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Carcinoma de células escamosas da pele

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Carcinoma de células escamosas da pele
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Carcinoma espinocelular ou carcinoma de células escamosas é um dos principais tipos de cancro da pele, a par do carcinoma basocelular e do melanoma.[10] Geralmente apresenta-se na forma de um nódulo duro na pele com superfície escamosa, embora possa também formar uma úlcera.[1] A doença desenvolve-se ao longo de meses.[4] O carcinoma espinocelular tem maior probabilidade de se espalhar para outras partes do corpo do que o carcinoma basocelular.[11]

Factos rápidos Classificação e recursos externos ...
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O maior fator de risco é uma elevada exposição à radiação ultravioleta emitida pelo Sol.[2] Entre outros fatores de risco estão cicatrizes na pele, feridas crónicas, ceratose actínica, pele clara, doença de Bowen, exposição ao arsénico, radioterapia, imunodeficiência, antecedentes de carcinoma basocelular e infeção por vírus do papiloma humano.[2][12] O risco decorrente de radiação UV está relacionado com a exposição total, e não com a exposição inicial.[13] As camas de bronzeamento estão-se a tornar uma fonte comum de radiação UV.[13] O cancro espinocelular tem origem nas células escamosas da pele.[14] O diagnóstico baseia-se geralmente num exame da pele e pode ser confirmado com uma biópsia.[2][3]

A diminuição da exposição a radiação UV e a utilização de protetor solar aparentam ser métodos eficazes para prevenir o cancro espinocelular da pele.[5][6] O tratamento mais comum é a remoção cirúrgica.[2] Quando o cancro é pequeno, a remoção pode ser feita com uma simples excisão. Noutros casos, está recomendada a cirurgia de Mohs.[2] Entre outras opções de tratamento estão a criocirurgia e a radioterapia.[7] Nos casos em que há metástases, podem ser usadas quimioterapia ou biofármacos.[7]

Em qualquer momento de 2015, cerca de 2,2 milhões de pessoas tinham um carcinoma espinocelular.[8] Cerca de 20% de todos os casos de cancro da pele são carcinomas espinocelulares.[15] Cerca de 12% dos homens e 7% das mulheres nos Estados Unidos desenvolvem carcinoma espinocelular em determinado momento da vida.[2] Embora o prognóstico seja geralmente bom, quando ocorrem metástases a taxa de sobrevivência a cinco anos é de cerca de 34%.[4][5] Em 2015, a doença foi a causa de 51 900 mortes em todo o mundo.[9] A idade mais comum de diagnóstico são os 66 anos.[4] As pessoas cujo tratamento foi bem sucedido apresentam um risco acrescido de vir a desenvolver novos episódios.[2]

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Sinais e sintomas

O CCE geralmente começa como uma crosta vermelha e escamosa ou como um nódulo firme vermelho ou como uma úlcera elevada. Geralmente é áspero e forma uma crosta que pode coçar e sangrar quando raspado. Cresce lentamente e pode se tornar doloroso.[16]

Causas

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Representam 90% dos cânceres de cabeça e pescoço, inclusive de boca e faringe.[17]

A exposição freqüente à luz do sol direta e forte, sem a protetor solar adequada é o principal fator de risco para os cânceres de pele. É o segundo tipo de câncer de pele mais comum, perdendo apenas para o carcinoma de células basais.

O vírus do papiloma humano (HPV) está associado ao CCE na boca, faringe, pulmão, dedos e região anogenital.[18]

Fatores de risco

Os fatores de risco são similares aos de outros cânceres de pele[16]:

  • Exposição prolongada aos raios ultravioletas do sol;
  • Camas e lâmpadas de bronzeamento;
  • Exposição a longo prazo a cancerígenos como arsênico;
  • Infecção por HPV;
  • Imunodeficiência;
  • Exposto à radiação ionizante;
  • Histórico familiar de câncer de pele;
  • Mais de 50 anos;
  • Pele clara, especialmente loiros de olhos claros.
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Diagnóstico

É diagnosticado por uma biópsia de pele, com incisão ou excisão, pois raspado não é sensível nem específico. Se completamente extraído e não se percebem linfonodos com metástase pode estar tratado antes mesmo do diagnóstico.[16]

Histologia

O carcinoma de células escamosas surge da multiplicação descontrolada de células do epitélio e podem conter queratina e redes de filamentos ou desmossomos. Existem 6 sub-tipos: Adenoide, basaloide, células claras, células espinosas, células em anel de sinete e pleomórfico.

Tratamento

O carcinoma de células escamosas inicialmente pode ser removido completamente com uma pequena cirurgia, com anestesia local, que pode ser feito em um consultório médico ou clínica hospitalar. A cirurgia micrográfica de Mohrs é eficiente em 94% dos casos. Quando aparece na pele inicialmente pode ser tratado com um creme ou gel de 5-fluorouracil (5-FU) ou imiquimod, assim como outros carcinomas superficiais não-melanomas. Casos avançados, por outro lado, precisam de tratamento com radioterapia e quimioterapia.[19]

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Epidemiologia

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Mortes por câncer de pele, ajustadas pela idade, por cada 100,000 de habitantes em 2004.[20]
  sem dados
  menos de 0.7
  0.7–1.4
  1.4–2.1
  2.1–2.8
  2.8–3.5
  3.5–4.2
  4.2–4.9
  4.9–5.6
  5.6–6.3
  6.3–7
  7–7.7
  mais de 7.7

O câncer de pele é o câncer mais comum do Brasil (cerca de 25% de todos os cânceres) e o carcinoma de células escamosas representa 20% dos cânceres de pele. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para o ano de 2006, 116.640 novos casos de câncer da pele não-melanoma. Em Santa Catarina a incidência de carcinoma de células escamosas da pele foi de 51 por cada 100.000 habitantes no ano 2000, de 71,16 por cada 100.000 em 2003 e de 94,39 por cada 100.000 em 2006, indicando um rápido aumento similar a tendência mundial. Não houve predomínio de gênero. A face foi o local de acometimento mais frequente.[21]

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Referências

  1. Gandhi, SA; Kampp, J (novembro de 2015). «Skin Cancer Epidemiology, Detection, and Management.». The Medical clinics of North America. 99 (6): 1323–35. PMID 26476255
  2. «Skin Cancer Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 21 de junho de 2017. Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 4 de julho de 2017
  3. Ferri, Fred F. (2016). Ferri's Clinical Advisor 2017 E-Book: 5 Books in 1 (em inglês). [S.l.]: Elsevier Health Sciences. p. 1199. ISBN 9780323448383. Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 29 de agosto de 2017
  4. World Cancer Report 2014. [S.l.]: World Health Organization. 2014. pp. Chapter 5.14. ISBN 9283204298
  5. Jou, PC; Feldman, RJ; Tomecki, KJ (junho de 2012). «UV protection and sunscreens: what to tell patients.». Cleveland Clinic journal of medicine. 79 (6): 427–36. PMID 22660875. doi:10.3949/ccjm.79a.11110
  6. «Skin Cancer Treatment». National Cancer Institute (em inglês). 21 de junho de 2017. Consultado em 2 de julho de 2017. Cópia arquivada em 4 de julho de 2017
  7. «Skin Cancer Treatment (PDQ®)». NCI. 25 de outubro de 2013. Consultado em 30 de junho de 2014. Cópia arquivada em 5 de julho de 2014
  8. Cakir, BÖ; Adamson, P; Cingi, C (novembro de 2012). «Epidemiology and economic burden of nonmelanoma skin cancer.». Facial plastic surgery clinics of North America. 20 (4): 419–22. PMID 23084294. doi:10.1016/j.fsc.2012.07.004
  9. Opel, Sophia (2016). Textbook of Plastic and Reconstructive Surgery 1 ed. [S.l.]: UCL Press. 65 páginas. ISBN 9781910634394
  10. Gallagher, RP; Lee, TK; Bajdik, CD; Borugian, M (2010). «Ultraviolet radiation.». Chronic diseases in Canada. 29 Suppl 1: 51–68. PMID 21199599
  11. «NCI Dictionary of Cancer Terms». National Cancer Institute. Consultado em 9 de novembro de 2016. Cópia arquivada em 9 de novembro de 2016
  12. Stratigos, A; Garbe, C; Lebbe, C; Malvehy, J; del Marmol, V; Pehamberger, H; Peris, K; Becker, JC; Zalaudek, I; Saiag, P; Middleton, MR; Bastholt, L; Testori, A; Grob, JJ; European Dermatology Forum, (EDF).; European Association of Dermato-Oncology, (EADO).; European Organization for Research and Treatment of Cancer, (EORTC). (setembro de 2015). «Diagnosis and treatment of invasive squamous cell carcinoma of the skin: European consensus-based interdisciplinary guideline.». European Journal of Cancer. 51 (14): 1989–2007. PMID 26219687
  13. Yu Y, Yang A, Hu S, Yan H (June 2009). "Correlation of HPV-16/18 infection of human papillomavirus with lung squamous cell carcinomas in Western China". Oncol. Rep. 21 (6): 1627–32. doi:10.3892/or_00000397
  14. «WHO Disease and injury country estimates». World Health Organization. 2009. Consultado em 11 de novembro de 2009
  15. Daniel Holthausen Nunes, Liliane Back, Ramon Vieira e Silva e Vitor de Sousa Medeiros. Incidência do carcinoma de células escamosas da pele na cidade de Tubarão (SC) – Brasil nos anos de 2000, 2003 e 2006. Anais Brasileiros de Dermatologia 2009;84(5):482-8. http://www.scielo.br/pdf/abd/v84n5/v84n05a06.pdf
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