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espécie de baleia Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A baleia-comum (Balaenoptera physalus), também chamada de baleia-fin e rorqual-comum, é um mamífero marinho que pertence à família dos balenopterídeos, da ordem dos cetáceos. É o segundo maior animal existente, depois da baleia-azul,[3] podendo atingir um comprimento de até 25,9 metros,[4] embora haja relatos de espécimes com 27,3 m.[3][5]
[1] Baleia-comum | |||||||||||||||||||
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Comparação do tamanho em relação a um humano mediano | |||||||||||||||||||
Estado de conservação | |||||||||||||||||||
Em perigo (IUCN 3.1) [2] | |||||||||||||||||||
Classificação científica | |||||||||||||||||||
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Nome binomial | |||||||||||||||||||
Balaenoptera physalus Lineu, 1758 | |||||||||||||||||||
Distribuição geográfica | |||||||||||||||||||
Áreas de ocorrência da baleia-comum |
Longo e esguio, o corpo da baleia-comum é cinza-amarronzado e sua parte inferior é esbranquiçada. Existem ao menos duas subespécies distintas: a baleia-comum-do-norte, encontrada no Atlântico Norte, e a baleia-comum-antártica do Oceano Antártico. É encontrada em todos os principais oceanos, das águas polares às tropicais. A espécie está ausente somente nas águas próximas aos blocos de gelo dos pólos norte e sul e áreas relativamente pequenas de águas afastadas do alto mar. A maior densidade populacional da baleia-comum ocorre em águas frias e temperadas.[6] Sua alimentação consiste de pequenos cardumes de peixe, lulas e crustáceos como os misidáceos e o krill.
Assim como todas as outras grandes baleias, a baleia-comum foi caçada em larga escala durante o século XX e está listada entre as espécies ameaçadas de extinção. A Comissão Baleeira Internacional (CBI) obteve uma moratória para a pesca comercial dessa baleia,[7] embora países como a Islândia, Noruega e Japão ainda continuem a caça em determinadas épocas do ano.[8] Para a temporada de 2008, o Japão tencionava matar aproximadamente 1 000 baleias — 850 baleias-minke, 50 baleias-comuns e 50 baleias-jubartes — mas esse número poderá ser menor em virtude de cortes financeiros provocados por protestos ambientais.[9] A espécie também é caçada por aborígenes groenlandeses, através do programa de Pesca de Subsistência Aborígene comandado pela CBI.[10] Em 2007, o programa matou 377 baleias, das quais 12 eram baleias-comuns.[11] Colisões com navios e ruídos da atividade humana nos oceanos também constituem uma significante ameaça para a recuperação da espécie.
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A baleia-comum é conhecida há muito tempo por taxonomistas. Ela foi primeiramente descrita por Frederik Martens em 1675 e, logo após, por Paul Dudley, em 1725. Essas descrições foram usadas como base para a Balaena physalus de Carlos Lineu (1758).[12] O Conde de Lacépède a reclassificou como Balaenoptera physalus no começo do século XIX. O nome científico vem do grego physa, que significa soprar.[carece de fontes]
As baleias-comuns são da família dos rorquais, ou balenopterídeos, que incluem a baleia-jubarte, a baleia-azul, a baleia-de-bryde, a baleia-sei (ou baleia-boreal) e a baleia-minke. A família Balenopteridae divergiu das outras famílias da subordem Mysticeti no Mioceno Médio.[13] Porém, não se sabe quando os membros dessa família divergiram uns dos outros. Pelo menos ocasionalmente, há hibridação entre a baleia-azul e a baleia-comum no Atlântico Norte[14] e no Pacífico Norte.[15]
Em 2006, havia duas subespécies nomeadas, cada uma delas com diferentes características físicas e vocais. B. p. physalus (Linnaeus 1758), ou baleia-comum-do-norte, é encontrada no Atlântico Norte, e B. p. physalus (Fischer, 1829), ou baleia-comum-antártica, é encontrada no hemisfério Sul.[16] A maioria dos cetologistas considera as baleias-comuns do Pacífico Norte como uma terceira subespécie ainda não nomeada.[6] Em escala global, as três subespécies raramente se misturam.[carece de fontes]
A baleia-comum é comumente caracterizada por seu grande tamanho e corpo esbelto. A média de tamanho dos machos e fêmeas da espécie é de 19 e 20 metros, respectivamente. Subespécies no hemisfério norte são conhecidas por atingir comprimentos de até 24 metros, e as espécies antárticas, de até 26,8 metros.[3] Ainda não há registros da pesagem de um espécime adulto, mas cálculos sugerem que um adulto de 25 metros pese em torno de 70 mil quilogramas, ou 70 toneladas. A maturidade física completa se atinge entre 25 e 30 anos, embora se saiba que essas baleias costumam viver até os 94 anos de idade.[17] Uma baleia-comum recém-nascida mede aproximadamente 6,5 metros de comprimento e pesa aproximadamente 1 800 quilogramas.[18] O grande tamanho ajuda na identificação do animal, que geralmente é confundido apenas com a baleia-azul, a baleia-sei ou, em águas quentes, com a baleia-de-bryde.[carece de fontes]
A baleia-comum tem a parte de cima e lados de coloração cinza-amarronzada e a parte inferior esbranquiçada. Ela tem um focinho pontudo, espiráculos emparelhados e um amplo e achatado bico. Dois padrões em forma de V de coloração clara começam atrás dos espiráculos e seguem pelos lados em direção à cauda numa diagonal, inclinada para cima, até a barbatana dorsal, às vezes recurvando-se adiante nas costas.[3] Ela tem uma marca branca na direita da mandíbula inferior, enquanto o lado esquerdo é cinza ou preto[18] Apesar de poder ser ocasionalmente observada em baleias-minke, essa assimetria é universal na baleia-comum e rara entre os cetáceos, constituindo-se uma das chaves para a identificação dessa espécie. Uma hipótese que explica o desenvolvimento desta assimetria é a preferência da baleia em nadar em seu lado direito quando sobe à superfície para se lançar novamente à água, e circular à direita quando se encontra na superfície, acima de uma presa. Porém, geralmente outras baleias circulam à esquerda. Apesar da existência de várias hipóteses, nenhuma é aceita no meio científico para explicar essa assimetria.[19]
A baleia tem uma série de 56 a 100 pregas ou sulcos ao longo da parte inferior do corpo que se espalham da ponta do queixo ao umbigo, o que permite que a área da garganta se expanda largamente durante a alimentação. Tem uma barbatana dorsal curva e proeminente (60 centímetros) sobre três quartos das costas. As suas barbatanas são pequenas e afiadas, e sua cauda é larga, pontuda, e com entalhes no centro.[3]
Quando a baleia atinge a superfície, a barbatana dorsal é visível logo após o focinho. O focinho é vertical e estreito e pode alcançar 6 metros de comprimento.[18] A baleia sopra de uma a várias vezes, pelos espiráculos, a cada visita à superfície, ficando próxima a esta por aproximadamente um minuto e meio a cada vez. A cauda permanece submergida durante a seqüência na superfície. Ela então mergulha à profundidade de até 250 metros, cada mergulho durando entre 10 e 15 minutos. As baleias-comuns são conhecidas por saltar completamente para fora da água.[18]
O encontro entre machos e fêmeas ocorre em mares e tem cerca de 3 reproduções sexuais por dia, a cada reprodução a baleia solta 2 mil litros de esperma e pelo menos mil litros vazam para o mar, e o período de gestação dura de onze meses a um ano. Um filhote desmama de sua mãe 6 ou 7 meses após o nascimento, quando alcança 11 ou 12 metros de comprimento, e o filhote acompanha a mãe para a área de alimentação de inverno. As fêmeas se reproduzem a cada 2 ou 3 anos, produzindo até 6 fetos, mas nascimentos únicos são mais comuns. As fêmeas alcançam a maturidade sexual entre 3 e 12 anos de idade.[18]
A baleia-comum é um filtrador, alimentando-se de pequenos cardumes de peixe, lulas e crustáceos incluindo misidáceos e krill.[18] Ela se alimenta pela abertura de suas mandíbulas enquanto nada a uma velocidade relativamente alta — 11 quilómetros por hora, segundo um estudo[20] —, o que faz com que engolfe mais de 70 metros cúbicos de água em uma engolida. Ela então fecha suas mandíbulas e empurra a água de volta para fora através de suas barbas de baleia, o que permite que a água escoe enquanto captura as presas. Um adulto tem entre 262 e 473 barbas de baleia em cada lado da boca. Cada placa é composta por queratina, que se desfia em pequenos pêlos perto da língua. Cada placa chega a medir 76 centímetros de comprimento e 30 centímetros de largura.[3]
A baleia realiza mergulhos rotineiros a profundidades maiores que 200 metros (650 pés), onde ela executa uma média de quatro "botes", alimentando-se de agregações de krill. Cada engolida fornece à baleia cerca de 10 quilogramas de krill.[20] Uma baleia pode consumir até 1 800 quilogramas de comida por dia,[3] o que levou os cientistas a concluir que a baleia gasta anualmente cerca de três horas de cada dia alimentando-se para satisfazer suas necessidades energéticas, aproximadamente o mesmo que os seres humanos. Se as aglomerações de presas não são suficientemente densas, ou estão localizadas em águas muito profundas, a baleia tem que gastar uma parcela maior do seu tempo à procura de alimento.[20] As baleias-comuns também têm sido observadas circundando cardumes de peixe em alta velocidade, compactando o cardume em uma bola comprimida, e depois virando de lado antes de engolfar os peixes.[3]
A baleia-comum é um dos cetáceos mais rápidos e pode manter velocidades de até 37 quilômetros por hora,[18] e alcançar velocidades superiores a 40 quilómetros por hora, como já foi registrado, razão pela qual essa baleia é chamada de “galgo das profundezas”.[21] As baleias-comuns são mais gregárias que outros rorquais, e comumente vivem em grupos de 6 a 10 indivíduos, embora em áreas de alimentação seja possível observar até 100 baleias juntas.[17]
Multimédia relacionada à baleia-comum Observe que o canto da baleia foi acelerado em 10 vezes sobre sua velocidade original. | ||||
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Como outras baleias, os machos dessa espécie emitem sons longos, altos e de baixa frequência.[18] As vocalizações das baleias azul e fin produzem as mais baixas freqüências conhecidas entre os animais.[22] A maioria dos sons são de modulação em freqüência (FM) de pulsos infra-sônicos de 16 a 40 hertz (o ouvido humano capta sons entre as faixas de 20 e 20 mil hertz). Cada som dura entre um e dois segundos, e várias combinações de sons ocorrem em seqüências de 7 a 15 minutos cada. Essas seqüências são então repetidas por vários dias.[23] As seqüências vocais têm nível de fonte de 184 a 186 decibéis relativos a 1 micropascal (µPa) a uma distância de referência de um metro, e podem ser detectadas a centenas de quilômetros de sua fonte.[24]
Quando os sons da baleia-comum foram gravados pela primeira vez por biólogos americanos, os pesquisadores não se deram conta de que esses sons raros, altos, longos, puros e regulares estavam sendo emitidos por baleias. Primeiro investigaram a possibilidade de que os sons eram devido ao mau funcionamento dos equipamentos, fenômenos geofísicos ou parte de um esquema da União Soviética para a detecção de submarinos. Eventualmente, biólogos determinaram que os sons eram emitidos pelas vocalizações da baleia-comum.[22]
Associações diretas dessas vocalizações com a temporada reprodutiva da espécie e somado ao fato de somente machos emitirem esse som sugerem que essas vocalizações sejam utilizadas como possível estratégia para a reprodução.[25][26] Ao longo dos últimos 100 anos, o dramático acréscimo de ruído nos oceanos, por conta de atividades de navegação, podem ter freado a recuperação da população da baleia-comum, impedindo a comunicação entre machos e fêmeas sexualmente receptivas.[27]
Como muitos dos grandes rorquais, a baleia-comum é uma espécie cosmopolita. É encontrada em todos os principais oceanos, e em águas que variam de polares a tropicais. A espécie está ausente somente nas águas próximas aos blocos de gelo dos pólos norte e sul e áreas relativamente pequenas de águas afastadas dos grandes oceanos, como o Mar Vermelho, o Golfo Pérsico, o leste do Mar Mediterrâneo e o Mar Báltico. A maior densidade populacional ocorre em águas temperadas e frias. A menor densidade ocorre nas águas mais quentes, em regiões equatoriais. As baleias-comuns preferem águas profundas para além das plataformas continentais e águas rasas.[28]
A baleia-comum do Atlântico Norte é amplamente distribuída, ocorrendo do Golfo do México ao Mar Mediterrâneo, em direção ao norte até os limites dos blocos de gelo do Ártico. No geral, baleias-comuns são mais abundantes no norte na latitude 30ºN aproximadamente, mas há consideráveis confusões sobre sua ocorrência ao sul dessa latitude pela dificuldade em distinguir a baleia-comum da baleia-de-bryde.[29] Muitas pesquisas marinhas levaram pesquisadores a concluir que o local de alimentação da baleia-comum durante o verão no oeste do Atlântico Norte ocorre principalmente entre as latitudes 41º20'N e 51º00'N, contornando a costa a 1,8 mil metros desta.[30]
A distribuição da baleia-comum no Pacífico Norte durante o verão ocorre nas imediações das águas marginais desde a Baja California (Baixa Califórnia) central ao Japão, e ao norte até o Mar de Chukchi, bordeando o Oceano Ártico.[31] Elas ocorrem em maior densidade no norte do Golfo do Alasca e no sul do Mar de Bering entre maio e outubro, com algum movimento através das Ilhas Aleútas para dentro e fora do Mar de Bering.[32] Muitas baleias marcadas entre novembro e janeiro no sul da Califórnia foram mortas na Califórnia central, Oregon, Colúmbia Britânica e no Golfo do Alasca.[31] Baleias-comuns foram observadas alimentando-se nas águas do Havaí em meados de maio, e muitos avistamentos da espécie durante o inverno foram realizadas ali.[33] Alguns pesquisadores sugerem que as baleias migram para as águas havaianas principalmente no outono e inverno.[34]
Apesar de as baleias-comuns serem certamente migratórias, movendo-se entre as estações para dentro e fora das áreas de alimentação em altas latitudes, o padrão geral de migração dessas baleias não é bem compreendido. Leituras acústicas de escutas passivas pelo hidrofone indicam uma migração das baleias-comuns do Atlântico Norte em direção ao sul, ocorrendo durante o outono desde a região de Labrador-Terra Nova, passando pelas Bermudas, até às Índias Ocidentais.[35] Uma ou mais populações de baleias-comuns são conhecidas por permanecer em altas latitudes, movendo-se pelas regiões costeiras, mas não em direção ao sul no fim do outono.[35] No Pacífico, padrões de migração são difíceis de serem entendidos. Apesar de algumas baleias-comuns estarem aparentemente presentes no Golfo da Califórnia, há um aumento significante em sua população no inverno e primavera.[36] De acordo com a época, as baleias-comuns antárticas migram de áreas de alimentação antárticas de alta latitude durante o verão para áreas de parturição e criação em baixas latitudes durante o inverno. A localização das áreas de parturição de inverno são ainda desconhecidas, já que essas baleias tendem a migrar ao oceano aberto, cujas exatas localizações têm sido difíceis de determinar.[6]
A falta de entendimento do padrão migratório da baleia-comum combinado com as pesquisas de população que são geralmente contraditórias faz com que a estimativa dos níveis históricos e atuais das populações da baleia sejam difíceis e controversos. Devido a uma longa história de caça a essa baleia, os níveis de população da baleia pré-exploração são difíceis ou impossíveis de serem determinados; porém, estimativas são importantes para medir a taxa de recuperação da espécie.[carece de fontes]
No Atlântico Norte, as baleias-comuns são definidas pela Comissão Baleeira Internacional (CBI) como existentes em uma das sete zonas de população discretas: Nova Escócia, Labrador-Terra Nova, Oeste da Groenlândia, Islândia-Leste da Groenlândia, Norte da Noruega, Leste da Noruega–Ilhas Feroé, e Ilhas Britânicas–Espanha–Portugal. Resultados de pesquisas cuja metodologia consiste em marcar os animais e depois recapturá-los indicaram que alguns movimentos atravessam os limites dessas zonas de população, sugerindo que cada zona não é inteiramente discreta e que algumas imigrações e emigrações ocorrem.[30]
Em 1995, J. Sigurjónsson estimou que o total da população de baleias-comuns pré-exploração em todo o Atlântico Norte variava entre 50 mil e 100 mil animais,[37] mas sua pesquisa é criticada por não conter dados que suportem sua tese ou uma explicação para seu raciocínio.[6] Em 1997, D. E. Sergeant sugeriu um agregado “primitivo” total de 30 mil a 50 mil baleias-comuns em todo o Atlântico Norte.[38] Desse número, cerca de 8 mil ou 9 mil residiriam nas áreas de Terra Nova e Nova Escócia, sendo que as baleias que passam o verão nas águas dos Estados Unidos ao sul de Nova Escócia presumivelmente não foram tidas totalmente em conta.[6][39] J. M. Breiwick estimou que, em 1964, o componente “explorável” (acima do limite de tamanho legal de 15 metros) da população da Nova Escócia seria de 1,5 mil a 1,6 mil animais, reduzido a apenas 325 em 1973.[40]
Duas pesquisas aéreas conduzidas em águas canadenses desde o começo dos anos 70, dando números de 79 a 926 baleias no leste da zona de Ilha de Terra Nova-Labrador em agosto de 1980,[41] e algumas centenas no norte e na área central do Golfo de Saint Lawrence em agosto de 1995 a 1996.[42] Estimativas do número de baleias-comuns em águas do oeste da Groenlândia durante o verão estão entre 500 e 2 mil,[43] e em 1974, Jonsgard considerou que as baleias-comuns do oeste da Noruega e das Ilhas Feroé “seriam consideravelmente esgotadas em anos posteriores, provavelmente por sobre-exploração”.[44]
A população ao redor da Islândia parece ter se saído muito melhor, e em 1981, a população mostrou ter diminuído apenas um pouco desde o início dos anos 60.[45] Pesquisas desenvolvidas durante os verões de 1987 e 1989 produziram estimativas na ordem de 10 a 11 mil baleias-comuns entre o leste da Groenlândia e a Noruega.[46] Isso mostra uma recuperação substancial quando comparada a uma pesquisa em 1976 mostrando uma estimativa de 6,9 mil baleias, que foi considerada como tendo um pequeno declive desde os níveis de 1948.[47] Estimativas dos níveis de população nas áreas das Ilhas Britânicas–Espanha–Portugal no verão têm variado de 7,5 mil[48] a mais de 17 mil .[49] No total, estima-se que o agregado populacional da baleia-comum do Atlântico Norte esteja entre 40 mil [50] e 56 mil [14] indivíduos.
O total da população histórica do Pacífico Norte tem sido estimado em torno de 42 mil a 45 mil antes do começo da caça às baleias. Desse, a população na parte leste do Pacífico Norte seria estimada entre 25 mil e 27 mil .[51] Em 1975, a população estimada declinou para cerca de 8 mil a 16 mil baleias.[52][53] Pesquisas conduzidas em 1991, 1993, 1996 e 2001 produziram estimativas entre 1,6 mil e 3,2 mil baleias-comuns na Califórnia e 280 a 380 baleias-comuns em Oregon e Washington.[54] O mínimo estimado para a população de Califórnia–Oregon–Washington, como definido no U.S. Pacific Marine Mammal Stock Assessments: 2005 (Avaliações do Estoque de Mamíferos Marinhos do Pacífico dos Estados Unidos: 2005) é de cerca de 2,5 mil .[55] Pesquisas perto das Ilhas Pribilof no Mar de Bering indicaram um aumento substancial na abundância local de baleias-comuns entre 1975 e 1978 e entre 1987 e 1989.[56] Em 1984, a população total de baleias-comuns no Pacífico Norte foi estimada em menos de 38% de sua capacidade histórica.[57]
Relativamente pouco é conhecido sobre os níveis históricos de população e atuais da baleia-comum Antártica. A CBI oficialmente estima que a população de baleias-comuns Antárticas pré-caça no hemisfério sul seria de 400 mil baleias, e que a população em 1979 seria de 85,2 mil.[58] Ambas as estimativas, histórica e atual, devem ser consideradas como estimativas pobres, pois sabe-se que a metodologia e dados usados no estudo são defeituosos.[6] Outras estimativas citam que os níveis de população atuais não seria mais do que 5 mil baleias e possivelmente tão baixos quanto 2. mil a 3 mil baleias.[18] Até 2006 não havia uma estimativa cientificamente aceita da população atual ou tendências em abundância.[6]
No século XIX, a baleia-comum era caçada ocasionalmente pelas embarcações de pesca, mas estava relativamente em segurança por causa de sua velocidade rápida e a preferência pelo mar aberto. Entretanto, a introdução de métodos mais modernos de pesca tornou possível matar e obter baleias-comuns e baleias-azuis em uma escala industrial. Enquanto outras espécies se tornaram sobrecaçadas, a indústria baleeira se voltou para a baleia-comum, ainda abundante, como um substituto.[59] Foi caçada primeiramente por sua gordura, óleo, e barbas de baleia. Aproximadamente 704 mil baleias-comuns foram recolhidas na Antártica apenas em operações entre 1904 e 1975.[60] Depois da introdução de fábricas de embarcações para caça de baleias em 1925, o número das baleias caçadas por ano aumentou substancialmente. Em 1937, apenas, mais de 28 mil baleias foram recolhidas. De 1953 a 1961, calcularam a média de aproximadamente 25 mil por ano. Em 1962, os pescadores da baleia-sei começaram a aumentar enquanto as baleias-comuns se tornaram escassas. Em 1974, menos de 1 mil baleias-comuns eram caçadas todos os anos. A CBI proibiu a retirada de baleias-comuns do hemisfério sul em 1976.[60] No Pacífico Norte, um total relatado de aproximadamente 46 mil baleias-comuns foi morto por comerciantes entre 1947 e 1987.[61] Foi reconhecido que a União Soviética continuou a matança ilegal de espécies protegidas de baleia no Pacífico Norte significando que a coleta dos dados relatados está incompleta.[62] A baleia-comum obteve proteção total no comércio pela CBI no Pacífico Norte em 1976, e no Atlântico norte em 1987, à exceção de pequenos pescadores e dos pescadores para finalidades da pesquisa.[18] Todas as populações da baleia-comum ao redor do mundo estão listadas como espécie ameaçada pelo Serviço dos Peixes e da Fauna dos Estados Unidos e pela lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, além de estar também no apêndice 1 da CITES.[2][18][63][64][65]
A baleia-comum é caçada no hemisfério do norte na Groenlândia, sob o procedimento da CBI, para pesca de subsistência. Carne e outros produtos das baleias mortas nestas caças são extensamente introduzidos no mercado dentro da economia da Groenlândia, mas sua exportação é ilegal. A CBI atribui uma quota de 19 baleias-comuns por ano para a Groenlândia apesar de preocupações sobre a incerteza dos níveis atuais da população. A Islândia e a Noruega não são limitadas pela moratória do CBI na pesca de baleias comercial pois ambos os países arquivaram objeções à moratória.[6] Em outubro de 2006, o ministro de pesca da Islândia autorizou a caça de nove baleias-comuns até agosto de 2007.[66] No hemisfério sul, o Japão colocou as baleias-comuns no programa especial da Antártica de pesca de baleias, tendo licença para as estações de 2005-2006 e 2006-2007 em 10 baleias mortas por ano.[67] A proposta para 2007-2008 e as 12 estações subseqüentes incluíam 50 baleias-comuns por ano,[6] mas por causa do fechamento da estação 2007-2008 em abril de 2008, as baleias-comuns não poderão ser caçadas.[68]
As colisões com navios são uma causa importante adicional na mortalidade da baleia-comum. Em algumas áreas, isso representa uma porção substancial dos encalhamentos de grandes baleias. Os ferimentos mais letais e sérios são causados pelos navios grandes, em movimentos rápidos ou ao se aproximarem da plataforma continental.[69]
A baleia-comum raramente é vista no litoral brasileiro, embora vários relatos de avistamentos dessa espécie tenham sido noticiados, principalmente no estado de Santa Catarina, em que o clima, subtropical, favorece o aparecimento da baleia-comum durante a época migratória. Encalhamentos na costa brasileira, porém, não são tão raros.[70]
No Brasil, a caça de qualquer espécie de baleia é proibida por tratados internacionais, dos quais o país aparece como signatário.[71]
No Museu de Pesca, localizado em Santos, estado de São Paulo, existe um esqueleto de baleia-comum que encalhou na praia do município de Peruíbe em 1942. Pesando 7 toneladas, essa ossada apresenta 23 metros de comprimento.[72]
Em agosto de 2003 foi encontrada, encalhada numa praia do município de Jaguaruna, Santa Catarina, uma baleia-comum. O animal, bastante raro na região, tinha 9,2 metros de comprimento.[73]
Em 21 de setembro de 2021 uma baleia-comum macho encalhou na praia grande da Ilha do Mel, em Paranaguá, Paraná. Com quase 20 metros de comprimento a baleia foi encontrada em estado de decomposição avançado.[74]
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