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telenovela brasileira produzida e exibida pela Rede Globo Da Wikipédia, a enciclopédia livre
A Cabana do Pai Tomás é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 7 de julho de 1969 a 28 de fevereiro de 1970, em 204 capítulos, substituindo A Grande Mentira e sendo substituída por Pigmalião 70.
A Cabana do Pai Tomás | |||||||
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Informação geral | |||||||
Formato | Telenovela | ||||||
Gênero | Drama | ||||||
Duração | 55 minutos | ||||||
Criador(es) | Hedy Maia | ||||||
Baseado em | Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe | ||||||
Elenco | |||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | português | ||||||
Episódios | 205 | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Daniel Filho | ||||||
Tema de abertura | "Cabana do Pai Tomás" (instrumental), Lyrio Panicali[1] | ||||||
Localização | São Paulo, SP | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Distribuição | TV Globo | ||||||
Formato de exibição | Preto e branco | ||||||
Transmissão original | 7 de julho de 1969 – 28 de fevereiro de 1970 | ||||||
Cronologia | |||||||
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Baseada no romance Uncle Tom's Cabin, de Harriet Beecher Stowe, foi adaptada em formato de telenovela por Hedy Maia, com colaboração de Péricles Leal, supervisão de texto de Glória Magadan e Walther Negrão, sob direção de Fábio Sabag, Daniel Filho, Walter Campos e Régis Cardoso e direção geral de Daniel Filho.[2][3]
É considerada uma obra racista pelo uso de blackface — prática de atores brancos se pintarem de preto para pareceram negros — e de estereótipos da forma de andar e falar dos afrobrasileiros para retratá-los.[4][5] Logo na estreia o influente escritor Plínio Marcos escreveu um editorial de repúdio pela representação negra na novela.[2] Apesar disso, destaca-se por trazer Ruth de Souza como a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela na TV Globo e a segunda na televisão brasileira, após Iolanda Braga, em A Cor da Sua Pele (1965) na Rede Tupi. Foi produzida em preto-e-branco.[6]
Contou com Sérgio Cardoso, Ruth de Souza, Maria Luíza Castelli, Miriam Mehler, Edney Giovenazzi, Paulo Goulart, Ivete Bonfá e Isaura Bruno nos papéis principais.
Para a novela, a 6.ª da emissora no horário das 19 h, foram construídos dois estúdios na emissora em São Paulo. Uma embarcação do século XIX foi reproduzida para as gravações e uma colheita de algodão, numa fazenda de Campinas foi antecipada exclusivamente para que o local servisse de locação para a história. Porém, com o incêndio que destruiu parcialmente as instalações da emissora na capital paulista, apenas uma semana após a estreia da novela, a equipe de produção foi obrigada a se transferir para o Rio de Janeiro, onde passou a contar com menos recursos.[7][8]
Fábio Sabag dirigiu os oito primeiros capítulos, mas foi substituído por Daniel Filho, devido a uma séria estafa. Posteriormente Walter Campos e Régis Cardoso entraram na equipe de direção a pedido do ator Sérgio Cardoso. A Cabana do Pai Tomás foi a última novela da Rede Globo inteiramente baseada em textos estrangeiros. A novela subsequente no horário, Pigmalião 70, já retratava a realidade brasileira.[3][8]
A Cabana do Pai Tomás é considerada uma obra racista pelo uso de blackface — prática de atores brancos se pintarem de preto para pareceram negros.[4][5] Sérgio Cardoso pintava o corpo com carvão de cortiça, utilizava peruca feita com mistura de cabelo e palha de aço e rolhas no nariz para alarga-los, além de falar e andar de forma que esteriotipava os afrobrasileiros.[4][5] A escolha de Sérgio foi uma imposição da Colgate-Palmolive, responsável pelo patrocínio das telenovelas da Globo na década de 1960, cuja filial americana não queria seus produtos, focados nas classes A e B, ligados à um ator negro.[2][3] Nos Estados Unidos, na época, era comum o uso de blackface, porém a empresa não analisou as implicações disso no Brasil, um país miscigenado.[2][3]
Logo na estreia, o renomado escritor Plínio Marcos escreveu um editorial de repúdio no jornal Última Hora pela representação dos negros, considerada "grotesca", e liderou uma campanha de contra à escolha de um ator branco, alegando que no elenco da novela havia atores negros como Milton Gonçalves e Gésio Amadeu em papéis irrisórios.[2][3] Após a repercussão, a TV Globo evitou utilizar blackface em suas telenovelas novamente, embora fosse comum em humorísticos até a década de 2000.[5] A discussão sobre racismo e blackface em A Cabana do Pai Tomás retornou a partir da década de 2010, quando a imprensa resgatou-a e a própria Globo passou a utilizá-la como um exemplo em negativo sobre falta de representatividade.[9]
A novela fez Ruth de Souza ser erroneamente referida como a primeira protagonista negra na televisão brasileira por algumas mídias[qual?], mas essa primazia pertence a Yolanda Braga, que protagonizou A Cor da Sua Pele (1965), na TV Tupi.[10] Ruth foi, no entanto, a primeira negra a protagonizar uma telenovela da TV Globo. [11] Devido ao seu papel de destaque, ela teve problemas com membros do elenco; em entrevista, ela contou que algumas atrizes brancas não queriam ver seu nome atrás do nome de Ruth nos créditos, mesmo ela sendo a principal.[8]
A novela começou a ser reprisada na faixa da tarde enquanto está no ar em suas últimas semanas entre 19 de janeiro a 30 de março de 1970 substituindo A Grande Mentira e sendo substituída por Pigmalião 70.
Em 1852 no Kentucky, Estados Unidos, o fazendeiro Artur Shelby (Turíbio Ruiz) precisa vender seu mais leal casal de escravos, Tomás (Sérgio Cardoso) e Cloé (Ruth de Souza), para quitar suas dívidas, o que entristece o filho dele, George (Érico Freitas), que promete os reencontra-los e liberta-los. Levados para Nova Orleans, eles são comprados pelo diplomata Saint Clair (Paulo Goulart), dando início a uma profunda amizade entre Tomás e seu novo senhor. Prima do diplomata, Ofelia (Maria Luíza Castelli) é uma abolicionista a frente de seu tempo, que vive um romance com o sedutor Dimitrius (também Sérgio Cardoso), ao mesmo tempo que ele se envolve com a bela Bárbara (Miriam Mehler).
Prestes a alforriar Tomás e Cloé, Saint Clair é assassinado e a esposa dele, a fria Marie (Ivete Bonfá), que o desprezava e odeia negros, decide ignorar o desejo do falecido e vende-los junto com Bessie (Isaura Bruno) ao nefasto Legreé (Edney Giovenazzi). Após convencer a escrava Cassie (Jacyra Silva), que sofria abusos do senhorio, a fugir para o Canadá, onde não existe mais escravidão, e levar consigo Bessie, Tomás passa a sofrer maus-tratos constantes de Legreé, mas não desiste de ensinar aos demais escravos que existem pessoas boas no mundo e que a abolição um dia chegará.
Ator | Personagem[2][12] |
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Sérgio Cardoso | Tomás |
Dimitrius Kolosova | |
Abraham Lincoln | |
Ruth de Souza | Cloé |
Maria Luíza Castelli | Ofélia Saint Clair |
Miriam Mehler | Bárbara Morrison |
Edney Giovenazzi | Mr. Simon Legreé |
Paulo Goulart | Pierre Saint Clair |
Ivete Bonfá | Marie Saint Clair |
Isaura Bruno | Bessie / Emmeline |
Jacyra Silva | Cassie |
Norah Fontes | Jessica Morrison |
Felipe Carone | Arquibaldo Morrison |
Gésio Amadeu | Sambo (Sam) |
Dalmo Ferreira | Quimbo |
Milton Gonçalves | Hasan (Onça) |
Rachel Martins | Martha Saint Clair |
Érico Freitas | George Shelby |
Chica Xavier | Lica |
Germano Filho | Natanié |
Jonas Mello | Jimmy |
Renato Master | David |
Lola Brah | Condessa Grend |
Luiz Pini | Conde Grend |
Macedo Neto | Rudi |
Regina Macedo | Ruth |
Isabella Cerqueira | Eleonora |
Jorge Coutinho | Angelus |
Haroldo de Oliveira | Jonas |
Terezinha Cubana | Piggy |
Ator | Personagem |
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Turíbio Ruiz | Mr. Artur Shelby |
Eloísa Mafalda | Emily Shelby |
João Carlos Midnight | Bêbado |
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