edições da Bíblia em hebraico Da Wikipédia, a enciclopédia livre
O termo Bíblia Hebraica ou Biblia Hebraica[nota 1] (chamada em hebraico de תנ"ך, transl.Tanakh, pelos judeus) é uma referência genérica para descrever livros da Bíblia escritos originalmente em hebraico antigo (e no aramaico). O termo engloba os livros sagrados do Tanaquejudaico que equivale ao Antigo Testamentoprotestante, não incluindo os livros deuterocanônicos das Bíblias católica e ortodoxa, ou as partes Anagignoskomena do Antigo Testamento ortodoxo. O termo não implica a padronização dos nomes, números ou ordem dos livros, que variam de acordo com a religião.
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Pode se referir a várias edições da Bíblia na língua hebraica. Contudo, atualmente o termo "Biblia Hebraica" (normalmente escrito em latim) é mais comumente uma referências às principais edições críticas:
O hebraísta Rudolf Kittel publicou na Alemanha, duas edições de Biblia Hebraica (BH), sendo a primeira (BH1) em 1906 e a segunda (BH2)[nota 2] com pequenas revisões em 1913.[nota 3] Ambas as edições reproduziram o texto hebraico, editado por Mikraot Gedolot e publicado por Daniel Bomberg em Veneza, no ano de 1524. Estas edições não incluíram as notas massoréticas, embora a edição do Bomberg as tivessem. Sua característica principal são suas notas de rodapé que gravam correções possíveis ao texto hebraico. São também baseadas no Pentateuco Samaritano e em traduções conceituadas da Bíblia, como a Septuaginta, Vulgata e Peshitta. Assim, usou-se o texto geralmente aceito e preparado por Jacob ben Chayyim[nota 4] como base.
Em 1936, quando tornaram-se disponíveis os textos massoréticos de Ben Asher, como o do Códice de Leningrado (L),[6] textos que são bem mais antigos e superiores, sendo padronizados por volta do século XX, Kittel iniciou uma terceira edição da Biblia Hebraica (BH3), cujo texto hebraico é ligeiramente diferente, e com algumas notas de rodapé completamente revisadas. Esta obra foi concluída por seus associados, após a sua morte. Foi a primeira vez que uma Bíblia em hebraico reproduziu integralmente o texto do Códice de Leningrado (L). Os créditos pela ideia de usar o códice, cabem a Paul Kahle.[7] Esta 3ª edição apareceu nas publicações de 1929 a 1937, sendo que a primeira edição em um só volume foi em 1937. Depois disso foi reimpresso muitas vezes, incluindo as mais antigas edições que gravam variantes no livro de Isaías e do livro de Habacuque nos Pergaminhos do Mar Morto. Reproduz exatamente as notas massoréticas do códice, sem as editar.
A Bíblia Hebraica Stuttgartensia, ou BHS, é uma edição da Bíblia do Texto Massorético, totalmente baseada no Códice de Leningrado (L) publicada pela Sociedade Bíblica Alemã(Deutsche Bibelgesellschaft), em Stuttgart, dai o nome adotado pela 5ª edição.[6]
Trata-se de uma revisão da 3ª edição da Biblia Hebraica editada por Rudolf Kittel (BH3), também baseada no Códice L. As notas de rodapé das páginas foram totalmente revisadas, por um nome distinto conforme o prefácio da BHS. Originalmente estas notas foram acrescentadas aos poucos desde 1968 a 1976, chegando a ser um só volume em 1977. Desde então foi reimpressa muitas vezes e passou por algumas edições de correção menores (atualmente 5ª edição corrigida).[8]
A Bíblia Hebraica Quinta (BHQ),como sugeri o nome, trata-se da 5ª edição[nota 5] acadêmica da Bíblia Hebraica ainda em andamento. O projeto está sendo publicado em fascículos, livro a livro, desde 2004. A obra completa e está prevista para conclusão em 2020.[4][1][2][3]
Outras edições da Bíblia Hebraica
Segundo o especialista em Bíblia Hebraica, Dr. Edson de Faria Francisco, algumas antigas edições críticas, além da BHK, merecem menção:[8]
Vetus Testamentum Hebraicum cum variis lectionibus, editada por Benjamin Kennicott em 2 volumes.
Variae Lectiones Veteris Testamenti, editada por Giovanni B. de Rossi em 4 volumes.
Textum Masoreticum accurstissime expresdit e fontibus, editada por Christian D. Ginsburg.
Titulo normalmente escrito em latim, por isso, deve ser escrito sem acento sempre que se refere ao nome de uma das suas edições: Biblia Hebraica de Kittel (ou somente Biblia Hebraica), Biblia Hebraica Stuttgartensia ou Biblia Hebraica Quinta.
Quanto à referência, a Biblia Hebraica de Kittel é geralmente abreviada por BH ou BHK ("K" para Kittel). Quanto a edições específicas para consultas, usa-se BH1, BH2 e BH3.
A Bíblia Hebraica de Kittel, (edições 7ª, 8ª e 9ª, de 1951-55) forneceu o texto básico usado para a seção hebraica da Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, 1984 em inglês (1986, em português). O texto hebraico das Escrituras Sagradas. A apresentação da Massorá marginal de Kittel revela muitas das alterações textuais dos escribas pré-cristãos e contribuiu para versões na Tradução do Novo Mundo, incluindo restaurações do Tetragrama YHVH.[5]
A Bíblia Rabínica, publicada em 1524-25, de Jocob Ben Chayim, foi até 1936 uma espécie de "textus receptus" autoritativo do Antigo Testamento para judeus e cristãos. Era baseada em manuscritos do século XII, provavelmente. (Scholz, pp. 36-37)
SCHOLZ, Vilson. A Crítica Textual e as Edições do Novo Testamento Grego,in:Princípios de Interpretação Bíblica: introdução à hermenêutica com ênfase em gêneros literários. Canoas: Editora ULBRA, 2006. 236 p.
FRANCISCO, Edson de Faria. Manual da Bíblia Hebraica: Introdução ao Texto Massorético - Guia Introdutório para a Bíblia Hebreica Stuttgartensia. 3ª edição revisada e ampliada. São Paulo: Vida Nova, 2008. 760 p. Esta obra complementada pelo site do autor: <www.bibliahebraica.com.br>.
FISCHER, Alexander A. O Texto do Antigo Testamento – Edição Reformulada da Introdução à Bíblia Hebraica de Ernst Würthwein. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
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