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Violeta del Carmen Parra Sandoval (San Carlos, 4 de outubro de 1917 — Santiago do Chile, 5 de fevereiro de 1967) foi uma cantora, compositora, artista plástica e ceramista chilena, considerada a mais importante folclorista e fundadora da música popular chilena.
Violeta Parra | |
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Nascimento | Violeta del Carmen Parra Sandoval 4 de outubro de 1917 San Carlos |
Morte | 5 de fevereiro de 1967 (49 anos) La Reina |
Sepultamento | Cemitério Geral de Santiago |
Cidadania | Chile |
Filho(a)(s) | Isabel Parra, Ángel Parra |
Irmão(ã)(s) | Nicanor Parra, Hilda Parra, Eduardo Parra, Roberto Parra, Lautaro Parra, Óscar Parra |
Ocupação | cantautora, poeta, pintora, escultora, bordadeira, ceramista, escritora, artista discográfico(a) |
Distinções |
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Obras destacadas | Gracias a la vida, El gavilán, Volver a los 17 |
Instrumento | guitarra, charango, cuatro, harpa, acordeão, instrumento de percussão, voz |
Assinatura | |
Nasceu em San Carlos, comuna da província de Ñuble, filha de Nicanor Parra e Clarisa Sandoval[1]. Passou grande parte da infância em Lautaro. Sua família tinha poucos recursos econômicos, tinha oito irmãos e dois meio irmãos (filhos de um relacionamento anterior de sua mãe). Seu pai era professor de música e sua mãe camponesa, ambos admiradores da música folclórica. Ao três anos, teve varíola[2].
Durante sua infância, viveu em distintas localidades da zona de Chillán, onde, possivelmente, teve suas primeiras experiências artísticas[3].
Em 1929, compôs suas primeiras canções para violão[1].
Estudou até o segundo ano do secundário, porém em 1934 interrompeu seus estudos para trabalhar e cantar com seus irmãos em bares e circos.
Autodidata, cantora e tocadora de violão desde os nove anos, ingressou definitivamente na carreira musical aos 15 anos, após a morte do pai, quando deixou a casa da mãe, no interior do Chile, e foi morar em Santiago com o irmão Nicanor, que estudava na capital. Juntamente com sua irmã Hilda criaram a dupla "Las Hermanas Parra"[4], que cantava músicas folclóricas[5].
Nessa atividade, conheceu o ferroviário Luis Cereceda, com quem se casou em 1938 e teve dois filhos, Isabel e Ángel, que também viriam a se tornar compositores e intérpretes importantes. Em 1948, se separaram.
Entre 1943 e 1945, viveu em Valparaíso e voltou a Santiago, para cantar junto com seus filhos.
Em 1949, gravou, em parceria com sua irmã Hilda, seu primeiro disco[1], voltou a se casar, com Luis Arce, e teve duas filhas deste nvo relacionamento: Luísa Carmen e Rosita Clara, que faleceu antes de completar um ano de idade. Em 1952 começou a pesquisar as raízes folclóricas chilenas e compôs os primeiros temas musicais que a fariam famosa.
Foi uma das importantes pesquisadoras de ritmos, danças e canções populares chilenas, chegando a catalogar cerca de 3 mil canções tradicionais, importante logro para resgate e valorização cultural chilena.[5]. Algumas dessas canções foram publicadas em livro: "Cantos folclóricos chilenos" e em disco "Cantos campesinos", editado originalmente em Paris[2].
Também em 1953, foi contratada pela Rádio Chilena para produzir programas radiofônicos de música folclórica[1], o que impulsionou um rigoroso estudo das manifestações artísticas populares; além disso, gravou pela Odeón, duas de sua canções mais conhecidas: "Qué pena siente el alma" e "Casamiento de negros"[2].
Durante o ano de 1955 recebeu o Prêmio Caupolicán e visitou a União Soviética, Polônia, Londres e Paris, cidade onde residiu por dois anos[1]. Realizou gravações para a BBC e para a Odeón e "Chant du Monde". Nesse período também recebeu a notícia da morte, por pneumonia, de sua filha Rosita Clara[2].
Em 1956, após seu retorno ao Chile, começou a coordenar a produção de uma série de discos intitulada "El Folklore de Chile", gravados pela Odeon. Na época, comandava o programa radiofônico "Canta Violeta Parra"[5].
Em 1957, radicou-se em Concepción onde ajudou a impulsionar um museu de arte popular na Universidade daquela cidade[2], voltando a Santiago no ano seguinte[1] onde começou sua produção como artista plástica. Percorreu todo o país, recompilando e difundindo informações sobre o folclore.
Em 1958, fundou o Museu Nacional de Arte Folclórica Chilena.
Em 1959, adoeceu e ficou acamada durante vários meses, situação que a desenvolver seu talento como arpillerista.
Em 1960, expôs pela primeira vez suas pinturas a óleo na Feira de Artes Plásticas do Parque Florestal em Santiago[2] e conheceu e começou a namorar com o musicólogo e antropólogo suíço Gilbert Favré. As dificuldades em sua relação com Gilbert, inspirariam canções como: "Corazón maldito", "¿Qué he sacado con quererte?", "Run Run se fue pa’l norte" e "Maldigo del alto cielo"[2].
Em 1961, mudou-se para a Argentina, onde fez grande sucesso com suas apresentações. Voltou a Paris e ali permaneceu por três anos, percorrendo várias cidades da Europa, destacando-se suas visitas a Genebra. Nesse período: compôs algumas de suas músicas combativas, como: "¿Qué dirá el Santo Padre?", "Arauco tiene una pena" e "Miren cómo sonríen", que podem ser consideradas como o início da Nueva Canción Chilena; e, escreveu o livro: "Poesía popular de Los Andes"[2].
Entre 18 de abril e 11 de maio de 1964, foi realizada no Museu do Louvre uma exposição de suas pinturas, óleos, arpilleras e esculturas em arame, tendo sido a primeira artista latino-americana a ter uma exposição individual nesse espaço[1].
Em 1965, após o término de seu terceiro casamento, voltou ao Chile, onde se apresentou na "La Peña de los Parra", onde o público podia escutar boa música e tomar vinhos e onde teve início a carreira musical de seus dois filhos: Ángel e Isabel[5]. Depois instalou uma grande tenda com capacidade para cerca de mil pessoas na comuna de La Reina, local também se apresentaram: Patricio Manns, Rolando Alarcón, Víctor Jara, entre outros.
Em 1966, viajou para a Bolívia, onde realizou apresentações em conjunto com Gilbert Favré e gravou seu último disco: "Ultimas composiciones"[1], considerado como o seu melhor disco, que contém canções como: "Maldigo del alto cielo", "Gracias a la vida", "El albertío", "Run Run se fue pa’l norte" e "Volver a los 17"[2].
Cometeu suicídio em 5 de fevereiro de 1967, na tenda de La Reina.
Após sua morte foram publicadas diversas biografias, tais como:
Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção "Volver a los 17", que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Outra de suas canções, "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz "Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia". Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre: "No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".
Em 4 de outubro de 2015, foi inaugurado o Museu Violeta Parra em Santiago[6].
Depois de sua morte, chegou ao conhecimento do público muitas músicas inéditas.
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