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Berthe Marie Pauline Morisot (francês: [mɔʁizo]; (Bourges, Cher, 14 de janeiro de 1841 – Paris, 2 de março de 1895) foi uma pintora impressionista francesa. Foi descrita por Gustave Geffroy, em 1894 como "uma das grandes damas do impressionismo", junto de Marie Bracquemond, Eva Gonzalès e Mary Cassatt.[1]
Berthe Morisot | |
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Nascimento | Berthe Marie Pauline Morisot 14 de janeiro de 1841 Bourges, França |
Morte | 2 de março de 1895 (54 anos) Paris, França |
Sepultamento | Cemitério de Passy |
Nacionalidade | Francesa |
Cidadania | França |
Progenitores |
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Cônjuge | Eugène Manet |
Filho(a)(s) | Julie Manet |
Irmão(ã)(s) | Edma Morisot, Yves Elisabeth Morisot |
Ocupação | pintora, desenhista, gravadora, litógrafa, artista |
Obras destacadas | The Port at Lorient, The Cradle, The Psyche mirror, Eugène Manet on Isle of Wight |
Movimento estético | Impressionismo |
Causa da morte | gripe |
Assinatura | |
Expôs seus trabalhos, pela primeira vez, no prestigiado Salão de Paris, em 1864, patrocinado pela Academia de Belas-Artes de Paris. Os seus trabalhos foram selecionados para as exposições seguintes, juntamente com os de Paul Cézanne, Edgar Degas, Claude Monet, Camille Pissarro, Pierre-Auguste Renoir e Alfred Sisley.
Foi casada com Eugène Manet, irmão de seu amigo e colega pintor Édouard Manet.
Berthe nasceu em Bourges, no seio de uma influente família. Seu pai, Edmé Tiburce Morisot, era o administrador da região de Cher e formado em arquitetura pela École des Beaux-Arts.[2] Sua mãe era Marie-Joséphine-Cornélie Thomas, sobrinha-neta de Jean-Honoré Fragonard, um dos mais prolíficos pintores do Rococó. Berthe tinha duas irmãs, Yves (1838–1893) e Edma (1839–1921), e um irmão mais novo, Tiburce, nascido em 1848. A família mudou-se para Paris em 1852, quando Berthe ainda era criança.[3]
Era prática comum das famílias bourgeois em educar as filhas nas artes, então Berthe e suas irmãs tiveram aulas particulares com Geoffroy-Alphonse Chocarne e Joseph Guichard. Inicialmente, elas começaram a produzir desenhos de parentes, como quando desenhou seu pai em seu aniversário.[2]
Em 1857 Guichard, que tinha uma escola para meninas na Rue des Moulins, apresentou Berthe e Edma ao Museu do Louvre, onde elas aprenderam a observar as obras dos grandes mestres e em 1858 aprenderam a copiar os quadros. Por volta dessa época, elas também conheceram o trabalho de Paul Gavarni.[4] Mais tarde, Guichard se tornaria o diretor da École des Beaux-Arts, onde seu pai estudou.[2]
Como estudantes de arte, as irmãs trabalharam muito próximas, até Edma se casar com Adolphe Pontillon, um oficial naval e se mudara para Cherbourg, onde teve filhos, assumiu a vida do lar e tinha pouco tempo disponível para pintar. Cartas entre as duas irmãs mostram o carinho que tinham uma pela outra, porém Berthe comumente se queixava da distância entre as duas e do afastamento de Edma das artes. Edma sempre apoiou o trabalho da irmã e tentou manter contato e proximidade entre as famílias o máximo que pode. Edma assim escreveu:
“ | Tenho sempre você em meus pensamentos, querida Berthe. Estar em seu estúdio e de poder escapar, nem que por meros 15 minutos, respirar a atmosfera que dividimos por tantos anos.[5][6] | ” |
Sua irmã Yves casou-se com Theodore Gobillard, inspetor tributário, em 1866 e foi musa de Edgar Degas em Mrs Theodore Gobillard, obra que está hoje no Metropolitan Museum of Art, em Nova Iorque.[4][5][6][4]
Berthe estava registrada como copista no Museu do Louvre e lá ficou amiga de artistas e professores, como Camille Corot, um pintor de paisagens da Escola Barbizon. Em 1860, sob a influência de Corot, ela começou a experimentar o método de pintura ao ar livre. Em 1863, estava estudando com Achille Oudinot, outro pintor de Barbizon. No inverno de 1863-64, Berthe estudou escultura com Aimé Millet, mas nenhuma de suas obras sobreviveu aos dias de hoje.[3]
Berthe se casou com Eugène Manet, irmão de seu amigo e colega pintor, Édouard Manet, em 1874. Eugène faleceu em 1892. Em 1878, ela daria à luz à única filha do casal, Julie Manet, que foi musa frequente nos quadros da mãe e de outros artistas impressionistas, como Renoir.[3]
A primeira vez que um quadro de Berthe foi exposto ao grande público foi no Salão de Paris, em 1864, quando a artista tinha 23 anos, com dois quadros retratando paisagens. A partir daí, ela expôs com regularidade no salão, com crítica positivas, até 1873, um ano da grande exposição impressionista. Ela expôs trabalhos na exposição de 1874, perdendo apenas a de 1878 quando sua filha nasceu.[7]
Sua carreira tida como um período mais maduro começou em 1872. Sua audiência começou a crescer com o patrocínio de Durand-Ruel, comerciante de arte, que comprou de Berthe cerca de 22 quadros. Em 1877, ela foi descrita por um crítico do Le Temps, como a "verdadeira impressionista do grupo".[8] Berthe preferiu expor e assinar suas obras com seu nome de solteira, sem usar um pseudônimo ou seu nome de casada.[9] Na exposição de 1880, muitos críticos de arte consideraram os trabalhos de Berthe como os melhores, incluindo o famoso crítico do Le Figaro, Albert Wolff.[3]
Em 1868, Berthe ficou amiga de Édouard Manet, que pintou vários retratos dela, incluindo um estudo com véu preto, enquanto ela de luto pela morte do pai. A correspondência entre os dois mostra grande afeição, mas Berthe se ressentia de suas críticas e correções que queria fazer em seus quadros.[3] Assim Manet escreveu:
“ | As jovens Morisots são adoráveis. É perturbador que elas não sejam homens. Porém, como mulheres, poderiam servir a causa da pintura, cada um casando com um membro da Academia Francesa e semeando discórdia entre esses senis.[10] | ” |
Apesar de Manet ser considerado o mestre e Berthe sua pupila, já evidências de que a admiração era recíproca. Registros mostram a apreciação de Manet por seu estilo original e pelas decisões tomadas na composição dos quadros, algumas que ele mesmo adotou em suas obras. Foi Berthe quem persuadiu Manet a pintar ao ar livre, algo que ela vinha praticando havia muito tempo.[11] Foi ela também quem o introduziu ao grupo de pintores que viria a ser conhecido como os impressionistas. Em 1874, ela casou-se com o irmão de Édouard, Eugène.[3]
Berthe Morisot faleceu em 2 de março de 1895, em Paris, devido a uma pneumonia decorrente de novo surto da pandemia de gripe de 1889-1890, adquirida quando cuidava de Julie, que também esteve doente. Ela foi sepultada no Cemitério de Passy, em Paris.[3]
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