Reino da Ânglia Oriental

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Reino da Ânglia Oriental

Reino da Ânglia Oriental (em inglês antigo: Ēast Engla Rīce) foi um reino estabelecido pelos anglos por volta do século VI, na região que hoje compreende aos condados de Norfolk e Suffolk, na Inglaterra. Integrava o que a tradição denomina de Heptarquia anglo-saxã, a qual era constituída de sete reinos principais. [1] Surgiu a partir da união do North Folk com o South Folk ("povo do norte" e "povo do sul", em inglês). O reino foi um dos quatro únicos que existiram até a chegada do Grande Exército Pagão. Segundo Beda, a evangelização dos anglos orientais foi levada a cabo por monges escoceses vindos do norte.

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Factos rápidos
Ēast Engla Rīce (inglês antigo)
Regnum Orientalium Anglorum (latim)

Reino da Ânglia Oriental

século VI  918
Localização de Reino da Ânglia Oriental
Localização de Reino da Ânglia Oriental
Ânglia Oriental no início da ocupação anglo-saxã
Continente Europa
Região Grã-Bretanha
País  Inglaterra
Capital Rendlesham
Dommoc
Língua oficial Inglês antigo
Latim
Religião Paganismo anglo-saxão
Cristianismo católico
Governo Monarquia
Rei
  ?–? Wehha (primeiro)
 902918 Gutrum II (último)
Período histórico Idade Média
  século VIFundação
  918Dissolução
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O reino manteve uma economia comercial e pesqueira, com importantes relações com os povos escandinavos e francos. Há algumas semelhanças com o Reino de Kent, pois ambos possuíam poderosas famílias reais no século VII e, no entanto, se expandiram modestamente ao decorrer os anos. Presume-se que a vasta região litorânea e o fácil contato com o continente tenha tornado a expansão para oeste menos necessária.[2]

Origem

Diferentemente de Mércia e Nortúmbria, existem poucas fontes sobre a origem exata do reino. A ausência de documentação se deve aos saques e assentamentos vikings na costa leste da Grã Bretanha, ocasionando o desaparecimento dos arquivos guardados pelas dioceses do reino, sendo Dommoc a principal delas.[3]

Por outro lado, a tradição contida na Crônica Anglo-Saxã relata sua fundação sob o reinado de Wuffa, primeiro rei da dinastia dos Wuffingas, que ascendeu ao trono em uma data desconhecida, mas acredita-se que tenha reinado até 578. O soberano mais conhecido desta dinastia é Redualdo, que reinou de 599 até 624 ou 625.

Conflitos

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Perspectiva

Os reis da Ânglia Oriental estiveram em diversos conflitos com o Reino da Mércia. Segundo Beda, eles ou eram patronos da Igreja ou vítimas da agressão da Mércia. As causas do conflito envolviam a disputa pela influência na região de East Midland, cuja localização ficava entre os dois reinos.[4]

Por um período curto em torno do ano 616, após uma vitória militar contra o Reino da Nortúmbria, a Ânglia Oriental foi o mais poderoso dos Estados anglo-saxões da Grã-Bretanha; seu rei, Redualdo, tornou-se Bretvalda (suserano da Heptarquia). Porém, nos 40 anos seguintes, o reino foi derrotado três vezes pela Mércia e continuou a declinar. Em 794, o rei Offa da Mércia ordenou a execução do rei Etelberto II e assumiu o controle da Ânglia Oriental. A restauração da independência ocorreu sob o reinado de Etelstano,[5] mediante uma revolta bem-sucedida contra a Mércia entre 825 e 827, na qual dois reis mércios foram mortos tentando reprimi-la.

Os reis da anglos-orientais aparecem nos escritos, segundo Yorke, como valentes guerreiros capazes de proporcionar uma efetiva resistência contra os planos de expansão da Mércia. A capacidade do reino de recuperar de um período de submissão e sobreviver até o fim do século IX sugere a existência de um efetivo controle e administração dos recursos reais. [5]

Declínio

Entretanto, em 866, o grande exército pagão saqueou a região. Em 869, os vikings capturaram em batalha o rei Edmundo e tomaram o reino. Edmundo teve uma morte cruel por resistir a invasão e foi lembrado como mártir pela tradição inglesa durante os dois séculos seguintes.[6] Os dinamarqueses mantiveram o estado como vassalo até 879, quando passaram a governar a área diretamente, sendo rei o dinamarquês Gutrum, o velho, que reinou entre 879 e 890. Os saxões retomaram a área em 920, mas os ingleses a perderam em 1015-1017, quando foi conquistada por Canuto, o Grande, e concedida a Thorkell, o Alto, em 1017, em caráter de feudo.

Ver também

Referências

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