Cândido, ou O Otimismo

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Cândido, ou O Otimismo

Candide, ou l'Optimisme é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo. A novela já foi traduzida em centenas de línguas e, em português, seu título costuma ser Cândido ou O Otimismo ou simplesmente Cândido.[5] Foi realizado, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terremoto de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, "Monsieur le docteur Ralph", literalmente, "Senhor Doutor Ralph". Narra a história de um jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."

Factos rápidos
Cândido
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Frontispício da primeira edição de 1759, publicada em Paris, onde se lê "Cândido, ou O Otimismo, traduzido do alemão do Senhor Doutor Ralph".[1][2]
Autor(es) Voltaire
Idioma Francês
País França
Gênero Conto filosófico; sátira; novela picaresca; Bildungsroman
Ilustrador Jean-Michel Moreau le Jeune
Lançamento Janeiro de 1759[3][4]
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Cândido é caracterizada pelo tom otimista, mas com os diversos acontecimentos, Cândido ficou mais pessimista em relação ao mundo, bem como pelo enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco com uma história semelhante à de um bildungsroman mais sério, parodia diversos clichés do romance e da aventura, as lutas das quais são caricaturadas em um tom que é, mordazmente, matéria de fato. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já citado terremoto de Lisboa de 1755.[6] O problema do mal, tema comum aos filósofos da época, é exposto também neste conto, de forma mais direta e ironicamente: o autor ridiculariza a religião, os teólogos, os governos, o exército, as filosofias e os filósofos por meio de alegorias; de maneira mais conspícua, chega a roubar Leibniz e seu otimismo.[7][8]

Conforme esperado por Voltaire, Cândido desfrutou de grande sucesso e causou grande escândalo. Imediatamente após a sua publicação secreta, o livro foi amplamente proibido por conter blasfêmia religiosa, sedição política e hostilidade intelectual escondidos sob um fino véu de ingenuidade.[7] Graças a sua inteligência afiada e a seu retrato profundo da condição humana, influenciou diversos autores, notavelmente o 1984 (1948) de Orwell, o Admirável Mundo Novo (1932) de Huxley e a reflexão sobre pessimismo e otimismo em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891) de Machado de Assis. Também inspirou artistas como Leonard Bernstein, que compôs música para a opereta homônima de 1956, com libretto original de Lillian Hellman e, mais recentemente, de Hugh Wheeler.[9]

Além de para ópera, o romance de Voltaire foi adaptado para as telas pelo cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi, no filme Candinho — apresentando, no entanto, uma mensagem oposta à de Voltaire, com o sambista Adoniran Barbosa no papel do Prof. Pancrácio (uma versão brasileira de Pangloss, no filme). Na televisão brasileira tanto o conto Cândido quanto o filme de Mazzaroppi foram inspiração para a construção do enredo da telenovela Êta Mundo Bom! (2016) de Walcyr Carrasco.[10][11] Nos dias de hoje, Cândido é reconhecido como a magnum opus de Voltaire,[7] e considerado parte do Cânone Ocidental.

Personagens

  • Cândido, o protagonista
  • Cunegundes , esposa de Cândido
  • Dr. Pangloss, mestre de Cândido
  • Cacambo, criado de Cândido
  • Martinho, companheiro de viagem de Cândido
  • Paquette, criada da família de Cunegundes
  • O Barão, irmão de Cunegundes
  • A Velha, criada de Cunegundes
  • Jacques o Anabatista, benfeitor de Cândido
  • Frei Giroflée, frade a quem Paquette servia

Resumo da trama

Resumir
Perspectiva

Cândido é um jovem que vive no castelo do barão de Thunder-ten-Tronckh localizado na Vestfália. Seu mestre é Pangloss, filósofo que ensina a "metafísico-teólogo-cosmolonigologia" e que professava, como Leibniz, que vivemos no melhor dos mundos possíveis. Cândido é expulso desse melhor dos mundos possíveis como resultado de um beijo proibido trocado com Cunegundes, filha do barão, sua prima. Cândido então descobre o mundo, e vai de decepção em decepção pelos caminhos de uma longa jornada de iniciação.

Recrutado à força pelas tropas búlgaras, testemunha o massacre da guerra. Foge e é recolhido pelo anabatista Jacques. Reencontra Pangloss, envelhecido e vitimado pela sífilis, que o informa da suposta morte de Cunegundes, estuprada por soldados búlgaros. Embarcam com Jacques para Lisboa. Após uma tempestade em que Jacques morre afogado, chegam a Lisboa no dia do terremoto e são vítimas de um auto de fé em que Pangloss é aparentemente enforcado. Cândido reencontra Cunegundes, amante de um grande inquisidor e um judeu rico: dom Issachar. É levado a matar os dois homens e foge com Cunegundes e sua velha criada para Cádis, na Espanha.

Ele embarca com seu criado Cacambo, Cunegundes e a velha criada para o Paraguai. Forçado a abandonar Cunegundes em Buenos Aires, foge com Cacambo para o Paraguai. Eles encontram o irmão de Cunegundes, que Cândido transpassa com uma golpe de espada, escapam, evitam ser comidos pelos selvagens Orelhões e descobrem a terra do Eldorado. Ali estão felizes, mas preferem partir, levando consigo cem carneiros carregados de víveres e tesouros para reencontrar Cunegundes.

Enviando Cacambo para resgatar Cunegundes, Cândido é roubado por um mercador e um juiz, trava conhecimento com Martin, desgostoso com a vida e retorna à Europa com ele. Eles chegaram em Bordéus antes de passarem por Paris ("um caos, uma aglomeração onde todos buscam o prazer e onde quase ninguém o encontra"), onde Cândido adoece mas se recupera, se deixa roubar por um abade e escapa do calabouço oferecendo ao esbirro três diamantes. Cândido e Martin, em seguida, rumam à Inglaterra de navio, onde sequer desembarcam após assistirem à execução de um oficial britânico. Resolvem ir a Veneza, onde procuram em vão Cacambo e Cunegundes. Ali encontram Paquette, a criada do barão Thunder-ten-tronckh, e seu amante, o monge Giroflée, visitam um ricaço desiludido e travam conhecimento com seis reis destronados.

Em seguida partem para Constantinopla a fim de libertarem Cunegundes, que perdeu os encantos e virou escrava do rei deposto Ragotski, e resgatarem o criado Cacambo. Na galera, entre os galés, encontram Pangloss, tendo sobrevivido ao enforcamento, e o irmão de Cunegundes, que escapou do golpe de espada, os quais Cândido liberta pagando um resgate. Em Constantinopla, ele resgata Cunegundes, feia e rabugenta, a desposa contra a vontade de seu irmão que ele é obrigado a banir, instala-se em uma fazenda, é roubado por mercadores, acolhe Paquette e Giroflée e acaba cultivando seu jardim.

— Todos os acontecimentos — dizia às vezes Pangloss a Cândido — estão devidamente encadeados no melhor dos mundos possíveis; pois, afinal, se não tivesses sido expulso de um lindo castelo, a pontapés no traseiro, por amor da senhorita Cunegundes, se a Inquisição não te houvesse apanhado, se não tivesses percorrido a América a pé, se não tivesses mergulhado a espada no barão, se não tivesses perdido todos os teus carneiros da boa terra do Eldorado, não estarias aqui agora comendo doce de cidra e pistache. — Tudo isso está muito bem dito — respondeu Cândido, — mas devemos cultivar nosso jardim.

Ver também

Referências

  1. Wootton (2000), p. 1
  2. Aldridge (1975), pp. 251–254
  3. Davidson (2005), pp. 52–53
  4. Williams (1997), pp. 1–3
  5. Milliet, 1972, p.149.
  6. Mason (1992), p. 10
  7. Davidson (2005), p. 54
  8. Aldridge (1975), p. 260
  9. Leister (1985), p. 120
  10. «Mazzaropi inspira nova trama da Rede Globo». revistagloborural.globo.com/. Consultado em 21 de janeiro de 2016

Bibliografia

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