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Fidalgo e militar português do século XV Da Wikipédia, a enciclopédia livre
D. Álvaro Gonçalves de Ataíde (c. 1385 - 14 de fevereiro de 1452)[1], 1.º conde de Atouguia, foi um fidalgo, militar e diplomata português do século XV.
Álvaro Gonçalves de Ataíde | |
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1.º Conde de Atouguia | |
Armas do chefe da linhagem dos Ataídes (Livro do Armeiro-Mor, de 1509) | |
Nascimento | c. 1385 |
Morte | 1452 (67 anos) |
Sepultado em | Claustro da Igreja de São Leonardo, Atouguia da Baleia |
Descendência |
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Pai | Martim Gonçalves de Ataíde, alcaide-mór de Chaves |
Mãe | D. Mécia Vasques Coutinho |
Ocupação | Fidalgo, Militar |
Filho(s) | Martinho de Ataíde Álvaro de Ataíde João de Ataíde, Prior do Crato Vasco de Ataíde, Prior do Crato Pedro de Ataíde |
Filha(s) | Joana de Castro Filipa de Castro Mécia de Castro Leonor de Menezes Isabel de Ataíde, Abadessa do Mosteiro de Arouca |
Em 1450, era mencionado em documentos como "rico-homem, membro do Conselho Real, escrivão da puridade e coudel-mor do Reino[2]".
Foi ainda alcaide dos castelos de Atouguia, Vinhais e Monforte de Rio Livre, além do de Coimbra[2].
Terá sido um dos primeiros vinte e sete cavaleiros a receber a Ordem da Torre e Espada[3][4].
Era filho de Martim Gonçalves de Ataíde (falecido em Espanha, cerca de 1392)[2], alcaide-mór de Chaves, e de D. Mécia Vasques Coutinho, aia dos Infantes da Ínclita Geração, filhos de D. João I.
O seu pai (descrito em fontes da época como sendo "de uma mansidão misturada com muita prudência e conversação graciosa")[2] seguira o partido de Castela na crise de 1383 - 1385, o que levou a que seus bens (incluindo o senhorio de Gouveia) fossem confiscados em agosto de 1385.[5] Em abril de 1386, depois de 4 meses de cerco, entregou a D. João I o castelo de Chaves e partiu para o exílio em Espanha, onde viria a falecer.[5]
Após a morte de Martim Gonçalves, Mécia Vasques - que era irmã do vencedor de Trancoso, Gonçalo Vasques Coutinho - foi autorizada por D. João I a regressar a Portugal, juntamente com toda a família, e foi nomeada aia dos Infantes.
Os seus filhos também ingressaram no serviço da corte e anos mais tarde, em 1415, Álvaro Gonçalves de Ataíde teve participação destacada na tomada de Ceuta, ao lado do seu irmão Vasco Fernandes de Ataíde, que faleceu durante o assalto, sendo o único fidalgo português a perder a vida na ação contra a praça.[2]
Em 1416, foi nomeado - juntamente com seu cunhado D. Fernando de Castro (f. 1440), senhor do Paúl do Boquilobo e filho segundogênito do senhor do Cadaval - para representar Portugal no Concílio de Constança, que durou até 1418. Depois partiu para o Sacro Império onde, em nome do Infante D. Pedro, veio a receber a marca de Treviso, doada pelo rei da Hungria, Sigismundo (de quem Álvaro Gonçalves fora companheiro de armas, na Bósnia),[2] tendo ficado por um tempo administrador da mesma. De seguida, rumou para a Terra Santa e, já de regresso ao reino, ainda participou na ação de socorro a Ceuta, em 1419.[2]
Depois deste ano, Álvaro Gonçalves só volta a ser mencionado em documentos em 1428, quando aparece no rol das testemunhas dos casamentos dos Infantes D. Pedro e D. Duarte, o que abre a possibilidade de que tenha voltado a viajar pela Europa entre as duas datas, nomeadamente para acompanhar o célebre périplo do Infante D. Pedro.[6]
Em 1429, foi enviado a Castela com Nuno Martins da Silveira, numa ação para conciliação do monarca castelhano com os reis de Navarra e Aragão e, na sequência dessa missão, foi testemunha, em nome do Infante D. Pedro, do Tratado de Paz de 1432, selado entre Portugal e Castela[2]. Em documento coevo é referido como sendo homem de quem "El Rey de Portugal mucho fiaba".[7]
Em 1445 armou uma das 26 caravelas e naus[2] que se destinavam à Guiné, da qual nomeou capitão João de Castilha, e segundo a obra «Nobreza de Portugal e do Brasil» (Volume II, página 331), "...esteve em Palma e na Gomeira, onde realizou proezas com ajuda de dois capitães, Bruco e Piste, que ali residiam e se tornaram serviçais do Infante".[8]
Foi figura política proeminente durante os governos do Regente D. Pedro, Duque de Coimbra, de quem foi governador da casa (com 8300 libras de moradia[9]), e de D. Afonso V, de quem foi aio.
Com ligação privilegiada a ambos, esteve em posição central na corte, servindo por vezes de agente mediador nos conflitos que despontavam entre o herdeiro da coroa e o tio. Foi o Duque D. Pedro quem lhe concedeu a alcaidaria de Coimbra, sede militar do seu ducado. Entretanto, como aio de D. Afonso V e com posição privilegiada junto do monarca, que muito valorizava o seu apoio político[2], dele recebeu o título de Conde de Atouguia (em 17 dezembro de 1448), que incluía não só o senhorio da vila - com seu castelo, termo e toda a jurisdição - como o padroado da respectiva Igreja. Depois de ser conde, e tal como era a regra na época, abandonou o patronímico e usou também o título de Dom, passando a ser referido nos documentos como D. Álvaro de Ataíde[1]. Por carta de D. Afonso V, de 29.09.1449, foi-lhe também confirmada a coutada da mata e terra da Azenha, no termo de Benavente[10].
Em 1448 - 1449, após constatar que não conseguia convencer o Infante D. Pedro a aceitar a passagem do Duque de Bragança pelo seu território[2], acabou por alinhar pelo partido do Rei contra o Duque de Coimbra, no conflito que terminou na Batalha de Alfarrobeira (20 de Maio de 1449) e nesta participou, juntamente com seu filho D. Martinho, ao lado do monarca.
Faleceu em fevereiro de 1452, sendo sepultado na Igreja de São Leonardo, na Atouguia da Baleia; o epitáfio da sepultura, mandada construir por sua mãe, exalta os principais marcos da carreira do conde, nomeadamente os guerreiros (participação na tomada de Ceuta e nas guerras do Imperador Sigismundo) e os políticos (peregrinação à Terra Santa, participação no Concílio de Constança e nomeação para aio de D. Afonso V).[11]
Casou em 1412[5] com D. Guiomar de Castro (c. 1390 ? - c. 1469),[1] que foi Aia da Infanta D. Leonor, depois imperatriz da Alemanha, e era filha de D. Pedro de Castro, 1.º Senhor do Cadaval de juro e herdade, e de sua mulher D. Leonor Teles de Meneses. Depois de viúva, a condessa D. Guiomar recebeu da coroa uma tença anual de 60 mil reais brancos.[12]
Do seu casamento, teve o 1.º conde de Atouguia os seguintes filhos:[2]
Fora do casamento, teve um filho ilegítimo:
O seu filho D. Martinho de Ataíde foi assim o 2.º conde de Atouguia ,[18] sucedendo de imediato no título,[1] em 1452.
Em 1441 o mosteiro de Arouca tem uma nova abadessa, Isabel de Ataíde ... Isabel de Ataíde era filha de Álvaro Gonçalves de Ataíde e de Guiomar de Castro, condes da Atouguia (IAN/TT – Mosteiro de Arouca, gav. 7, m. 9, n.º 23: 1444, Setembro, 14)
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