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jornalista português Da Wikipédia, a enciclopédia livre
António Valdemar (Ponta Delgada, Ilha de São Miguel, 18 de março de 1938) é um jornalista, investigador e olisipógrafo. Natural dos Açores, está radicado em Lisboa desde 1953, ano em que ingressou no Colégio Moderno e se tornou amigo de Mário Soares, como o antigo Presidente da República reconheceu no prefácio de uma obra do autor sobre a revolução republicana em Loures.[1] Regressado aos Açores em 1957, voltou definitivamente à capital em 1959 para iniciar o seu percurso jornalístico no República.
António Valdemar | |
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Nascimento | 18 de março de 1938 (86 anos) Ponta Delgada, Portugal |
Género literário | Reportagem, crónica, ensaio |
Possui, atualmente, a carteira profissional número 1 emitida pela Comissão da Carteira Profissional de Jornalista.[2] Exerceu em vários mandatos funções no Conselho Geral da mesma instituição. Tem exercido o jornalismo profissional desde o fim da década de 1950. Iniciou a carreira no jornal República. Entrou, em 1960, para o quadro do jornal Diário de Notícias, onde permaneceu até 1968[3] Integrou o grupo fundador do jornal “A Capital” em 1967/68 e acumulou o cargo com a chefia da redação de Lisboa do jornal portuense “O Primeiro de Janeiro”, onde colaborou assiduamente com o suplemento “Letras e Artes”. Foi também chefe da redação da revista Vida Mundial. Regressou ao Diário de Notícias em abril de 1980 como redator editorialista e coordenador do suplemento Artes e Letras, exercendo funções até 2007. Manteve duas colunas semanaisː "Espectador” e, durante anos, aos domingos, "Avenida da Liberdade". No “Diário Popular”, assegurou a coluna “Feira da Ladra”.
No Diário de Notícias, no início da década de 1980, integrou o Gabinete Editorial do jornal, encarregando-se de vários trabalhos sobre as obras completas de Fernando Pessoa, o assalto à Sociedade Portuguesa de Escritores ou o 125.º aniversário do Diário de Notícias. Integrou também o grupo de trabalho que elaborou, em 2007, o Campeonato da Língua Portuguesa, promovido pelo semanário Expresso.
Na edição do Expresso de 9 de outubro de 2021, Valdemar cometeu uma das maiores gaffes da história do jornalismo moderno, acusando o escritor e erudito Pedro da Silveira de ter sido informador da Polícia Internacional e de Defesa do Estado no Brasil.[4] Um movimento alargado de escritores, historiadores e amigos de Silveira exigiu a retractação do jornal e do jornalista, apresentando provas sólidas de que a acusação era infundada.[5] No dia 13 de outubro, o Expresso e o autor publicaram um comunicado, reconhecendo a incorrecção completa do artigo e retratando-se pela má prática profissional.[6] Curiosamente, no início da carreira, em outubro de 1960, Valdemar tornara-se conhecido por uma gaffe semelhante, noticiando infundadamente a morte de um subinspector da PIDE, pois confundiu o nome do inspector Rui Pessoa de Amorim com o do seu primo Rui Padrão Pessoa de Amorim, fazendo rir toda a cidade de Lisboa.[7]
Repórter do quotidiano e analista e crítico de questões culturais e cívicas, a sua investigação e abordagem circunscrevem-se ao âmbito da língua e literatura portuguesa e da literatura brasileira; da literatura francesa e da literatura espanhola; da valorização e defesa do património, à história e problemática da cidade de Lisboa e da região dos Açores. Muitos dos seus artigos mais recentes, no diário “Público” e no semanário “Expresso”, abordam estes temas e a história do jornalismo português.
Lecionou jornalismo e orientou em vários locais do país cursos de Comunicação Social e de Cultura Portuguesa (séculos XIX e XX), com destaque para o “Instituto Politécnico de Santarém”. Participou durante vários anos no desenvolvimento do programa de incentivo ao livro e à leitura, sendo coautor com Jacinto Baptista de dois volumes publicados pelo Conselho de Imprensa e pela Alta Autoridade da Comunicação Social.
A história e a evolução de Lisboa, nas suas múltiplas transformações sociais, políticas, literárias, artísticas e urbanísticas, têm sido sistemático objeto de inúmeros e diversificados estudos; da organização de cursos e visitas temáticas para varias instituições. Autor de livros, ensaios e muitas reportagens sobre Lisboa, foi um dos principais colaboradores do Dicionário da História de Lisboa, dirigido e coordenado pelo académico Francisco Santana.
Foi autor de numerosos artigos, reportagens, entrevistas, conferências e outras intervenções em colóquios sobre língua e culturas de expressão portuguesa no âmbito das relações com o Brasil e os outros países lusófonos.
Antes de 1974, colaborou com a Editora Arcádia na publicação do livro “Portugal e o Futuro”, do general “António de Spínola”, distribuído no final de fevereiro de 1974.
Fez a coordenação para a Academia Nacional de Belas Artes, do Inventario Artístico de Portugal, (informatização e da digitalização dos tomos) do Distrito de Aveiro (Zona Nordeste, Norte e Sul); Distrito de Beja (Zona Norte); Distrito de Coimbra (Cidade e Distrito), Distrito de Évora, Distrito de Leiria, Distrito de Portalegre, Cidade do Porto e Distrito de Santarém.
Organizou em 1988, com o patrocínio da Câmara Municipal da Ribeira Grande, da Presidência da República e da Academia Nacional de Belas Artes a I Semana do Barroco, com a intervenção de intelectuais e críticos de renome. O “Conselho da Europa” associou-se a esta manifestação cultural e cívica.
Dirigiu, durante seis anos, a galeria Diário de Notícias, no Chiado, promovendo centenas de exposições de pintura, escultura, cerâmica, gravura e cartum. Também desenvolveu iniciativas conjuntas com o jornal A Capital, na altura integrado na mesma empresa, com destaque para exposições de fotografia selecionada em concursos temáticos. Pela sua importância, destacaram-se na área da pintura Alice Jorge, Luís Dourdil, Álvaro Perdigão, Isabel Laginhas, Gil Teixeira Lopes, Victor Palla, Guilherme Parente, Mário Américo, Emerenciano, Júlio Pereira e Victor Belém. Na escultura, a Galeria acolheu os trabalhos de Barata Feyo (que aqui realizou a primeira exposição em Lisboa de escultura e desenho), Lagoa Henriques, João Fragoso, José Pedro Croft e João da Silva (uma retrospetiva de escultura e medalhística). Na área do cartum, António Valdemar promoveu exposições de António Moreira Antunes (António), Samuel Azavey Torres de Carvalho (Sam) e Vasco de Castro (Vasco) e este último expôs aqui as suas numerosas interpretações da figura de Fernando Pessoa e recriação dos principais heterónimos, incluindo Bernardo Soares, cujo Livro do Desassossego foi então revelado com grande polémica.
Entre 1987 a 2014, interveio em congressos, seminários, simpósios e outras reuniões de projeção nacional e internacional, em nome da Academia Nacional de Belas Artes. Fez parte, de 1987 a 2014, dos júris anuais de atribuição dos prémios da Academia Nacional Belas-Artes, Aquisição e Investigação; José de Figueiredo e Gustavo Cordeiro Ramos
Apresentou vários programas de televisão e de rádio, com destaque para a rubrica “Uma por Semana”, na “RTP”,[8] emitida entre 1996 e 1997, e “Pausa no Quotidiano”, programa diário difundido pela “Antena 1” durante uma década. Foi responsável pela rubrica “Notas de Autor” na TSF.[9]
Em 2019, a Associação Portuguesa de Escritores atribuiu-lhe o título de «sócio honorário» pela intervenção cívica e cultural.[10]
Colaborou igualmente como fonte e consultor em vários documentários televisivos, com destaque para “Nem por Toda a Noite a Vida”, documentário sobre a vida e obra do escritor Vitorino Nemésio. Foi autor de mais de duas dezenas de prefácios de obras literárias[11] . Desde o início da carreira, assina como António Valdemar, pseudónimo literário de José Stone de Medeiros Tavares.[12]
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