Batalha das Equinadas
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A batalha das Equinadas foi uma batalha naval travada em 1427 no arquipélago das Equinadas, ao largo da Grécia ocidental, entre as armadas do Império Bizantino e de Carlos I Tocco, déspota do Epiro e conde de Cefalónia e Zacinto. O confronto saldou-se numa vitória decisiva dos Bizantinos, a última na história naval do Império, e levou à consolidação do domínio bizantino do Peloponeso sob o Despotado de Moreia.[1]
Batalha das Equinadas | ||||||
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Guerras bizantino-latinas | ||||||
Mapa do Peloponeso (Moreia) no final da Idade Média. As ilhas Equinadas estão no canto superior esquerdo, entre Ítaca e a Grécia continental | ||||||
Data | 1427 (597 anos) | |||||
Local | Ilhas Equinadas | |||||
Desfecho | Vitória dos Bizantinos | |||||
Mudanças territoriais | Peloponeso | |||||
Beligerantes | ||||||
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Comandantes | ||||||
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Baixas | ||||||
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Coordenadas aproximadas:[a] |
No início do século XV, a península do Peloponeso encontrava-se dividida entre três potências: o Principado Latino da Acaia, no norte e oeste, o Despotado de Moreia, no sul e leste, e Argos e Náuplia, Coron, Modon e alguns fortes auxiliares mantidos pela República de Veneza. Os Bizantinos tentavam ativamente conquistar o principado moribundo, ao mesmo tempo que o Império Otomano em plena expansão ameaçava todos os estados da região.[2][3] Carlos I Tocco, o governante do Condado palatino de Cefalónia e Zacinto, de Lêucade e do Despotado do Epiro, aproveitou os combates entre Bizâncio e Acaia para estender os seus domínios ao Peloponeso: em 1407-1408 as suas tropas cercaram e saquearam a fortaleza de Glarentza, no noroeste do Peloponeso, e em 1421 comprou a sua posse permanente a Olivério Franco, que a tinha conquistado ao príncipe de Acaia Centurião II Zacarias três anos antes.[4][5]
Em fevereiro de 1423, foi negociada uma trégua precária entre Zaccaria, Tocco e os Bizantinos, mediada pelos Venezianos, que estavam desejosos de estabelecer uma frente comum contra os Otomanos,[6] mas isso não impediu um raide de grande envergadura dos Otomanos na península, comandado por Turacanes Bei, nem tampouco evitou o agressivo déspota bizantino da Moreia, Teodoro II Paleólogo, de atacar territórios venezianos e mesmo capturar Centurião II Zaccaria em junho de 1424.[7] Inicialmente os Bizantinos pareceram satisfeitos em deixar Tocco em paz, pois também ele tinha querelas com Zaccaria, mas a guerra acabou por estalar no final de 1426, por causa das tropas de Tocco se terem apoderado dos animais de pastores albaneses durante a migração anual que estes efetuavam desde os planaltos centrais controlados pelos Bizantinos para a planície da Élida.[8]
O imperador bizantino João VIII Paleólogo viajou pessoalmente para o Peloponeso e as forças bizantinas montaram cerco a Glarentza por terra e por mar. Tocco reuniu uma frota dos seus domínios nas ilhas Jónicas e no Epiro, reforçada com navios de Marselha, e colocou-a sob o comando do seu filho ilegítimo, Torno. A armada bizantina, comandada por um tal de Leontário (provavelmente Demétrio Láscaris Leontário), encontrou a frota latina nas Equinadas e derrotou-a com um golpe esmagador: a maior parte dos navios de Tocco foram apresados, muitos dos tripulantes forma mortos, e foram feitos mais de 150 prisioneiros. O próprio Torno conseguiu escapar por um triz.[9][10] A vitória foi descrita num extenso panegírico anónimo a Manuel II Paleólogo e ao seu filho João VIII, uma obra que é também a principal fonte de informações sobre a batalha.[11]
A derrota pôs fim às ambições de Tocco no Peloponeso. Num acordo negociado, o irmão de João VIII (que depois reinaria como imperador com o nome de Constantino XI) casou com Madalena Tocco (depois conhecida como Teodora Tocco), sobrinha de Carlos Tocco, e recebeu como dote as possessões da família Tocco no Peloponeso.[10] Tendo como base os antigos domínios de Tocco, sob a liderança de Constantino, os Bizantinos prosseguiram a guerra contra o que restava do Principado da Acaia. Patras caiu em maio de 1430, e em 1432, Constantino e os seus irmãos tinham deposto os últimos estados-vassalos latinos e restituído todo o Peloponeso ao controlo bizantino, à exceção das possessões venezianas.[12]
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