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Xosé Manuel Blanco Gil (Ourense, Galiza, Espanha, 1946 – Ciudad Juárez, Chihuahua, México, 2010), encenador galego-português.
Nascido em Ourense em 1946, Xosé Manuel Blanco Gil licenciou-se em Filosofia e Letras (Filologia Românica) pela Universidade de Santiago de Compostela. Ainda em criança, começou a representar no Teatro da Câmara e Ensaio da cidade de Ourense, onde recebeu formação teatral, sendo mais tarde também seu diretor. Em 1970 realizou um Curso de Formação, Expressão Teatral e Imagem em Estugarda (Alemanha).
Em 1970 fundou a companhia de teatro Histrión - 70 (Galiza) e, em 1980, o Teatro Ibérico (Portugal), onde encenou peças de Valle-Inclán, García Lorca, Gil Vicente, António Ferreira, Ionesco e outros autores. Era membro da loja maçónica do Grande Oriente Lusitano, tendo sido agraciado, em 1993, com a Comenda da Ordem de Mérito Cultural pelo Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares.
Xosé Blanco Gil, faleceu em 26 de Novembro de 2010 em Ciudad Juárez, no México, vítimado por um aneurisma cerebral, depois de mais uma exibição do espetáculo «Dias Negros», uma coprodução do Teatro Ibérico e da Companhia Teatral Candilejas del Desierto, que ele codirigia e também ajudou a fundar.
Em 1965, foi um dos fundadores da Companhia Teatral Valle-Inclán, de Ourense.
Em 1967 cria e dirige o Teatro Universitário El Pilar, em Santiago de Compostela, organizando também o I Festival de Teatro Universitário de Santiago.
Em 1970 fundou a Companhia Teatral Independente Histrión - 70, na qual trabalhou como diretor, encenador e ator, interpretando um variado repertório do teatro clássico, moderno e de vanguarda. O Histrión - 70 foi a companhia teatral mais representativa da Galiza nessa década, conseguindo afirmar-se nacional e internacionalmente. Foi nesta companhoa que Xosé Blanco Gil fez a primeira encenação em língua galega, após a Guerra Civil Espanhola.
Em 1975 foi nomeado conselheiro de Teatro da província de Ourense, pelo Ministro da Cultura de Espanha, tendo lugar no Conselho da Cultura nesta cidade. Ainda em 1975 foi eleito coordenador dos profissionais de teatro galego na Assembleia do Teatro Galego, tendo redigido o manifesto «Alternativa Democrática para o Teatro Galego».
Ainda em 1975 realiza uma digressão em Portugal com a companhia Histrión - 70, participando no I Festival de Teatro de Setúbal e com actuações em Lisboa, Porto e Setúbal. Nessa ocasião gravou o espetáculo «S.O.S do Estrelecer» na Radiotelevisão Portuguesa. Nessa digressão realizou o seu objectivo prioritário de aproximação entre o Teatro Independente Galego e Português.
Durante todo este período, foi distinguido com vários prémios de interpretação e encenação, como a Medalha do Ouro de Espanha, Máscara de Ouro de Lugo, Galardón del Duero de Zamora, o Prémio Ayuntamiento de Oviedo, prémios provinciais de Ourense, regionais de Lugo e Corunha.
Em 1989 foi nomeado pelo Município de Murcia (Espanha), diretor dos Encontros com Portugal, nos quais tiveram lugar espetáculos de Teatro, Fado, Poesia e uma Exposição sobre os Descobrimentos Portugueses. Participou no II Simposium Internacional da História do Teatro, em Barcelona, organizado pelo Departamento de Cultura da Generalitat de Catalunya, o Instituto de Teatro e a Universidade de Barcelona. Dirige em Madrid o espectáculo «Mishima, Amor e Morte», na Companhia Maria Paz Ballesteros, com estreia no Festival de Outono de Madrid.
Em 1990 foi nomeado director do Centro Dramático Galego, em Santiago de Compostela, onde encenou «Yerma» de Federico Garcia Lorca.
Em 1994 foi nomeado pelo Município de Cartagena (Espanha ), diretor do Departamento Dramático da Universidade Popular, e encenou o mega-espectáculo «As Bodas de Anibal e Himilce» de sua autoria, com mais de cinco mil participantes.
Em 1976 muda-se para Lisboa, onde encena as peças «Histórias com Grades» de Osvaldo Dragún e «Os Invasores» de Egón Wolff, na Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira.
Em 1978 encena os espetáculos «Avareza, Luxúria e Morte na Arena Ibérica» de Ramón Maria del Valle-Inclán (prémio revelação da crítica portuguesa) e «Yuzurú, A Grou do Entardecer» de Junji Kinoshita no Teatro do Nosso Tempo, de Lisboa.
Em 1979, foi nomeado diretor artístico do Teatro Experimental do Porto, onde encena «Yerma» de Federico Garcia Lorca (prémio da crítica portuguesa para o melhor espetáculo do ano), «Romance de Micomicão e Adelala» e «Retábulo do Amor Profano» de Blanco-Amor.
De volta a Lisboa, em 1980, cria o Teatro Ibérico, do qual foi diretor desde a sua fundação, participando em dezenas de festivais de teatro nacionais e internacionais nos quais esta companhia conseguiu 20 prémios. Fez também formação de actores e dirigiu cursos de expressão dramática.
Em 1984, foi Nomeado pelo Ministério da Cultura de Espanha, director da Mostra de Teatro Espanhol, que constitui um dos maiores eventos de intercâmbio cultural entre Espanha e Portugal. Em E10 de Junho de 1993, no dia de Portugal, de Camões e das comunidades de portuguesas, foi agraciado com a Comenda da Ordem do Mérito Cultural, pelo Presidente da República Portuguesa, Dr. Mário Soares.
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