Zeferino Vieira
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Zeferino Vieira Rodrigues Filho (Porto Alegre, 7 de janeiro de 1825 ou 1835 — 15 de junho de 1910) foi um escritor, jornalista e tradutor brasileiro.
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Filho de Zeferino Vieira Rodrigues e Fausta Zeferino Centeno, trabalhou como oficial de justiça em Camaquã[1] e como funcionário da Alfândega em Porto Alegre, aposentando-se em 1891.[2] Depois dedicou-se à homeopatia, e segundo Múcio Teixeira teve grande clientela.[3]
Foi membro da Sociedade Partenon Literário de Porto Alegre e colaborou em sua Revista Mensal.[4] Poeta muito fecundo,[3] deixou entre outros trabalhos o poema nativista À figueira silvestre (1856), o poema patriótico Ao dia 7 de setembro (1857),[5] o poema heroico Riachuelo (1868), dedicado ao imperador, a sátira Ulrichenta (1870) em oitavas camonianas, a sátira política Animais palradores (1886), o ciclo As estações (1891), além de um volume de traduções de Lamartine e Byron (1883).[3][6] Publicou um panegírico épico por ocasião da inauguração da estátua equestre do general Osório, em 1893,[7]
Trabalhou no Jornal do Comércio,[8] foi colaborador de vários jornais[3] e da revista Guahyba, onde mostrou sua têmpera de monarquista ferrenho.[9][4] Em 1896 publicou um panfleto combatendo o espiritismo.[10] Múcio Teixeira, que o conheceu pessoalmente, deixou um testemunho sobre o poeta:
- "Era uma verdadeira alma de poeta, que atravessou a vida a cantar, sem nunca sair de dentro da torre de cristal do seu sonho de acordado. A bondade do seu trato íntimo contrastava com a critica mordaz dos seus versos satíricos. Era de uma severidade de costumes e de uma honradez que se impunham ao respeito de todos, e de uma delicadeza de sentimentos que tornava encantadora a sua convivência. [...]
- "Há um fato que o caracteriza, cuja transcendência moral não pode ser negada à publicidade, não só por ser a dignificação de um homem honrado, como porque merece ser conhecido, para que sirva de exemplo a todos os burocratas. Zeferino Rodrigues, no exercício do seu cargo, era o espantalho dos espertalhões que o cercavam por todos os lados, dentro e fora de uma repartição onde os que entravam pobres saiam ricos, pelo hábito ali enquistado de passar para o bolso dos contrabandistas e seus associados conferentes, dois terços, se não mais, das rendas aduaneiras. O nosso poeta, logo de entrada, foi correndo os vendilhões do templo do trabalho, ora com a sua fiscalização inteligente, ora com a vergasta da sátira com que os chicoteava".[3]
Augusto Meyer disse que seu poema Gaúcho forte, com uma temática regionalista e monarquista, circulou amplamente no Rio Grande do Sul no fim do século XIX,[11] Guilhermino César não tinha em grande conta seus poemas heroicos e sua lírica amorosa, considerando-os artificiais e excessivos na inspiração e duros na versificação, mas apreciava as quadras de inspiração popular, encontrando nelas uma simplicidade notável e envolvente.[4] Mauro Póvoas o considera um autor de relevo, mas hoje sua obra está bastante esquecida.[5]
Teve os filhos Zeferino Vieira Rodrigues Neto, funcionário público,[12] Ariosto Vieira Rodrigues, funcionário dos Correios,[8] Maria Fausta Vieira Rodrigues e Maria das Dores Vieira Rodrigues.[13]