pertencente a uma casa distinta da Casa Real da França, e a criação do título de Príncipes e Princesas de Orléans e Bragança.[8] Assim, Pedro manteve-se como príncipe, garantindo que tanto ele quanto seus descendentes se casassem com membros de casas reais sem ter o casamento considerado morganático e os descendentes do Conde d’Eu estariam na linha de sucessão francesa.[9] Prova do cumprimento do acordo por parte da família Orléans foi o fato da aceitação, em 1931, do casamento da filha mais velha de Pedro, Isabel, com o Conde de Paris.[10]

Questão dinástica

Após a renúncia de Pedro, seu irmão, Luís, se tornado o herdeiro. Entretanto, ele falece pouco tempo depois, em 1920, após contrair reumatismo ósseo nas trincheiras durante a Primeira Guerra Mundial. Sua mãe, D. Isabel, então chefe da casa imperial, morreu no ano seguinte, em 1921, legando a chefia da casa ao seu neto, Pedro Henrique, filho de Luís, então com apenas doze anos de idade. Este era apoiado pelo avô, o Conde d'Eu, e pelo próprio Pedro, que dava total apoio ao sobrinho, e encaminhava questões monárquicas a ele.

A jovialidade de Pedro Henrique e a falência de dois dos principais membros da casa imperial criaram a oportunidade para algumas pessoas questionarem a validade do documento de renúncia de Pedro. Porém, anos mais tarde, ele declara:

Corre por aí pretender eu reaver os direitos de sucessão eventual ao trono do Brasil, com prejuízo de D. Pedro Henrique, meu sobrinho, renegando minha renúncia de 1908. A minha renúncia, em 1908, é válida, embora muitos monarquistas (...) entendessem que, politicamente e pelas leis brasileiras que vigoravam em 1889, ela deve ser ratificada pelas Câmaras no caso de ser restaurada a monarquia. Aliás, na minha família nunca haverá dissensões ou disputas por causa do poder imperial.[11]

O Conde d'Eu viria a falecer em 1822, e até o falecimento em 1940, Pedro honrou a renúncia. Entretanto, foi após sua morte, que a chamada questão dinástica brasileira ganhou força. Ela foi iniciada principalmente por Pedro Gastão, filho de Pedro, que nunca aceitou a renúncia do pai em favor do tio. Porém, quando da morte de Pedro, seu sobrinho Pedro Henrique já tinha mais de trinta anos de idade e vinte anos de chefia da casa imperial, posição consolidada e que dificilmente seria questionada pelos partidários de Pedro Gastão.

A partir de 1981, com a morte de Pedro Henrique e a ascensão de seu primogênito, Luís, à chefia de suas pretensões, é que novamente foram feitas reivindicações por parte de Pedro Gastão. A partir de então, as contestações ganharam corpo, principalmente devido ao destaque social conferido a Pedro Gastão e seus filhos, a maioria casada com membros de outras casas reais, e à reclusão dos filhos de Pedro Henrique, cuja maioria renunciou a seus direitos dinásticos. Dessa divisão surgiu o chamado Ramo de Petrópolis, formado pelos descendentes de Pedro, e o Ramo de Vassouras, formado pelos descendentes de Pedro Henrique.

À época do plebiscito de 1993, pelo qual se consultaria a forma e sistema de governo que a população preferia, a questão dinástica foi novamente levantada. Disputas ocorreram para decidir quem seria o candidato do movimento monarquista, se Luís, filho de Pedro Henrique, ou Pedro Gastão, o que acabou por dividir e enfraquecer a causa monárquica. De fato, Pedro Gastão era o que recebia mais destaque na propaganda eleitoral gratuita, onde Luís sequer tinha espaço. Após a morte de Pedro Gastão, porém, a questão dinástica encerrada, quando seu filho Pedro Carlos se declarou republicano em jornal.[12]

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Genealogia

Ramo de Vassouras

O ramo de Vassouras é formado pelos descendentes do segundo filhos da princesa Isabel:

Ramo de Petrópolis

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Ver também

Notas

      1. Ele abandonou as pretensões de seu pai e se declarou republicano. «La familia real brasileña defiende los nuevos ideales»

      Referências

      1. «The 1909 "Pacte de Famille" of the House of Orléans». www.heraldica.org. Consultado em 21 de janeiro de 2024
      2. Ph. de Montjouvent, Le Comte de Paris et sa descendance, pp. 432-35.
      3. Longo 2008, pp. 87, 88
      4. Pausini 2017, p. 443.
      5. Simões, Cleomenes (2010). «Os Partos da Princesa Isabel» (PDF). Allprint. Consultado em 15 de maio de 2020
      6. Brasil (1891). «Constituição brasileira de 1891». Presidência da República (Brasil). art. 72. Consultado em 26 de setembro de 2020
      7. «The 1909 "Pacte de Famille" of the House of Orléans». www.heraldica.org. Consultado em 5 de maio de 2025
      8. Sainty, Guy Stair. "House of Bourbon: Branch of Orléans-Braganza". Chivalric Orders. Archived from the original on 2008-10-25. Retrieved 2009-01-07.
      9. A Princesa Imperial Viúva, Minha Mãe (1990). Le Temps de ma Mère. Rio de Janeiro: ... p. 39, 40, 41
      10. DIÁRIO DE SÃO PAULO. 22 abr. 1938. Apud: SANTOS, Armando Alexandre dos. op. cit., 1988, p. 79
      11. Bernardo Gutiérrez, "La familia real brasileña defiende los nuevos ideales", Príncipes Republicanos (09/01/2008)
      12. Bodstein, Astrid (2006). The Imperial Family of Brazil. Royalty Digest Quarterly
      13. Gutiérrez, Bernardo La familia real brasileña defiende los nuevos ideales, Príncipes Republicanos (09/01/2008)
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      Bibliografia

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