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professora e poetisa brasileira Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Anaíde Beiriz[nota 1] (Parahyba do Norte, 18 de fevereiro de 1905 — Recife, 22 de outubro de 1930) foi uma professora e poetisa brasileira.[1] Tem seu nome ligado à História da Paraíba, devido à tragédia em que foi envolvida, juntamente com o advogado e jornalista João Duarte Dantas, com quem mantinha um relacionamento amoroso.[1]
Anaíde Beiriz | |
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Dados pessoais | |
Nascimento | 18 de fevereiro de 1905 Parahyba do Norte, Paraíba |
Morte | 22 de outubro de 1930 (25 anos) Recife, Pernambuco |
Nacionalidade | brasileira |
Tendo se destacado durante seus estudos, Anaíde formou-se na Escola Normal em maio de 1922, aos dezessete anos de idade. Passou assim a lecionar, alfabetizando os pescadores da então vila de Cabedelo.[1] Jovem e bela, Anaíde foi a vencedora de um concurso de beleza promovido pelo Correio da Manhã em 1925. Chamavam a atenção os seus olhos de cor negra, que lhe valeram o apelido, em seu círculo de amizades, de «a pantera dos olhos dormentes».[1]
Para a mentalidade conservadora da sociedade brasileira à época, particularmente na Paraíba, Anaíde não era uma mulher bem vista por causa das ideias progressistas que alimentava: como poetisa, participava ativamente do movimento intelectual, envolvida em acontecimentos artísticos e frequentando saraus literários. Como cidadã, defendia a participação das mulheres na política, em uma época em que sequer podiam votar; ousava em sua aparência, vestindo roupas decotadas e apresentando um corte de cabelo à la garçonne.
Revolucionária, não se prendia a convenções no que dizia respeito a relacionamentos amorosos.
Em 1928, Anaíde iniciou um relacionamento amoroso com João Dantas, político local ligado ao Partido Republicano Paulista, que fazia oposição ao então presidente do Estado (governador) da Paraíba, João Pessoa. Depois do violento confronto político que deu origem ao Território de Princesa, João Dantas acabou se refugiando no Recife, mantendo o relacionamento com Anaíde à distância, através de cartas. João Pessoa reagiu, mandando a polícia revistar as casas dos revoltosos e suspeitos, em busca de armas que pudessem ser utilizadas em uma revolta armada. Um desses locais foi o escritório de João Dantas na Cidade da Paraíba (atual João Pessoa), invadido em 10 de julho de 1930. Embora não tenham sido encontradas armas, os policiais depredaram as instalações e arrombam o cofre, onde foi encontrada a correspondência de Dantas, inclusive cartas e poemas de amor recebidos de Anaíde.[1]
Nos dias seguintes, o jornal governista A União, e outros órgãos de imprensa estadual ligados à situação, publicaram o conteúdo destas, visando a atingir a honra de Dantas.[nota 2][1]
Em 26 daquele mês, João Dantas, acompanhado de um cunhado, Augusto Caldas, entra na Confeitaria Glória, no Recife, e dispara nas costas de João Pessoa, matando-o.
Criticada publicamente por razões morais e políticas, Anaíde sentiu-se acuada após o assassinato de João Pessoa, que causou comoção popular. Desse modo, abandonou a sua residência na Paraíba e foi morar em um abrigo no Recife, onde passou a visitar João Dantas, detido em flagrante e recolhido à Casa de Detenção daquela cidade. Dantas foi posteriormente encontrado morto em sua cela, degolado, em 3 de outubro do mesmo ano, no início da Revolução de 1930. Embora tenha sido declarado o suicídio como causa mortis na época, as circunstâncias ainda permanecem obscuras.
Anaíde, aos 25 anos de idade, morreu dias após Dantas, supostamente por auto envenenamento. Foi sepultada como indigente no Cemitério de Santo Amaro.[1]
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