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Histórico da Camisa Canarinho desde os primórdios da Seleção Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Este artigo mostra a história e a evolução dos uniformes utilizados pela Seleção Brasileira de Futebol ao longo do tempo.
Primeiramente usando camisas brancas, cor que foi "aposentada" após a derrota na Copa de 1950, e depois usando a tradicional cor canarinho. Até a derrota para o Uruguai em 1950, a seleção brasileira jogou, considerando apenas jogos de Copas do Mundo, 13 vezes com o uniforme branco. No total, alcançou sete vitórias, empatou duas partidas e saiu derrotado em quatro oportunidades.[1] Com a camisa branca, o Brasil conquistou três títulos: os campeonatos sul-americanos de 1919, 1922 e 1949.[2]
Em 2007, o jornal britânico The Times elegeu a camisa do Brasil de 1970 a mais bonita da história, incluindo-se também os de clubes.[3]
Em 1914, quando oito associações se reuniram para a criação da Federação Brasileira de Sports (FBS), o Brasil disputou sua primeira partida da história jogando com um uniforme todo branco e com faixas azuis na região dos cotovelos[4], gola cadarço, calção branco e meias pretas com listras brancas.
Em 1916, a FBS deu lugar à CBD (Confederação Brasileira de Desportos), que manteve a base do uniforme da equipe.[4] A primeira vez que o escudo da CBD foi usado foi no Campeonato Sul-Americano de 1917.
Em 1916 houve a primeira aparição das cores da bandeira nacional no uniforme da Seleção: maxi listras verticais combinadas com a gola cadarço. A experiência não agradou e acabou com a concepção de um modelito alvinegro, convertido mais tarde em alviverde.
A seleção conquistou a Copa América pela primeira vez em 1919, e a camisa usada naquela época se fixou. Era branca e azul com cordinhas na gola, e foi usada durante 15 anos com pouquíssimas alterações.
Nas duas décadas seguintes – 1920 e 1930 – o selecionado aderiu à moda europeia, escolhendo trajes bicolores para as suas vestes: camisa branca e bermuda azul.
O Brasil iniciou sua história nas Copas em 1930 com uma camisa predominantemente branca e com detalhes em azul, cor mais comum atualmente em uniformes da seleção. Essa base foi mantida até o Mundial de 1950, quando ocorreu o ‘Maracanazo’. Aquela derrota para o Uruguai em pleno Maracanã na final representaria a aposentadoria da camisa branca, que virou sinônimo de azar.
Um fato curioso aconteceu na Copa de 1938: Na partida Polônia 5–6 Brasil, a Seleção Brasileira e a Seleção Polonesa utilizavam uniformes brancos. Na hora do sorteio para ver quem precisaria utilizar uniformes de outra cor, o Brasil foi sorteado e correu contra o tempo para conseguir camisetas na cor azul. Foi a 1ª vez que a Seleção Brasileira utilizou uniformes na cor azul em sua história. A camisa possuía uma tonalidade mais clara que a do calção e não tinha o escudo da CBD, por falta de tempo hábil.[5]
Antes de ser definitivamente "aposentada" após a derrota para o Uruguai em 1950, a referida camisa branca ainda foi utilizada no Campeonato Panamericano de 1952, onde a Seleção brasileira, basicamente formada pelos mesmo jogadores da copa de 1950, derrotou o mesmo Uruguai por 2 a 0, e em seguida sagrou-se campeã do torneio jogando com o mesmo uniforme branco de 1950. Também foi utilizada no Campeonato Sul-Americano de 1953, quando o Brasil perdeu o título novamente de forma dolorosa.[2] A taça escapou em jogo de desempate contra o Paraguai, em derrota por 3 a 2.
O uniforme branco ainda seria utilizado em mais algumas oportunidades, antes de ser aposentada definitivamente, como em 1956, num amistoso realizado no estadio San Siro, quando a seleção perdeu para a Italia por 3 a 0, numa excursão à Europa. Há ainda uma partida pelo Campeonato Sul-americano de 1957, no Peru, quando a Revista Manchete Esportiva n.° 70, de 23 de março de 1957 mostra foto de Didi, autor de 3 gols, vestindo a camisa branca da seleção, contra o Chile no dia 13 de março de 1957, sendo este o último jogo oficial em que a camisa foi utilizada.[2]
Até mesmo para uma Copa a camisa branca voltou a ser levada. Segundo o jornalista Mario Neto, por conta de uma confusão causada pela falta de um segundo uniforme na Copa de 1958, a CBD foi precavida para a Copa de 1962 no Chile, tendo levado além do Kit oficial com a camisa canarinho, também o kit azul (como segundo uniforme) e o kit branco (como terceiro uniforme).
A Seleção Brasileira voltou a utilizar uniformes brancos em um amistoso, que marcou as comemorações dos 100 anos da FIFA e reuniu as duas últimas seleções campeãs do mundo até então, disputado no Stade de France no dia 19 de Maio de 2004 contra a França. O placar foi 0x0. A Seleção Brasileira entrou em campo com uniformes réplicas de 1914, os primeiros da história da Seleção, com gola pólo branca e faixas azul nas mangas. Os calções brancos e meiões azul completavam o uniforme produzido pela Nike. Esta foi a última vez que o Brasil utilizou camisas brancas.[5]
Até a derrota para o Uruguai em 1950, a seleção brasileira jogou, considerando apenas jogos de Copas do Mundo, 13 vezes com o uniforme branco. No total, alcançou sete vitórias, empatou duas partidas e saiu derrotado em quatro oportunidades.[1] Com a camisa branca, o Brasil conquistou três sul-americanos, em 1919, 1922 e 1949.[2]
A partida contra o Peru, em 13 de março de 1957, foi o último jogo oficial em que o Brasil jogou de branco.[2] Depois disso, o Brasil só iria utilizá-la novamente em um jogo oficial na Copa América de 2019[2], depois de 69 anos, como uniforme alternativo para celebrar os 100 anos do primeiro título da seleção, conquistada na Copa América, também disputada no Brasil, em 1919.
Após a Copa de 1950, em que o uniforme branco virou sinônimo de azar, a cor branca daria lugar à amarela, após o jornal carioca Correio da Manhã, em parceria com a CBD, idealizar um concurso, em 1952, para escolher o novo uniforme do Brasil.[4] Após o envio de mais de 200 desenhos, o vencedor foi Aldyr Garcia Schlle, um gaúcho de 19 anos, que sugeriu “camisa amarelo-ouro com frisos verdes nas golas e punhos, calção azul-cobalto com uma listra branca ao lado e meias brancas com listras verdes e amarelas”.[4] O novo uniforme foi apresentado ao País após ser reproduzido na capa do Correio da Manhã.
Depois de estrear nos Jogos Olímpicos de 1952[4], o novo uniforme canarinho teve seu primeiro grande momento na Copa do Mundo de 1958, na Suécia. No entanto, a primeira conquista de Copa pelo Brasil não foi lograda com a camisa amarela. Graças a um sorteio, o Brasil teve que jogar de azul contra a Suécia na final de 1958.[6] Depois da derrota no sorteio organizado pela FIFA, era preciso dar a notícia aos jogadores brasileiros. Paulo Machado de Carvalho, chefe da delegação, afirmou, então, que a seleção entraria em campo com a cor do manto de Nossa Senhora.
Uma curiosidade é que foi o uniforme da Seleção Brasileira que "introduziu" o uso das estrelas em cima dos escudos das equipes brasileiras. Segundo o historiador Roberto Assaf, no Brasil, as estrelas ganharam força nos anos 70. "A camisa da seleção brasileira não tinha estrela. Quando a seleção ganhou o tricampeonato em 70, a CBF, então CBD, passou a colocar três estrelas acima do escudo da seleção. Aí, os clubes passam a imitar em definitivo", relata.[7]
O Brasil estreou na Copa do Mundo de 1982, usando dentro do escudo um havia um raminho de café, fruto de um acordo pioneiro de patrocínio da CBF com o Instituto Brasileiro de Café (IBC). Durante o ano, o Brasil já tinha jogado com o ramo em outras partes do uniforme, mas seu uso foi vetado pela FIFA. A solução do então presidente da entidade na época para driblar a proibição foi pedir uma remodelação do escudo: saiu a Cruz de Malta e entrou a Jules Rimet, com o ramo do patrocínio em cima.
O ramo continuou no escudo da CBF até 1986, quando a FIFA convenceu a entidade a acabar com a iniciativa.[8] Em um amistoso contra a seleção do Chile em 1987, a seleção brasileira chegou a usar uma camisa com a marca da Coca-Cola, que era patrocinadora, bem evidente. O Brasil venceu o jogo por 2 a 1, mas logo após a partida, a FIFA proibiu terminantemente o uso de patrocínios para jogos oficiais de seleções. Mas, nos treinos e entrevistas coletivas da seleção brasileira, era muito comum a cor vermelha da Coca-Cola e o logotipo da marca nos uniformes.[9]
Desde que o Brasil começou a ser conhecido como "O País do Futebol", a camisa verde-amarela virou uma espécie de "símbolo" e até um passaporte informal do Brasil pelo mundo. Só para se ter uma ideia, entre os símbolos nacionais brasileiros, oficiais ou não, nenhum é tão popular como a camisa amarela da seleção. É raro achar quem tenha em casa uma bandeira ou gravação do Hino Nacional, mas a camisa está nas gavetas e no inconsciente patriótico da maioria.[10] No entender de Maurício Barros, jornalista, mestre em Ciência Política pela USP (Universidade de São Paulo) e comentarista dos canais ESPN, a camisa da seleção transcendeu o futebol por uma razão simples: como o futebol é parte fundamental do nosso cotidiano, ela acaba sendo invariavelmente o único símbolo pátrio que as pessoas têm em casa[10].
Por ser "o símbolo brasileiro mais popular", a simbologia da camisa pesa na construção da identidade de muitas manifestações populares no Brasil. Nas Diretas Já, o amarelo (cor da camisa da seleção) deu cor para os milhões que foram à ruas, mas os manifestantes não saíram as ruas com camisas da seleção[10].
Segundo o sociólogo do futebol e professor da UERJ, Ronaldo Helal, por conta dos Protestos contra o governo Dilma Rousseff, em 2015, onde os manifestantes saíram as ruas vestidos de verde-amarelo, a camisa da seleção passou a significar uma adesão aos movimentos de quem se opunha aos governos do PT, por conta disso, muitos defensores dos governos de esquerda não querem mais sair as ruas vestidos com o uniforme da Seleção. O sociólogo salienta ainda que parte da rejeição se deve também aos escândalos de corrupção protagonizados pelos três últimos presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entender dele, porém, “isso é uma grande bobagem. O verde e o amarelo da camisa são as cores do Brasil, símbolos pátrios. Não faz sentido renegá-los em resposta à sua apropriação por grupos políticos”.[11]
Em janeiro de 2023, em repúdio a invasão do congresso nacional de manifestantes golpistas bolsonaristas, em negação do resultado eleitoral da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, a CBF divulgou uma nota oficial. Além de começar discussões e conversas com a fornecedora Nike, com propostas de desvincular a camisa da seleção brasileira de manifestações políticas de grupos terroristas e antidemocráticos.[12][13]
A CBF é uma entidade apartidária e democrática. Estimulamos que a camisa seja usada para unir e não para separar os brasileiros.
A CBF repudia veementemente que a nossa camisa seja usada em atos antidemocráticos e de vandalismo."
Polônia 5–6 Brasil
Copa de 1938 |
A primeira participação do Brasil no futebol olímpico foi em 1952. Nestes Jogos, o Brasil estreou o amarelo como cor da camisa principal da seleção, sendo a primeira competição oficial que a equipe usou esta cor. O modelo usado tinha a sigla "Brasil" bordado na parte central, acima das cinco estrelas do Cruzeiro do Sul.[15]
Depois de 1952, o Brasil voltou ao futebol em 1960 (Roma), 1964 (Tóquio), 1968 (Cidade do México) e 1972 (Munique) e 1976. Existem poucas imagens da seleção em campo nestes Jogos, mas há registros de partidas em 1972 e 1976 com o time vestindo uniforme semelhante ao de 1952.[15]
Em 1984, O uniforme não possuía nenhuma relação com a CBF: produzida pela Adidas (a patrocinadora da entidade era a Topper), a camisa amarela tinha várias listras horizontais verdes, o nome do Brasil no peito e nenhum escudo.[15]
Em 1988, assim como como em 1984, o time usou camisa da Adidas, dessa vez toda amarela, mas ainda sem escudo da CBF e com o nome do Brasil escrito. A principal novidade era o calção verde, cor fora do padrão do uniforme oficial da seleção brasileira.[15]
Em Atlanta 1996, a seleção usou o uniforme do time principal campeão do mundo em 1994, produzido pela Umbro e com o escudo da CBF, porém com quatro estrelas acima do escudo da entidade.[15]
Em Sydney 2000, a equipe continuou vestindo uniforme idêntico ao da seleção principal, já patrocinada pela Nike (o escudo da CBF foi mantido).[15]
Os Jogos de Pequim-2008 foram marcados por polêmica sobre os uniformes. O Brasil estreou com a camisa produzida pela Nike idêntica à da seleção principal, tendo o símbolo da CBF no peito. Porém, o regulamento do COI proibia que as confederações exibissem escudos diferentes dos seus filiados durante os Jogos. Assim, a partir da segunda rodada, a equipe passou a jogar com a camisa sem nenhum símbolo na camisa. O mesmo valeu para outras seleções, como a Argentina.[15]
Em Londres-2012, a camisa da Nike era idêntica à da seleção principal, mas dessa vez já com o escudo da CBF trocado pela bandeira do Brasil e os anéis olímpicos.[15]
Para 2016, a CBF chegou a informar que, pela primeira vez, as seleções de futebol (tanto masculina quanto a feminina) seguiriam o padrão das outras modalidades olímpicas e usariam no peito o escudo do Time Brasil. Imagens, inclusive, chegaram a ser divulgadas.[15] Às vésperas dos jogos, porém, a entidade decidiu que tanto o time masculino quanto o feminino não usariam o logo criado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para o time Brasil. As camisas terão no peito apenas a bandeira do país, dentro de um escudo estilizado. Segundo o GloboEsporte.com, a mudança foi feita para evitar conflitos com os patrocinadores da CBF, que são diferentes do COB.[16] Produzidas pela Nike, as camisas amarela e azul seguem o mesmo desenho das lançadas recentemente pela empresa para o time principal (a única diferença entre as mulheres é o corte, mais feminino).[15]
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