Loading AI tools
Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Abunajém Badre Almutadidi (Abu'l-Najm Badr al-Mu'tadidi) foi o comandante militar chefe do Califado Abássida durante o reinado do califa Almutadide (r. 892–902). Originalmente um escravo militar (gulam ou maula) que serviu sob o futuro Almutadide na supressão da Rebelião Zanje, sua habilidade e lealdade levaram-no a tornar-se o comandante-em-chefe do califa, exercendo considerável influência no governo do Estrado por todo o reinado de Almutadide. Ele foi executado em 14 de agosto de 902 devido às maquinações do vizir ambicioso, Alcacim ibne Ubaide Alá.
Abunajém Badre Almutadidi | |
---|---|
Nacionalidade | Califado Abássida |
Etnia | Turco |
Progenitores | Pai: Cur ou Cair |
Ocupação | general |
Religião | Islamismo |
Badre foi filho de um dos escravos libertos (maulas) do califa Mutavaquil (r. 847–861), cujo nome é incerto (Cur ou Cair). Ele começou sua carreira como um estribeiro sob o mestre do estábulo de Almuafaque (r. 870–891), o regente do califado durante o reinado de seu irmão Almutâmide (r. 870–892) e pai do futuro califa Almutadide (r. 892–902).[1][2] Ele então tornou-se membro dum grupo de escravos militares ou pajens (gulans) recrutados por Almutadide para as campanhas contra a Rebelião Zanje, e logo aparece como uma das figuras mais proeminentes entre este grupo. Como os outros gulans de Almutadide, seu nome é um "nome de animal de estimação" em vez de um nome regular, significando "lua cheia".[3] Outrossim, seu cúnia foi "Abunajém" ("Pai da Estrela"), e ele teve um filho chamado "Hilal", "lua nova".[4] Durante a Guerra Zanje, os gulans, frequentemente com o jovem Abul Abas como chefe, desempenhou um importante papel na luta, fornecendo aos exércitos abássidas um núcleo profissional, liderança e empreendimentos nos mais difíceis assaltos.[5]
Badre foi um dos mais confiáveis serventes de Almutadide, e tornou-se todo-poderoso sob o patrocínio do último. Já pela época da sucessão de Almutadide como regente do califado em junho de 891, Badre foi nomeado como chefe da segurança (saíbe da xurta) de Bagdá.[1][6] Quando Almutadide sucedeu no trono em outubro de 892, Badre tornou-se comandante-em-chefe do exército. Além de liderar numerosas expedições em pessoa como parte das campanhas de califa para restaurar o poder abássida, ele também veio a exercer um enorme poder político: poderia executar um veto em todas as decisões governamentais importantes, enquanto sua filha casou-se com um dos filhos de Almutadide, o futuro califa Almoctadir (r. 908–932).[7][8] Era um firme amigo de Ubaide Alá ibne Solimão, vizir de grande parte do reinado de Almutadide, a quem foi frequentemente capaz de proteger dos ataques de fúria do califa. A relação de trabalho suave deles era instrumental para impedir o atrito entre os militares e a burocracia civil que havia debilitado governantes anteriores.[9] Como tal, foi frequentemente elogiado pelos poetas cortesões, juntamente com o próprio califa, particularmente Alçuli.[10] Em Bagdá, foi confiado com a supervisão da reconstrução da Grande Mesquita da cidade, originalmente fundada por Almançor (r. 754–775). Ele também construiu um palácio para si no novo distrito palaciano situado na porção da cidade a leste do rio Tigre, em honra a quem o portão vizinho de Babal Chaça (Porta Privada) tornou-se conhecida como Babe Badre.[11]
Quando Ubaide Alá morreu em 901, seu patrocínio foi instrumento para assegurar a sucessão do filho de Ubaide Alá, Alcacim, no vizirado, mas o último não exibiu qualquer gratidão por isso. De fato, Alcacim logo começou a criar intrigas entre o califa e seus filhos, mas quando tentou aproximar-se de Badre para assegurar o apoio do exército, ele foi rejeitado com indignação. Alcacim foi salvo de ser denunciado e executado pela ausência de Badre, que estavam em campanha, da capital, e pela súbita morte de Almutadide em abril de 892.[12] Como Badre ainda representava uma ameaça, Alcacim moveu-se rapidamente para difamar o general para o novo califa, Almoctafi. Suas maquinações rapidamente surtiram efeito, e Badre foi forçado a fugir para Uacite. Em seguida, Alcacim seduziu-o para retornar à Bagdá sob garantia de passagem segura (amane), mas em 14 de agosto de 902 em Almadaim, os agentes do vizir atacaram Badre enquanto estava orando e cortaram sua cabeça e enviaram ao califa. O corpo foi deixado para trás, e depois recuperado por seus parentes e enviado para ser sepultado em Meca.[13] A morte de Badre foi criticada pelos poetas do período, e mesmo o califa, "que poderia ser esperado dar um suspiro de alívio ao ver a cabeça do uma vez poderoso general", diz-se que teria reprovado Alcacim por isso.[10]
Seamless Wikipedia browsing. On steroids.
Every time you click a link to Wikipedia, Wiktionary or Wikiquote in your browser's search results, it will show the modern Wikiwand interface.
Wikiwand extension is a five stars, simple, with minimum permission required to keep your browsing private, safe and transparent.