Annona mucosa Jacq.[2], popularmente conhecida como biribazeiro,[3] biribá-comum,[4] araticum ponhé[4] ou biribá-das antilhas[4] é uma árvore originária do ocidente da Amazônia e da Mata Atlântica pluvial (do Rio de Janeiro a Pernambuco), que se desenvolve bem em zonas com temperaturas médias de 20 a 24 °C, com precipitação anual de 1.500mm, em solos férteis, bem drenados.

Factos rápidos Estado de conservação, Classificação científica ...
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Sinônimos

A espécie Annona mucosa possui 18 sinônimos reconhecidos atualmente.[5]

  • Annona biflora Sessé & Moc.
  • Rollinia mucosa Jacq.
  • Annona muscosa Aubl.
  • Annona obtusiflora Tussac
  • Annona obtusifolia DC.
  • Annona pteropetala Ruiz & Pav. ex R.E.Fr.
  • Annona reticulata Sieber ex A.DC.
  • Annona squamosa Vell.
  • Rollinia biflora Ruiz & Pavon ex G. Don
  • Rollinia curvipetala R.E. Fr.
  • Rollinia deliciosa Saff.
  • Rollinia jimenezii Saff.
  • Rollinia neglecta R.E. Fr.
  • Rollinia orthopetala A.DC.
  • Rollinia permensis Standl.
  • Rollinia pterocarpa G. Don
  • Rollinia pulchrinervia A.DC.
  • Rollinia sieberi A.DC.

Características

A árvore atinge entre seis e dezoito metros de altura, ramificando-se desde a base, culminando numa copa estendida. As folhas têm entre 12 a 15 centímetros de comprimento.

As flores são hermafroditas, solitárias ou aos pares, com três sépalas e seis pétalas, cor verde-claro e odor característico, e se formam entre julho e setembro.

O fruto é um sincarpo cônico ou globoso com epicarpo grosso de cor verde, que muda para amarelo quando madura. A polpa é branca e abundante, de sabor doce. Pesa de 300 a 1.300 gramas, atingindo de 10 a 14 cm de comprimento e 6 a 16 de diâmetro, amadurece de Novembro a Maio. Contém numerosas sementes.

Sua polpa apresenta alta atividade antioxidante e conteúdo fenólico, o que tem sido associado à prevenção de doenças de estresse oxidativo. Além disso, o seu processamento também contribui para a fabricação de óleos, nozes e alimentos prontos para consumo.

Propriedades nutricionais

Em suas propriedades nutricionais, o biribá apresenta um alto teor de diversos micronutrientes como cobre, magnésio , vitamina C, manganês, ferro e zinco. Sua polpa apresenta alta atividade antioxidante e conteúdo fenólico, o que tem sido associado a prevenção de doenças que causam estresse oxidativo. Ainda na polpa,  o seu alto teor de ácido linoleico e alfa-linoleico e sua relação ômega-3/ ômega-6  (em torno de 1,36) evidencia um excelente perfil lipídico. Ademais, os principais ácidos graxos encontrados são o linoléico, alfa-linolênico e palmítico.

O biribá é um fruto rico em compostos bioativos, entre eles o ácido ferúlico (presente em maior quantidade), seguido pelo ácido p-cumárico. Outros compostos que merecem destaque são a acetogenina annonaceae, alcaloides e lignanas, os quais estão associados a melhora do perfil lipídico do organismo, proporcionando a diminuição do colesterol LDL o qual é maléfico para o organismo.

Ademais, as propriedades do biribá vêm sendo utilizadas amplamente para o combate do câncer, graças às anonáceas acetogeninas que podem causar a morte de células tumorais por diferentes mecanismos como a inibição do complexo mitocondrial I, bloqueando a fosforilação oxidativa e diminuindo a produção de ATP dessas células.

Finalmente, as sementes do biribá são uma fonte promissora para obtenção de óleo que por possuir uma alta concentração de ácido oleico, torna-se uma excelente matéria-prima para produção de cosméticos e biodiesel. Também, sua elevada proporção de ácidos gordos insaturados desperta grande interesse para a indústria de tintas.

Ecologia

Planta decídua, heliófita, secundária, produtora de grande quantidade de sementes. Habita a mata de terra firme na Amazônia Ocidental.

A árvore é muito cultivda em pomares domésticos, principalmente na Amazônia e no Nordeste do país. Começa a produzir aos quatro anos de idade. O cultivar liso é o mais comum no Baixo Amazonas, mas há "Prolific", desenvolvido na Flórida.

Quadro- Informações botânicas do biribá

Nome científico Rollinia mucosa (Jacq.) Baillón.
Nome popular biribá, beribá, biriba-do-pará, pinha, jaca-de-pobre, biribá-de-pernambuco, fruta da condessa (Brasil), anona (Peru).
Origem e dispersão É originária do extremo ocidental da Bacia Amazônica. Está distribuída até o nordeste brasileiro, nas Antilhas e outras partes do Caribe.
Clima e solo Desenvolve-se bem em zonas com temperatura média de 24 ºC até 26 ºC e precipitação pluvial superior a 1.500 mm/ano. Prefere solos férteis, bem drenados, profundos, de textura média e com bom conteúdo de matéria orgânica.
Propagação Propagada por sementes, com germinação entre 20 e 30 dias e 60% a 80% de poder germinativo. Também pode ser multiplicada por enxertia.
Frutos -Com espículas: frutos que apresentam saliências carnudas na casca, denominadas “espículas” ou espinhos.

-Liso: frutos do tipo liso apresentam casca desprovida de saliências carnudas. Permitem melhor conservação e transporte, em comparação com os do tipo com espículas.

Utilização É consumido in natura mas pode ser utilizado para suco, quando fresco, ou para vinho, quando fermentado.

Referências

  1. Verspagen, N. & Erkens, R.H.J. (2020). Annona mucosa (em inglês). IUCN 2020. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2020. Página visitada em 30 de abril de 2021..
  2. SiBBr. «Annona mucosa : Araticum». ala-bie.sibbr.gov.br (em inglês). Consultado em 30 de março de 2021
  3. Julio Seabra Inglez Souza; Aristeu Mendes Peixoto; Francisco Ferraz de Toledo (1995). Enciclopédia agrícola brasileira: A-B. EdUSP. p. 205. ISBN 978-85-314-0129-9.
  4. «Rollinia mucosa» (em inglês). The Plant List. 2010. Consultado em 30 de abril de 2017

Bibliografia

Ligações externas

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