Acaz (em hebraico: אָחָז - 'Aḥaz; "realizou"), o nome Acaz é uma abreviatura do nome de Jeoacaz (em hebraico: יְהוֹאָחָז; - Yəhō'aḥaz; "Senhor realizou"), foi o décimo segundo rei de Judá, e o filho e sucessor de Jotão. Acaz tinha 20 anos quando se tornou o 12º rei de Judá, iniciou o seu reinado em 735 a.C. e governou por 16 anos, sendo contemporâneo do profeta Isaías.
Acaz | |
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Rei de Judá | |
12.º Rei de Judá | |
Reinado | 735 a.C a 719 a.C |
Antecessor(a) | Jotão de Judá |
Sucessor(a) | Ezequias |
Nascimento | 755 a.C. |
Morte | 719 a.C. |
Pai | Jotão de Judá |
Ocupação | monarca |
Filho(s) | Ezequias |
É considerado um rei mau, de acordo com a Bíblia, pois promoveu a idolatria, fechou as portas do Templo de Deus e sacrificou o próprio filho aos deuses pagãos. Além disso, ele ofereceu sacrifícios e queimou incenso nos lugares altos, nas colinas e debaixo de toda a árvore frondosa, imitando as abominações das nações que Deus havia expulsado diante dos israelitas.
Sofreu importantes derrotas militares e não conseguiu obter o apoio da Assíria para controlar os conflitos com as nações vizinhas. Mesmo durante o cerco de Tiglate-Pileser, rei da Assíria, o rei Acaz continou a sua infidelidade a Deus,[1] oferecendo sacrifícios aos deuses de Damasco que o haviam derrotado. Acaz dizia: Os deuses dos reis da Síria os ajudam na guerra. Por isso, eu ofereço sacrifícios a eles também. Esses deuses acabaram tornando-se uma armadilha para Acaz e para todo o Israel. Nessa época, o rei Acaz mandou pedir ajuda ao rei da Assíria. Os edomitas tinham invadido Judá e capturado prisioneiros. Também os filisteus tinham feito incursões na planície e no Neguev de Judá. Tinham tomado as cidades de Bete-Semes, Aialon, Gederot, Soco, Tamma e Ganzo. De fato, Deus estava humilhando Judá, por causa de Acaz, rei de Judá, pois ele levava o povo a extraviar-se, e era infiel a Deus.[2] Acaz ajuntou todos os objetos do Templo de Deus e quebrou tudo. Mandou fechar as portas do Templo de Deus e construiu altares em todas as esquinas de Jerusalém. Construiu lugares altos em todas as cidades de Judá, para queimar incenso aos deuses estrangeiros, provocando a ira do Senhor, Deus de seus antepassados.
Ao falecer, não foi sepultado junto com os restos mortais dos reis de Israel.
A história de Acaz pode ser lida em IV Reis (II Reis 16:1–20) e em II Crônicas (II Crônicas 28:1–27), ambos livros do Antigo Testamento. Isaías 7:1 narra sua campanha contra o Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel.
Reinado
À época de Acaz, o Reino de Judá apresentou visíveis sinais de declínio. O reino vassalo de Edom rebelou-se com sucesso e os filisteus reconquistaram seus territórios na planície costeira. Além disso, os exércitos coligados do Reino de Israel (governado por Peca) e de Aram-Damasco (Síria) invadiram Judá, infligindo severa derrota militar às forças de Acaz. Embora não tenham conseguido tomar Jerusalém, os aliados carregaram consigo imensos despojos e uma grande quantidade de prisioneiros. Foi nessa ocasião que a coalizão invasora removeu o controle de Judá sobre o importante porto de Elate,[3] que foi devolvido aos edomitas. Acuado, Acaz desprezou as advertências de seu conselheiro, o profeta Isaías, e buscou a proteção da Assíria, enviando uma mensagem e valiosos presentes a Tiglate-Pileser III. Segundo 2Reis 16,7, a mensagem dizia: "Sou teu servo e teu filho. Vem libertar-me das mãos do rei da Síria e do rei de Israel, que se insurgiram contra mim".
Os assírios responderam enviando um poderoso exército que esmagou, rapidamente, os aliados. Damasco foi ocupada e Israel perdeu grande parte de seu território. Todos os reinos da região se tornaram tributários da Assíria, inclusive o Reino de Judá. Em uma inscrição, Acaz é mencionado como um monarca que remete a Nínive, ouro, prata, estanho, ferro, chumbo e peças de vestuário. O Livro dos Reis também registra que ele foi a Damasco prestar homenagem a seu suserano assírio.
Precedido por Jotão |
Rei de Judá 16 anos |
Sucedido por Ezequias |
Provas arqueológicas
A Bula de Acaz
Hoje parte da coleção de Shlomo Moussaieff, a bula - pequeno pedaço de argila que era produzido pela pressão de um selo, principalmente, com a finalidade de assinar correspondências - foi encontrada num mercado de antiguidades, logo, há a dúvida se é uma peça original.
Nela, além da citação Pertence a Acaz (filho de) Jotão, Rei de Juda há também a impressão digital do Rei.
Com a comprovação da veracidade desta peça, seria, junto com o selo de Usha, a primeira prova arqueológica da existência deste personagem bíblico.[4]
O selo de Usha
Encontrado em 1940 no mercado de antiguidades, este selo, hoje disposto na Universidade de Yale, confirmaria, indiretamente a existência deste personagem por ter uma citação a ele.
Cunhado em cornalina, uma pedra semi-preciosa alaranjada, este selo em formato de escaravelho e com ícones pagãos egípcios, contém os dizeres Pertence a Ushna, servo de Ahaz.[4]
Referências
- G1. «Mesmo durante o cerco, o rei Acaz continua infiel a Javé». Consultado em 23 de fevereiro de 2018. Arquivado do [http://g1 globo.com/noticia/732/07/mesmo-durante-o-cerco-assirio-o-rei-acaz-continua-infiel-a-deus original] Verifique valor
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(ajuda) em 16 de julho de 2013 line feed character character in|url=
at position 10 (ajuda) - G1. «Sem Deus na sua presença, Acaz leva o povo de Judá a extraviar-se». Consultado em 23 de fevereiro de 2018[ligação inativa]
- II Reis 16:6
- «Quando a Arqueologia confirma a Bíblia: As Bulas e os Selos». Israel em Casa. 22 de dezembro de 2021. Consultado em 8 de janeiro de 2022
- (em português) Bíblia on-line: II Crônicas, 28
- Joan Comay, Quem é quem no Antigo Testamento, Rio de Janeiro, Imago, 1998.
- Axel Bergstedt: Os Reis no Trono de Davi
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