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curta-metragem de animação realizada por José Miguel Ribeiro Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Suspeita é uma curta-metragem de animação portuguesa de 1999 realizada por José Miguel Ribeiro.[1]
A Suspeita | |
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cartaz de A Suspeita | |
Portugal 1999 • cor • 25 min | |
Direção | José Miguel Ribeiro |
Produção | Luís da Matta Almeida |
Coprodução | Zepplin Filmes / RTP |
Roteiro | Virgílio Almeida, Gonçalo Galvão Teles, Levina Valentim |
Música | Bernardo Devlin |
Sonoplastia | Ari de Carvalho, Mafalda Roma e António Garcia |
Idioma | (em português) |
"A Suspeita" é talvez um dos maiores sucessos do cinema português, apesar de desconhecido do grande público. Trata-se de uma curta-metragem de animação de José Miguel Ribeiro que datando de 1999 só em 2001 foi exibida nas salas de cinema portuguesas.[1]
"A Suspeita" já ganhou 23 prémios, em Festivais de Animação como Estugarda, Hiroxima e Bruxelas. E, em 2000, recebeu o mais importante prémio de curtas de animação europeias - o Cartoon D'Or.[1]
O filme, protagonizado por bonecos de látex e resina, conta a história de quatro personagens, entre as quais um potencial assassino, um canivete de Barcelos e um revisor, que viajam no mesmo comboio. Será que todos vão chegar ao fim da viagem?[1]
Num compartimento de carruagem de comboio, quatro pessoas, um revisor, um canivete e um potencial assassino. Uma viagem de comboio e um mistério por desvendar.[2]
Segundo a RTP, trata-se de um dos mais sólidos e originais filmes de animação produzidos em Portugal, um dos mais ambiciosos e, podemos dizer, um dos mais justamente premiados no plano nacional e internacional. Entre outros, recebeu o Prémio RTP-Onda Curta no Fantasporto 2001 e o Cartoon D´Or do mesmo ano, ou seja, o máximo galardão europeu, sem qualquer dúvida, um dos mais importantes do mundo.[2]
Segundo o crítico de cinema Jorge Leitão Ramos, no Expresso, "O que há de mais surpreendente nesta curta-metragem de animação é a ousadia. Em Portugal, país como se sabe com um cinema de animação em estado de artesanato, intentar um filme de animação de volumes, com marionetas, que é técnica associada à ideia de indústria, não parece coisa de quem está bom da cabeça. Ou seja, almejar ser-se Nick Park sem a Aardman, nem sequer o dinheiro da BBC quanto mais o da Dreamworks...[3]
Também para Leitão Ramos, "O que há de mais rejubilante em A Suspeita são os resultados: 25 minutos de uma história com pés e cabeças, comboio, paisagens, enredo policiário, bonecos de cor, luz, som e voz e alguns personagens que nos ficam na memória – cada um deles possível protagonista para outras aventuras e seriam, cada uma delas bem diferentes. A Helena bem podia acabar em tórridos enlaces, estamos a ver o pobre Salcedas em funcionário público, agente e vítima de kafkianas burocracias, apetece reencontrar o Revisor degolado pela boca num cenário de horror, a Esmeralda até dava personagem de um pátio das cantigas no Cacém ou Mem Martins, Jonas on the road por IPs e ICs de Cavaco ou Guterres não ficaria mal. Quer isto dizer que os personagens existem, tipificados em pequenos gestos ou modos e logo reconhecíveis, o que, como se sabe, é condição básica para que uma ficção aconteça.[3]
Depois, para Leitão Ramos, "há o humor. Um humor de 2º grau, de quem já viu muito cinema e histórias contadas e, agora, faz paródia saborosa com os arquétipos que todos conhecemos. Não há que falar de Hitchcock, Hitchcock é outra coisa (não é por causa de haver um assassino desconhecido a bordo que há que convocar tais referências). Há que falar de Nick Park, pois a postura diante do universo das ficções é similar.[3]
Finalmente, para Leitão Ramos, "há o maravilhamento. Para quem tenha a consciência dos materiais e dos modos de fabricação, para um adulto – e A Suspeita não é ficção para crianças –, assistir à magia dos bonecos em movimento é sempre um assombro, descobrir as soluções um processo encantado. A fita ganhou em 2000 o Cartoon d’Or (prémio máximo da animação europeia de curta duração) com inteiro merecimento.[3]
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