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orientalista francês Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Abraham Hyacinthe Anquetil-Duperron (Paris, 7 de dezembro de 1731 — Paris, 17 de janeiro de 1805) foi o primeiro[1] profissional francês estudioso da cultura indiana. Concebeu o quadro institucional para a nova profissão. Inspirou a fundação da Escola Francesa do Extremo Oriente um século após sua morte e, ainda mais tarde, a fundação do Instituto Francês de Pondicherry.[2]
Membro associado (d) Académie des Inscriptions et Belles-Lettres | |
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Abraham Hyacinthe Anquetil-Duperron |
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Anquetil-Duperron foi irmão de Louis-Pierre Anquetil, o historiador.[3]
Anquetil-Duperron nasceu em Paris. Viveu na Índia por sete anos (1755-1761), onde os sacerdotes parsis ensinaram-lhe o idioma persa, e traduziram o Avestá para ele (provavelmente não é verdade que dominou o avéstico). Editou uma tradução francesa daquela tradução persa em 1771, a primeira publicação impressa de textos do Zoroastrismo. Publicou também uma tradução latina dos Upanixades em 1804.
Foi educado para o sacerdócio em Paris e Utrecht, mas seu gosto pelos idiomas hebraico, árabe, persa, e outras línguas orientais levou-o a mudar de curso para dedicar-se inteiramente a elas. Sua participação diligente na Biblioteca Real atraiu a atenção do zelador dos manuscritos, o abade Sallier, cuja influência proporcionou-lhe um pequeno salário como estudante de línguas orientais.[3]
Anquetil-Duperron primeiramente interessou-se por alguns fragmentos do Vendidade, uma parte da coleção de textos que compõem o Avestá, e planejou uma viagem à Índia para descobrir as obras de Zaratustra. Com este propósito, alistou-se como soldado, em 2 de novembro de 1754, na expedição indiana que estava prestes a partir do porto de L'Orient. Seus amigos conseguiram sua dispensa do serviço militar, e deram-lhe de presente uma passagem, um lugar à mesa do capitão do navio, e um salário, cujo montante foi fixado pelo governador da colônia francesa na Índia.[3]
Depois de uma viagem que durou seis meses, Anquetil-Duperron desembarcou, em 10 de agosto de 1755, em Puducherry. Ali permaneceu um curto período para aprender o persa moderno, e, em seguida, apressou-se a ir até Chandannagar a fim de aprender o sânscrito. Exatamente nesse momento a França declarou guerra à Inglaterra; Chandannagar foi tomada pelos ingleses, e Anquetil-Duperron retornou, por terra, para Puducherry. Encontrou um dos seus irmãos em Puducherry, e embarcou com ele para Surate; mas, visando explorar o país, desembarcou em Mahé e seguiu a pé. Em Surate adquiriu, pela perseverança e contato com teólogos parsis, conhecimento suficiente do persa antigo (avéstico, que Anquetil-Duperron, equivocadamente, chamou de Zend) e línguas do médio persa para traduzir a parte dos textos do Zoroastrismo chamado Vendidade (ou Vendidade Vide) e algumas outras obras.[3]
De lá propôs ir para Benares, para estudar a língua, antiguidades, e as leis sagradas dos hindus; mas a captura de Puducherry pelos ingleses obrigou-o a deixar a Índia. Retornando à Europa em um navio inglês, passou algum tempo em Londres e Oxford, e depois partiu para a França. Chegou a Paris em 14 de março de 1762 na posse de cento e oitenta manuscritos orientais, além de outras curiosidades.[3]
O abade Jean-Jacques Barthélemy conseguiu-lhe uma pensão, com a nomeação de intérprete de línguas orientais na Biblioteca Real. Em 1763 foi eleito associado da Academia de Inscrições, e começou a providenciar a publicação do material que havia coletado durante suas viagens no Oriente. Em 1771 publicou seu Zendavestá (3 volumes), contendo coleções dos escritos sagrados do Zoroastrismo, uma vida de Zaratustra (Zoroastro), e fragmentos de obras atribuídas a Zaratustra. Em 1778 publicou em Amsterdã a sua Législation orientale, na qual tentou provar que a natureza do despotismo oriental foi muito deturpada. Sua Recherches historiques et géographiques sur l'Inde foi publicada em 1786, e fez parte da Geography of India de Joseph Tiefenthaler.[3]
A Revolução Francesa parece ter-lhe afetado muito. Durante esse período, abandonou a sociedade, e viveu em pobreza voluntária com apenas alguns centavos por dia. Em 1798 publicou L'Inde en rapport avec l'Europe (Hamburgo, 2 volumes). De 1801 a 1802 publicou uma tradução latina (2 volumes) do persa do Oupnek'hat ou Upanixade. Este texto extremamente interessante e influente, a primeira tradução de uma coleção de Upanixades em uma língua europeia, apresenta não só a tradução em latim, com muitas palavras em grego, persa, e sânscrito, mas também volumosas notas e ensaios de Anquetil-Duperron. Estas contribuições representam mais da metade do total de páginas do volume do Oupnek'hat.[3]
Arthur Schopenhauer, um dos muitos leitores interessados desta versão especial de cinquenta Upanixades, deparou-se com este livro na primavera de 1814 e repetidamente chamava-o não apenas de seu livro favorito, mas o trabalho de toda a literatura mundial que é mais digno de ser lido.[4]
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