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Atos 22 é o vigésimo-segundo capítulo dos Atos dos Apóstolos, de autoria de Lucas, o Evangelista, no Novo Testamento[1] da Bíblia. Ele trata dos eventos que levaram à prisão de Paulo em Jerusalém[2][3].
Atos 22 | |
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Trecho de Atos dos Apóstolos no Codex Laudianus | |
Livro | Atos dos Apóstolos |
Categoria | Histórico |
Parte da Bíblia | Novo Testamento |
Precedido por: | Atos 21 |
Sucedido por: | Atos 23 |
Atos 22 foi originalmente escrito em grego koiné e dividido em 30 versículos. Alguns dos manuscritos que contém este capítulo ou trechos dele são:
A Tradução Brasileira da Bíblia organiza este capítulo da seguinte maneira[4]:
Atos 22 é quase todo dedicado ao discurso que Paulo proferiu em sua defesa no Templo de Jerusalém à multidão que tentava matá-lo (vide Atos 21). Apesar de geralmente falar grego, Paulo falou em hebraico, provocando um grande silêncio. Ele começou se identificando como judeu, "instruído aos pés de Gamaliel" e "zeloso para com Deus". Depois falou de seu tempo como perseguidor dos cristãos (que ele chama de "Caminho" em Atos 22:4) e da sua conversão na estrada para Damasco, inclusive sua cegueira que foi curada por Ananias, um homem «temente a Deus segundo a Lei e que tinha bom testemunho de todos os judeus que ali habitavam» (Atos 22:12), que o batizou. E ele terminou contando como Deus, numa visão, pediu-lhe que ele fosse pregar para os gentios, pois todos sabiam que ele «encarcerava e açoitava pelas sinagogas os que acreditavam» (Atos 22:19–20). Além disso, Paulo confessou ainda ter estado presente no martírio de Estêvão.
A população não quis ouvir mais e o interrompeu aos brados pedindo que fosse morto.
O tribuno da coorte romana (que, segundo Atos 23, chamava-se Lísias) levou Paulo para a cidadela e mandou acoitá-lo e interrogá-lo para tentar descobrir por que despertava tanto ódio dos judeus. Porém, Paulo se declarou cidadão romano e perguntou se era «permitido açoitardes um romano que não foi condenado» (Atos 22:25). Receoso, o tribuno o libertou e ordenou que o Sinédrio se reunisse para julgar Paulo.
Em Atos 22:23–29, Paulo e Lísias discutem sobre a questão da cidadania romana. Parte do procedimento investigativo do tribuno era simplesmente mandar prendê-lo e açoitá-lo. Antes que o açoite começasse, Paulo questionou o centurião se seria legal «açoitardes um romano, e que não foi condenado» (Atos 22:25). Segundo John Polhill, a cidadania tinha várias vantagens. Um cidadão romano estava sujeito à lei romana e, portanto, estava protegido de coisas como ser surrado sem julgamento, de punições cruéis como a crucificação e de prisões ilegais, direitos que não existiam para o provinciano ordinário (peregrinus). Cidadãos tinham ainda o direito de apelação. Apenas um cidadão romano poderia se casar legalmente com outro cidadão romano. Eles estavam ainda isentos de certos impostos. Além disso, havia um considerável fator intangível relativo à honra e deferência que o status conferia[5].
A honraria era tão grande que algumas pessoas arriscavam-se à pena de morte ao alegarem falsamente serem cidadãos[6]. Curiosamente, uma pessoa poderia deter uma dupla-cidadania, pois Paulo não era apenas cidadão da cidade de Roma, mas era também cidadão de Tarso.
Era possível conseguir a cidadania de diversas formas:
Precedido por: Atos 21 |
Capítulos da Bíblia Atos dos Apóstolos |
Sucedido por: Atos 23 |
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