Anre ibne Alaite (Amr ibn al-Layth) ou Anre Alaite Safari (em persa: عمرو لیث صفاری; romaniz.: Amr-i Laith Saffari) foi o segundo governante do Império Safárida do Irã de 879 a 901. Era filho de um funileiro e irmão mais jovem do fundador da casa reinante, Iacube ibne Alaite Alçafar.
Anre ibne Alaite | |
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imperador safárida | |
Reinado | 879 - 901 |
Antecessor(a) | Iacube ibne Alaite Alçafar |
Sucessor(a) | Tair ibne Maomé ibne Anre |
Morte | 902 |
Baguedade |
Vida
Segundo as fontes, Anre teria iniciado sua vida como tropeiro e pedreiro, vindo a lutar posteriormente, em 875, ao lado de seu irmão mais velho para tornar-se governador de Herate. Quando Iacube morreu em Pérsis em 879, Anre tornar-se-ia o sucessor do trono safárida perante seu irmão Ali ibne Alaite, que era a escolha preferida por Iacube e seu exército. Após sua ascensão, Anre fez a paz com o Califado Abássida. O califa Almutâmide (r. 870–892) foi forçado a reconhecer a realidade da dominância safárida dos domínios califais orientais, e alcançou um modus vivendi com eles, talvez esperando, segundo Hugh N. Kennedy, aproveitá-los em uma parceria análoga como aquela com taíridas nas décadas anteriores. Consequentemente, os safáridas foram reconhecidos em seus domínios no Coração e Pérsia Oriental, bem como Pérsis, enquanto os abássidas exerceram controle direto sobre Jibal, Ragas e Ispaã.[1][2]
Em 884, o governante bavândida Rustã I (r. 867–896), após ser repelido do Tabaristão pelo governante zaidita Maomé ibne Zaíde (r. 884–900), chegou à corte de Anre, e solicitou sua ajuda para reclamar o trono bavândida. Com a ajuda de Anre, Rustã foi capaz de retornar seus domínios no Tabaristão.[3] Em 897, Ragas foi abandonada aos safáridas pelos abássidas, que não conseguiam defendê-la contra as invasões zaiditas.[2][4][5]
A aliança abássida-safárida no Irã foi mais claramente expressa contra o intrépido general Rafi ibne Hartama, que tinha feito sua base em Ragas e mostrou-se uma ameaça aos interesses califais e safáridas na região. O califa Almutadide (r. 892–902) enviou o duláfida Amade ibne Abdalazize para tomar Ragas de Rafi, que fugiu e fez uma causa comum com os zaiditas do Tabaristão em um esforço para conquistar o Coração safárida. Com Anre mobilizando um sentimento anti-álida contra ele e a esperada assistência dos zaiditas não materializando-se, Rafi foi derrotado e morto na Corásmia em 896. Anre, no pináculo de seu poder, enviou a cabeça do rebelde derrotado para Baguedade, e em 897, o califa transferiu o controle de Ragas para ele.[6]
A aliança finalmente colapsou após Almutadide nomear o governante safárida Anre como governador de Transoxiana em 898, que era governada pelo rival Império Samânida. Almutâmide encorajou-o a confrontar os samânidas, mas no evento, Anre foi esmagadoramente derrotado e levado prisioneiro em 900. O governante samânida, Ismail Samani (r. 892–907), enviou-o em correntes para Baguedade, onde foi executado em 902, após a morte de Almutadide. Como consequência de sua derrota, o califa conferiu os títulos de Anre para Ismail Samani, mas os safárida Tair ibne Maomé ibne Anre (r. 879–901) provou-se suficientemente resiliente para frustrar as tentativas califais de recuperar Pérsis e Carmânia por vários anos. Não foi até 910 que os abássidas conseguiram recuperar a cobiçada província de Pérsis.[1][7][8]
Ver também
Precedido por Iacube |
imperador safárida 879 - 901 |
Sucedido por Tair |
Referências
- Kennedy 1993, p. 759–760.
- Bonner 2010, p. 336.
- Madelung 1993, p. 595–597.
- Mottahedeh 1975, p. 78.
- Kennedy 2004, p. 182–183.
- Bosworth 1975, p. 120.
- Bosworth 1975, p. 121–122.
- Bonner 2010, p. 336–337.
Bibliografia
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