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Assonância, também conhecida como rima vocálica ou toante, é a repetição de fonemas idênticos ou similares em palavras ou sílabas próximas, sejam sons vocálicos ou consonânticos.[1] Mais comum na literatura poética, ela poder ser utilizada com o objetivo de acelerar o ritmo ou de aumentar a expressividade do poema.[2][3] Nas literaturas portuguesa, francesa, espanhola e italiana, a assonância é utilizada de forma característica desde a Idade Média; em inglês, o seu uso só passa a se tornar significativo a partir das obras de Gerard Manley Hopkins e Wilfred Owen, entre o final do século XIX e início do século XX.[1]
O poema Toante, de Manuel Bandeira, utiliza a assonância no lugar de rimas tradicionais ao final de cada verso, criando pares assonânticos nos versos intermitentes de cada estrofe:[1]
Molha em teu pranto de aurora as minhas mãos pálidas.
Molha-as. Assim eu as quero levar à boca,
Em espírito de humildade, como um cálice.
De penitência em que a minh'alma se faz boa...
Foi assim que Teresa de Jesus amou...
Molha em teu pranto de aurora as minhas mãos pálidas.
O espasmo é como um êxtase religioso...
E o teu amor tem o sabor das tuas lágrimas...
- — Manuel Bandeira, Toante[4]
A assonância também pode ser utilizada em contextos musicais:
Sou um mulato nato
No sentido lato
Mulato democrático
do litoral.
- — Caetano Veloso, Sugar Cane Fields Forever[3]
Há exemplos de assonâncias em um mesmo verso na literatura poética:
Ó Formas alvas, brancas, Formas claras
- — Cruz e Sousa, Antífona[5]
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