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Imperatriz Consorte do Brasil Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Amélia de Leuchtenberg (nome de batismo francês: Amélie Auguste Eugénie Napoléone de Beauharnais; Milão, 31 de julho de 1812 – Lisboa, 26 de janeiro de 1873), foi uma princesa franco-bávara da Casa de Beauharnais, segunda esposa do Imperador Pedro I e Imperatriz Consorte do Brasil de 1829 até 1831. Era filha do príncipe Eugênio, Duque de Leuchtenberg, e de sua esposa, a princesa Augusta da Baviera.[1]
Amélia | |
---|---|
Imperatriz Consorte do Brasil | |
Reinado | 2 de agosto de 1829 a 7 de abril de 1831 |
Predecessora | Maria Leopoldina da Áustria |
Sucessora | Teresa Cristina das Duas Sicílias |
Nascimento | 31 de julho de 1812 |
Villa Mirabellino, Milão, Itália | |
Morte | 26 de janeiro de 1873 (60 anos) |
Palácio das Janelas Verdes, Lisboa, Portugal | |
Sepultado em | Cripta Imperial, Monumento à Independência, São Paulo, Brasil |
Nome completo | |
Amélia Augusta Eugênia Napoleona de Beauharnais | |
Marido | Pedro I do Brasil & IV de Portugal |
Descendência | Maria Amélia do Brasil |
Casa | Beauharnais (por nascimento) Bragança (por casamento) |
Pai | Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg |
Mãe | Augusta da Baviera |
Religião | Catolicismo |
Assinatura | |
Brasão |
Amélia foi a quarta dos sete filhos do general Eugênio de Beauharnais e de sua esposa, a princesa Augusta da Baviera. Seu pai era filho da famosa imperatriz Josefina e de seu primeiro marido, o visconde Alexandre de Beauharnais. Viúva, Josefina casou-se em segundas núpcias com Napoleão Bonaparte, e Eugênio foi adotado oficialmente pelo imperador francês como filho e feito vice-rei da Itália durante as tratativas de seu casamento com Augusta. A mãe de Amélia era filha do rei Maximiliano I José da Baviera e de sua primeira consorte, a princesa Augusta Guilhermina de Hesse-Darmstadt.[2] Entre os irmãos de Amélia estavam Josefina de Leuchtenberg, rainha consorte de Óscar I da Suécia, e Augusto de Beauharnais, príncipe consorte de Maria II de Portugal (enteada de Amélia). Napoleão III foi seu primo-irmão.
Depois da queda de Napoleão em 1814, Eugênio, tendo assumido o título de duque de Leuchtenberg, fixou residência em Munique, mas após sua morte a família ficou em situação incerta, sem grandes perspectivas para o futuro. Embora fossem nobres, seu parentesco com Napoleão não facilitava seu trânsito entre as cortes e o reconhecimento de sua nobreza. O surgimento da possibilidade de casar Amélia com o Imperador do Brasil pareceu à mãe, Augusta, a melhor alternativa para garantir as pretensões da Casa de Leuchtenberg a um status régio.[2]
Após a morte da primeira esposa, a arquiduquesa austríaca Maria Leopoldina, em dezembro de 1826, Pedro I do Brasil incumbiu o Marquês de Barbacena de lhe buscar na Europa uma segunda esposa. Sua tarefa não foi fácil, e vários fatores complicaram a busca. Em primeiro lugar, Pedro havia estipulado quatro condições para aceitar uma nova consorte: ela deveria ser de bom nascimento, bela, virtuosa e culta. Não eram muitas as princesas disponíveis que satisfaziam todos os requisitos. Além disso, a imagem do Imperador na Europa não era boa, seu envolvimento com a Marquesa de Santos era notório e dificilmente alguma candidata deixaria as cortes europeias para casar-se com quem tinha fama de infiel, assumindo além disso cinco enteados. Para piorar a situação, o antigo sogro de Pedro, o imperador austríaco Francisco I, não tinha o ex-genro em bom conceito e divergia de suas ideias políticas, e aparentemente agiu para boicotar um novo casamento a fim de garantir que seus netos herdassem o trono brasileiro, se sobrevivessem à infância.[3]
Após enfrentar a recusa de oito princesas, o que tornara o embaixador objeto do escárnio nas cortes, Barbacena, em concordância com o imperador, baixou as expectativas e passou a buscar uma noiva apenas "bela e virtuosa". Surgiu enfim Amélia como uma boa possibilidade, mas seu encontro não se deveu a Barbacena, e sim ao Visconde de Pedra Branca, ministro em Paris, a quem ela havia sido indicada.[4] Não tinha uma linhagem particularmente distinguida por parte de mãe, e seu pai, enteado de Napoleão Bonaparte, em muitos lugares não tinha sua nobreza reconhecida justamente pelo ódio que o ex-imperador francês suscitara em boa parte da Europa. Entretanto, era seu único "defeito". A princesa era muito bela, alta, bem proporcionada, com um rosto delicado e cabelos alourados. O Marquês de Resende, enviado para confirmar a formosura da jovem, escreveu ao Imperador cobrindo-a de elogios e dizendo que ela tinha "um ar de corpo como o que o pintor Correggio deu nos seus quadros à Rainha de Sabá".[3] Era, também, muito culta e sensível. Uma notícia do London Times na época afirmou que ela era uma das princesas mais bem educadas e preparadas da Alemanha.[5]
O casamento foi rapidamente arranjado. A convenção matrimonial foi assinada na Inglaterra em 30 de maio de 1829, ratificada em 30 de junho, em Munique, pela mãe e tutora da noiva, a Duquesa de Leuchtenberg. Em 30 de julho daquele ano, foi confirmado, no Brasil, o tratado do casamento de Sua Majestade com Amélia. Ao confirmar-se o casamento, Pedro rompeu definitivamente sua ligação com a Marquesa de Santos. A cerimônia do casamento, realizada por procuração em Munique, na capela do Palácio de Leuchtenberg, a 2 de agosto daquele ano, foi singela, contando com poucos convidados,[3] já que Amélia insistiu em doar a um orfanato de Munique a substancial dotação enviada por Pedro para uma celebração faustosa.[2] O noivo foi representado pelo Marquês de Barbacena. Amélia tinha apenas dezessete anos, e seu marido, trinta.[3]
A mãe da noiva previu as dificuldades pelas quais sua filha passaria, e providenciou que ela fosse preparada. Além de um bom dote e enxoval, aconselhou-a, recomendando que demonstrasse seus sentimentos e deixasse de lado a timidez para não desestimular o marido, que fosse amorosa com os enteados, e sobretudo que se mantivesse fiel, como imperatriz, aos interesses brasileiros. Além disso, incumbiu o cientista Carl Friedrich von Martius de, durante sua viagem, instruí-la sobre a nação que governaria, e a Condessa de Itapagipe, de introduzi-la no conhecimento da personalidade do seu esposo, da língua portuguesa e dos costumes da corte brasileira.[3]
Amélia de Leuchtenberg chegou ao Rio de Janeiro em 16 de outubro de 1829,[6] na fragata Imperatriz, vinda de Oostende, na Bélgica, bem antes da data prevista. Consta, que ao saber que o navio se aproximava, D. Pedro embarcou em um rebocador para encontrá-lo fora da barra, e ao ver que a beleza da esposa correspondia às suas altas expectativas, desfaleceu de emoção.[3] Acompanhavam-na a bordo o Marquês de Barbacena e a pequena Maria da Glória, a futura Maria II de Portugal, em favor de quem o pai renunciara aos seus direitos ao trono português em 1828. Barbacena, que na mesma viagem havia recebido a missão de levar Maria para os cuidados de seu avô, o imperador Francisco I, no meio do trajeto soube da usurpação do trono português por Miguel, irmão de Pedro, e decidiu em vez levá-la para a Inglaterra, que considerou um lugar mais seguro. Após concluir as tratativas do enlace imperial, buscou-a novamente, embarcando-a de volta para o Brasil junto com a comitiva de Amélia, onde se encontrava também o irmão da noiva, Augusto de Beauharnais, 2.° Duque de Leuchtenberg.[4] Pouco depois do primeiro encontro do casal, os filhos do primeiro casamento de Pedro conheceram sua madrasta ainda no navio que a trouxera, para almoçarem todos juntos.[2]
No dia seguinte, ao meio-dia, sob uma forte chuva, Amélia desembarcou, sendo recebida com uma solene procissão. Em seguida dirigiu-se, com seu esposo, à Capela Imperial para receberem as bênçãos nupciais. A beleza da imperatriz deslumbrou a todos, realçada por um longo vestido branco e um manto bordado em prata, segundo a moda francesa. Depois da cerimônia houve uma celebração pública com fogos de artifício, e a corte foi servida com um grande banquete de Estado.[2] Neste mesmo dia, Pedro instituiu, como prova de boas intenções, a Ordem da Rosa, cujo lema é "Amor e Fidelidade".[7]
Em janeiro de 1830, ocorreu a apresentação formal da nova imperatriz à corte, com um baile em que todas as damas se vestiram com a cor rosa, sua preferida. Somente no dia seguinte ao baile o casal iniciou sua lua-de-mel, passando seis semanas na fazenda do padre Correa, na Serra Fluminense, local onde futuramente se ergueria a cidade de Petrópolis.[4]
Em seu retorno, encontraram o clima na corte pesado, por conta de problemas causados pelo notório Chalaça, amigo íntimo do imperador. Barbacena aproveitou para livrar-se do antigo desafeto, recomendando que ele partisse para a Europa, no que contou com o apoio irrestrito da nova imperatriz, ansiosa para apagar tudo que pudesse lembrar o passado aventuresco de seu esposo. Ela já havia mostrado atitudes firmes anteriormente, recusando-se desde o início a receber na corte a Duquesa de Goiás, filha de Pedro com a Marquesa de Santos, e exigindo que ela fosse mandada para um colégio na Suíça.[4]
Ao instalar-se no Palácio de São Cristóvão, percebendo a falta de protocolo que reinava, Amélia impôs à corte como língua oficial o francês e o cerimonial de uma corte europeia. Procurou atualizar a moda e a culinária, redecorou o palácio e renovou os serviços de mesa e pratarias, tentando refinar os costumes. Em parte teve sucesso, e a elegância da imperatriz, sempre impecavelmente vestida, se tornou famosa no estrangeiro.[8]
Seu relacionamento com seus enteados foi, segundo relatos, muito positivo. Tendo cativado imediatamente o afeto do marido, sua bela aparência, seu bom senso e sua gentileza no trato conseguiram o mesmo das crianças. Dedicou-se a assegurar que recebessem uma boa educação e tivessem um bom ambiente familiar. Um viajante francês registrou pouco após o casamento: "Parece que a imperatriz continua a exercer sua influência sobre as crianças de Pedro. Os felizes resultados já são aparentes, já fez consideráveis reformas no palácio, e a ordem começa a reinar; a educação das princesas é supervisionada e dirigida pela imperatriz pessoalmente", o mesmo cuidado recebendo o herdeiro do trono, o pequeno Pedro de Alcântara. Prova-o o fato de que ele em breve passou a chamá-la de "mamãe".[2] Amélia sempre manifestou-lhe carinho, e até sua morte manteve correspondência com ele, tentando instruí-lo e apoiá-lo. Sobrevivem cerca de seiscentas cartas que trocaram. Pedro II retribuiria a gentileza solicitando sua ajuda para casar suas próprias filhas e visitando-a em Lisboa em 1871.[9][10]
Também foi importante sua presença para resgatar a popularidade de seu marido e animá-lo em um momento difícil do novo império, mas o entusiasmo gerado pelo casamento entre a população durou pouco.[3] José Bonifácio aconselhou-a no sentido de que fizesse o marido se reconciliar com o povo, mas nada adiantou.[5] A precariedade da situação econômica e a turbulência política precipitaram uma crise incontornável, e em 7 de abril de 1831 Pedro abdicou, deixando o trono para seu filho Pedro de Alcântara.[3]
Amélia seguiu com Pedro, agora com o título de duque de Bragança, de navio para a Europa. Encontrava-se grávida de três meses e sofreu muito com enjoos.[3] O primeiro porto a ser alcançado foi do Faial, no arquipélago dos Açores. Após se reabastecer, o navio seguiu viagem rumo a Cherburgo, na França, chegando ali em 10 de junho de 1831. Foram recebidos com honras de monarcas reinantes, com uma salva de 21 tiros de canhão e um destacamento de cinco mil soldados da Guarda Nacional. A Prefeitura da cidade ofereceu-lhes um palácio para que se acomodassem, mas em 20 de junho Pedro seguiu para Londres, deixando para trás Amélia, à qual se reuniu Maria da Glória em 23 do mesmo mês.[11]
Em seguida, Amélia estabeleceu residência em Paris, com Maria da Glória e Isabel Maria, Duquesa de Goiás, que acabaria adotando por filha.[12] No dia 30 de novembro de 1831 a imperatriz deu à luz a princesa Maria Amélia de Bragança, sua única filha.[3] O pai expressou sua felicidade em carta ao pequeno Pedro II, nos seguintes termos: "A Divina Providência quis diminuir a tristeza que sente meu coração paterno pela separação de V.M.I. [Vossa Majestade Imperial] dando-me mais uma filha e, à V.M.I., mais uma irmã e súdita".[13]
Enquanto isso, Pedro I empreendia uma encarniçada luta contra o seu irmão, Miguel I, pelo trono português, em nome de sua filha, Maria da Glória.[3] Com a notícia da vitória do Duque de Bragança em Lisboa, Amélia partiu com sua filha e sua enteada para Portugal, chegando à capital em 22 de setembro de 1833.[14] Com Miguel derrotado e exilado de Portugal, Pedro e sua família estabeleceram-se inicialmente no Palácio do Ramalhão e, mais tarde, no Palácio Real de Queluz.[15]
Os prolongados combates na cidade do Porto e a luta de trincheira, minaram a saúde de d. Pedro que contraiu tuberculose e faleceu em 24 de setembro de 1834.[15] Amélia respeitou as disposições testamentárias do finado, que desejava ter sua filha ilegítima com a Marquesa de Santos, Maria Isabel, bem-educada na Europa, como estava sendo sua outra filha, Isabel Maria, Duquesa de Goiás, mas apesar do convite feito para que lhe enviasse a menina, a marquesa declinou. Pedro também estipulara dotes para outros de seus filhos adulterinos, que foram concedidos às expensas da herança de Amélia e de sua própria filha, expressando seu respeito pelo amor que Pedro dedicara a toda a sua prole, legítima ou não.[16]
Amélia não voltou a se casar; mudou-se para o Palácio das Janelas Verdes e dedicou-se a obras de caridade e à educação da filha, que demonstrou possuir grande inteligência e pendor para a música,[3] ocasionalmente visitando a Baviera com sua menina. Apesar de estabelecidas em território luso, elas não eram consideradas parte da família real portuguesa. Amélia solicitou então ao governo brasileiro o reconhecimento dela e de sua filha como membros da família imperial brasileira, com direito a uma pensão, mas Pedro II ainda era menor de idade e o Brasil era governado por uma Regência, que temia uma possível influência da imperatriz-viúva nos negócios de Estado e, mesmo, sua adesão a facções políticas que pudessem vir a prejudicar o governo. Assim, recusou-se o reconhecimento de Maria Amélia como uma princesa brasileira e proibiu-se a ela e sua mãe de colocarem os pés no país. Entretanto, com a maioridade de Pedro II, que mantinha boas relações com elas, a situação mudou, e em 5 de julho de 1841 mãe e filha foram reconhecidas como membros da família imperial brasileira.[17]
Por infelicidade, logo após noivar com o arquiduque Maximiliano da Áustria no início de 1852, a princesa Maria Amélia passou a mostrar os sintomas da tuberculose. A doença fez com que ela e sua mãe mudassem para o Funchal, na Ilha da Madeira, em busca de ares mais salubres, lá chegando em 31 de agosto. Todavia, a princesa não resistiu e faleceu, aos vinte e dois anos de idade, em 4 de fevereiro de 1853.[3][18] Sua morte repercutiu profundamente sobre a mãe, que visitou o túmulo da filha todos os anos no dia 4 de fevereiro até ela mesma falecer, financiou a construção de um hospital no Funchal chamado "Princesa Dona Maria Amélia", ainda existente, e legou suas propriedades na Baviera ao arquiduque Maximiliano, "a quem [ela] ficaria feliz em ter como genro, se Deus tivesse conservado sua amada filha Maria Amélia".[19]
Após a morte da filha, Amélia voltou a residir em Lisboa, onde morreu em 26 de janeiro de 1873, aos sessenta anos.[20] De acordo com o estabelecido em seu testamento, sua irmã, a Rainha da Suécia, foi sua principal herdeira, mas legou para o Brasil muitos documentos pertencentes a Pedro, hoje preservados no Arquivo Histórico do Museu Imperial de Petrópolis.[3]
D. Amélia faleceu às 5h da manhã de 26 de Janeiro de 1873, sem agonia, embora tenha passado muito mal a madrugada inteira. Sofreu colapso cardíaco seguido de óbito. Foram constatados edemas, lesões pulmonares e angina pectoris (dor no peito que apresentava desde 1834, época da morte do imperador). O quadro era muito grave. Há registros anteriores de febre, bronquite e sufocação, quando chegou a pedir os sacramentos, mas melhorou ao saber das visitas que sua irmã, a rainha Joséphine da Suécia, e D. Pedro II fariam a ela.[21]
Conforme notícia publicada em 29 de janeiro de 1873:
"o cadáver de sua Magestade a Imperatriz do Brazil foi embalsamado pelos Drs. Barral, Manuel Carlos Teixeira, assistindo a este acto os testamenteiros e a Sr.ª Condessa de Rio Maior, D.Isabel. Antes do cadáver ser encerrado no caixão de chumbo, fizeram ver Sua Magestade os Srs. Marquezes de Resende, Viscondes de Almeida e de Aljezur, as damas e todos os criados de sua casa".[21]
O corpo foi sepultado na Igreja São Vicente de Fora, no Panteão dos Bragança. O ataúde foi forrado por fora de veludo preto, guarnecido de galão de ouro fino, com uma cruz de tela de seda branca, bordada a ouro, com duas fechaduras e chaves de ferro e metal dourado. Neste ataúde havia dois caixões, sendo que um era de chumbo, soldado a um outro de madeira. Dentro do de madeira havia outro de cedro, fechado com parafusos. "Ela estava vestida com um vestido de seda preto lizo, sem enfeites, com punhos e colarinhos de renda branca. Na cabeça uma touca de cambreia branca bordada, e sobre esta um véo de renda de seda preta, crucifixo nas mãos, meias brancas e sapatos pretos sem enfeites".[22]
Seus restos mortais foram trasladados para o Brasil em 1982 e jazem na Cripta Imperial do Monumento à Independência do Brasil, em São Paulo.[23]
Em 2012 os restos mortais da imperatriz, bem como de Pedro I e de sua primeira esposa, Leopoldina, foram exumados pela primeira vez por uma equipe de cientistas liderada pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, junto com especialistas da Faculdade de Medicina da USP.[24] O processo foi cercado de sigilo, e apenas em 2013 veio a público.[25]
Descobriu-se que o corpo de Amélia estava mumificado, com vários órgãos preservados. Os exames realizados revelaram que ela sofria de grave escoliose, uma deformação na coluna espinhal, e osteoporose, um enfraquecimento dos ossos.[24] Media entre 1,60 m e 1,66 m de altura e havia perdido vários dentes.[26] O vestido que usava era preto, já que desde a morte de seu esposo, Pedro, ela guardara luto.[24] As causas da mumificação ainda não foram bem esclarecidas, mas descobriu-se que seu corpo sofreu um processo de conservação após a morte, com a inoculação de substâncias aromáticas como cânfora e mirra. Também deve ter contribuído o lacramento hermético do caixão, impedindo a invasão de microrganismos que decompõem a matéria orgânica. Após os estudos, o corpo recebeu um novo tratamento para sua conservação, semelhante ao usado na época de seu falecimento.[27]
Nacionais:
Enquanto Imperatriz Consorte do Brasil, Dona Amélia foi Grã-Cruz das seguintes Ordens:
Estrangeiras:[29][30][31][32][33]
do Brasil |
do Brasil (alternativo) |
da Ordem da Rainha Maria Luísa |
Amélia de Leuchtenberg foi a personagem principal do romance de Ivanir Calado Imperatriz no Fim do Mundo: Memórias Dúbias de Amélia de Leuchtenberg (1997). Também foi personagem interpretada no cinema e na televisão por:
Amélia de Leuchtenberg Casa de Beauharnais 31 de julho de 1812 – 26 de janeiro de 1873 | ||
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Precedida por Maria Leopoldina da Áustria |
Imperatriz Consorte do Brasil 2 de agosto de 1829 – 7 de abril de 1831 |
Sucedida por Teresa Cristina das Duas Sicílias |
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