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filme de 2012 dirigido por Lawrence Blume Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Tiger Eyes é um filme dramático e a adaptação cinematográfica do livro de mesmo nome da escritora norte-americana Judy Blume. Com roteiro e direção do filho da autora, Lawrence Blume, é estrelado por Willa Holland, Tatanka Means e Amy Jo Johnson. O filme acompanha um momento difícil na vida de uma menina de 15 anos chamada Davey Wexler, que junto de sua mãe e seu pequeno irmão, tenta lidar com a morte de seu pai e com as mudanças em sua vida. Tentando reergue-se, sua família muda-se para o Novo México e lá Davey conhece um misterioso garoto indígena.[carece de fontes]
Tiger Eyes | |
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Pôster oficial do filme | |
Estados Unidos 2013 • cor • 92 min | |
Género | drama |
Direção | Lawrence Blume |
Produção | Judy Blume Lawrence Blume George Cooper |
Roteiro | Judy Blume Lawrence Blume |
Elenco | Willa Holland Amy Jo Johnson Tatanka Means Teo Olivares Cynthia Stevenson Elise Eberle Russell Means |
Cinematografia | Seamus Tierney |
Edição | Jay Freund |
Lançamento | 7 de Junho de 2013 |
Idioma | inglês |
O projeto teve início em 2009, quando Judy Blume e seu filho começaram escrever esboços para o roteiro do filme. Mesmo com mais de 80 milhões de cópias livros vendidos e traduzidos para 31 idiomas diferentes, Judy nunca tinha visto um de seus livros virar filme e escolheu seu filho para dirigir, tendo assim total controle artístico sobre a produção.[1] As filmagens tiveram inicio em outubro de 2010 em Los Alamos, Santa Fé e Albuquerque no Novo México, se mantendo fiel aos locais descritos no livro.[2]
O filme teve sua estreia no circuito de festivais de cinema dos Estados Unidos durante o ano de 2012, sendo destaque nos festivais de Sonoma (California), Palm Beach (Florida), Boston (Massachusetts) e Montclair (New Jersey).[3] Em 7 de junho de 2013, Tiger Eyes estreou nos cinemas dos Estados Unidos e foi lançado simultaneamente em Video on demand.[4] O lançamento do DVD com extras que incluíram cenas excluídas, depoimentos e comentários de Judy Blume, foi lançando em 7 de janeiro de 2014.[5]
Tiger Eyes recebeu o prêmio de "Melhor Filme" do Palm Beach International Film Festival. A atriz Willa Holland recebeu o prêmio de "Melhor Atriz Dramática" do Boston International Film Festival e o ator Tatanka Means foi premiado como "Melhor Ator Coadjuvante" no American Indian Movie Award.[carece de fontes]
Baseado no livro best seller de Judy Blume, Tiger Eyes narra um momento da vida de Davey Wexler (Willa Holland), uma adolescente que luta para lidar com a morte de seu pai. Procurando esfriar a cabeça e superar o luto, sua mãe Gwen (Amy Jo Johnson), decide que elas devem passar um tempo no Novo México na casa de parentes. Estranhando o novo lugar e isolada socialmente, Davey sofre quando descobre que a temporada na casa dos tios pode durar mais que o combinado, já que sua mãe mergulha em uma profunda depressão. Aos poucos, Davey tenta encontrar seu espaço e fazer novos amigos. Na nova escola, torna-se próxima de Jane (Elise Eberle), uma adolescente que aparentemente tem uma vida tranquila e estável e com quem Davey não tem coragem de se abrir. Quando elas passam a trabalhar juntas como voluntarias no hospital, Davey conhece um senhor chamado Willie Ortiz (Russell Means), que a surpreende quando diz que ela poderia estar na equipe de natação. Enquanto Davey explorava sozinha a região dos cânions, ela encontra um misterioso garoto de descendência indígena (Tatanka Means), cujo apelido é Wolf (Lobo). Ele dá a ela o apelido de Tiger (Tigre) e ambos passam a se encontrar sem saber seus verdadeiros nomes. Através dessa nova companhia, Davey começa a trilhar um caminho de descobertas, enquanto busca uma nova maneira de seguir com sua vida.
Em outubro de 2010, o site The Hollywood Reporter publicou com exclusividade uma entrevista com Judy Blume, onde a autora anunciou oficialmente a produção cinematográfica de um de seus livros, Tiger Eyes, publicado pela primeira vez em 1981.[2] Ela revelou que seu próprio filho, Lawrence Blume iria dirigir a produção, que teve um orçamento estimado em 2 milhões de dólares. Eles começaram a se concentrar em ideias e roteiros para o filme em 2009.[6] Lawrence é formado em editor de cinema e já tinha dirigido a comédia cult "Martin & Orloff". Para Lawrence, seu trabalho no roteiro é de forma estrutural, enquanto sua mãe é uma escritora instintiva. Todos os diálogos do filme foram escritos pela própria Judy Blume.[7]
“ | Por anos ouvi diretores dizendo 'nós queremos fazer um filme de um de seus livros’ mas eles nunca sabiam o que queriam fazer. Eles sempre esperariam por mim para dizer o que fazer. Eu queria alguém que se sentisse apaixonado em fazer, por isso ficou nas mãos do meu filho. | ” |
Judy e Lawrence afirmaram que produzindo o filme juntos, poderiam ter um total controle artístico e certificarem-se de que os fãs do livro não se desapontariam ao reconhecer todos os pequenos detalhes que amavam no texto. Lawrence leu “Tiger Eyes” pela primeira vez quando era calouro na faculdade e tinha 18 anos.[8] Um dos motivos que pelos quais o livro o tocou, era que ele, assim como a heroína de Tiger Eyes, se mudou para Los Alamos quando criança. Em 1976 sua mãe estava divorciada de seu pai, John Blume, e nesse mesmo ano Judy casou com o físico Thomas A. Cozinhas e se mudou para o Novo México. Ele achou que esse foi o livro mais cinematográfico de todos os romances de sua mãe.[9]
Lawrence Blume escreveu grande parte do roteiro em Vineyard. Ele e sua mãe fizeram viagens para Santa Fé no inicio de 2010 e visitaram diversos locais como os cânions e toda a paisagem da região de Los Alamos. Eles também visitaram a tribo dos índios Pueblo e realizaram novas pesquisas sobre eles. No início de sua carreira, Lawrence já tinha trabalhado em um roteiro sobre os índios Wampanoags. A pesquisa que ele fez sobre esse script e sua experiência crescendo no Novo México familiarizou-o com um tema utilizado em Tiger Eyes: A forma como os índios Pueblo lidam com a morte.[10]
Como Los Alamos está diferente da descrita no livro no inicio da década de 80, Lawrence previu que algumas mudanças nas locações seriam importantes, como o espaço do Laboratório Nacional, que serviria para duas cenas do filme.[10]
Embora a história do livro seja no final da década de 70, Lawrence inicialmente imaginou o filme se passando no presente. Eles optaram pelo pouco uso de objetos de tecnologia no filme e com os personagens dirigindo carros um pouco mais velhos, o que segundo Lawrence, foi um motivo visual para criar uma qualidade atemporal à história.[11]
Para a adaptação, parte do tema nativo-americano do romance foi deixado para se concentrar em uma menina de Nova Jersey que se muda para o Novo México e nunca conheceu um índio americano antes e então Wolf apresenta a cultura do povo Pueblo. Lawrence revelou que a maior dificuldade de fazer o roteiro esteve no fato de o livro ser em primeira pessoa.[12]
“ | Tentei usar o máximo de diálogos originários do livro. Meu primeiro objetivo era fazer um filme que fosse o mais fiel possível ao livro e que não iria deixar os fãs da minha mãe com raiva. | ” |
Lawrence e Judy Blume concordaram que apesar de manter a mesma essência do livro, alguns cortes e mudanças seriam necessárias para fazê-lo um filme. Judy disse que tentou permanecer fiel emocionalmente a personagem principal, Davey. A personagem, que no livro tem apenas 15 anos, teve sua idade alterada para 17 anos.[13][14]
No filme, o papel de Wolf foi alargado através de cenas e diálogos adicionais. Judy justificou dizendo que sempre enxergou a importância do personagem, mas não entende como ele acabou aparecendo tão pouco no livro.[15] Já a relação entre a mãe de Davey, Gwen, e seu pretendente, Ned Grodzinski, foi minimizada e Ned recebeu um visual mais nerd e cômico. A Tia de Davey, que no livro é irmã de seu pai, no filme foi transformada em irmã de sua mãe para garantir maior proximidade dos personagens. Em entrevista ao site da CNN, Blume e seu filho garantiram ao público que as mudanças foram feitas para preservar o fluxo narrativo do filme.[16]
A intenção do diretor Lawrence Blume foi de trabalhar e empregar atores do Novo México, por isso realizou os testes na região de Los Alamos. Todos, com exceção de três, dos trinta e um atores que estiveram no filme vivem no Novo México. Judy Blume e seu marido, o produtor executivo George Cooper (que ela conheceu enquanto escrevia o livro e dedicou a ele) ganharam participações especiais.[16]
Lawrence passou cerca de um dia e meio em Los Angeles, participando da seleção de elenco. Uma das escolhas mais difíceis foi para o personagem Jason, pois Lawrence disse que havia muitas crianças talentosas nos testes. Ele considerou incrível a atuação do menino que ficou com o papel, Lucien Dale, e disse que ele tinha uma grande naturalidade da frente das câmeras. As seleções de elenco aconteceram com a ajuda de Jo Edna Boldin do Novo México e Barden/Schnee Casting de New York.[17]
Para a escolha da atriz que daria vida a Davey, Lawrence decidiu fazer uma pesquisa mais ampla, já que personagem seria responsável por guiar a narrativa do filme, estando em todas as cenas. Por isso foi para Los Angeles, onde contou com a mesma agente de casting responsável por descobrir Jennifer Lawrence para o filme “Winter's Bone”. Antes de chegar em Los Angeles, ele já tinha visto mais de 100 vídeos e fotografias de atrizes para o papel. Lá, foi designado um top 25 de atrizes, dentre elas, Willa Holland. Lawrence disse que desde o primeiro momento que viu Willa soube que era única. Ele revelou que no teste, ela fez os olhos de todos brilharem e que ela ficava bem em todos os ângulos de câmera.[17]
“ | O rosto dela é incrivelmente expressivo. Você realmente vê e sente essa emoção quando você vê ela olhando para algo. Havia algo assombroso sobre ela. | ” |
Russell Means veio até a equipe de casting em Los Alamos. Ele encontrou-se com Lawrence e revelou ter adorado o script. Seu filho, o ator e comediante Tatanka Means havia passado para o teste no papel de Wolf. Lawrence era fã de trabalhos de Russell como “O Último dos Moicanos” e não hesitou em convida-lo para o papel do pai de Wolf. Lawrence confessou ter ficado fascinado pela ideia de ter pai e filho atuando juntos, respectivamente como pai e filho no filme.[18] As atrizes Cynthia Stevenson e Amy Jo Johnson foram convidadas exclusivamente para atuar nos papeis de Tia Bitsy e Gwen Wexler.[19]
As filmagens aconteceram entre os meses de outubro e novembro de 2010. Foram 23 dias de filmagens em Los Alamos, Santa Fe e na região das tribos indígenas Pueblo no estado americano do Novo México. As cenas do inicio do filme, onde a história se passa em Atlanta, foram filmadas em Albuquerque e a cena final foi gravada em Miami Beach, representando Atlantic City.[20]
As primeiras imagens foram gravadas nos cânions, onde a equipe técnica pode experimentar luzes e ângulos. Para a cena que Davey cai em uma descida, foi utilizada uma dublê. As cenas na escola com Davey e sua amiga foram gravadas na Santa Fe Capital High School. Lá, também foi filmada a última cena, a apresentação musical de Davey.[19]
Lawrence revelou que não sabia se Willa Holland poderia realmente cantar, escalar rochas ou andar de bicicleta, mas descobriu que ela podia fazer partes dessas coisas. No filme, a personagem de Willa, faz audições para o show de talento da escola. Lawrence disse que eles gravaram a cena da audição com a Willa cantando e o resultado agradou a todos. Porém, para a gravação da cena da grande apresentação no teatro, Willa estava nervosa e foi escolhida uma cantora com um vocal semelhante ao dela para substituir sua voz.[21] Sobre andar de bicicleta, Willa confessou que não sabia como fazer e começou a aprender quando chegou no Novo México para os ensaios. Nas cenas de longas distancias com a bicicleta e em algumas cenas de Davey subindo e descendo das rochas, Willa precisou de uma dublê chamada Angelique Midthunder.[21]
Lawrence e Judy contaram que a aproximação de Willa com o ator mirim Lucien Dale foi ficando grande ao longo das filmagens e que os dois pareciam mesmo irmãos, sendo inseparáveis no set de filmagens. Segundo Judy, o vinculo criado pelos dois ficou evidente nas telas.[21]
Judy Blume contou que Amy Jo veio das gravações de Flashpoint e desceu no aeroporto apenas uma hora antes de gravar sua primeira cena. Para essa gravação, era necessário o por do sol e não havia tempo a perder, mesmo com o frio. Era um dialogo importante onde a personagem de Amy pedia desculpas a filha por ter não ficado ao seu lado. Judy disse que essa foi uma das cenas mais tocantes do filme e que ficou impressionada com a emoção que Amy Jo e a Willa conseguiram passar, tendo se conhecido apenas 15 minutos antes.[22][23]
Como Lawrence queria que estivesse nevando para a cena do beijo entre Davey e Wolf, foi trazida uma máquina de neve artificial ao set. Porém, enquanto o elenco filmava a cena da noite de natal, realmente começou a nevar, mas como a cena do beijo não estava pronta para ser gravada, a neve de verdade não foi utilizada naquele momento. A neve que aparece na janela do quarto do Davey quando ela acende uma vela para seu pai é de verdade, enquanto a da cena do beijo é artificial.[24]
Amiga de Lawrence Blume, a cantora americana Michelle Brach contribuiu com duas de suas composições para a trilha sonora: "What don't Kill Ya" no final e "Texas in the Mirror" que toca enquanto a família está viajando para Los Alamos. Lawrence escolheu a canção "Everthing Is Brilliant" de Rosi Golan para a cena onde Davey, Jane e dois garotos rolam na grama. A cantora Lissie canta "Everywhere I Go", música da cena onde Davey está explorando Los Alamos. Lawrence trabalhou com o compositor Narthan Larson para fazer as versões instrumentais e buscar os sons dos cânions, como pássaros e o vento.[25]
Antes dos cinemas, Tiger Eyes estreou no circuito de festivais de cinema dos Estados Unidos em 4 de abril de 2012 durante o Sonoma International Film Festival, seguindo depois para o Palm Beach International Film Festival em 16 de abril de 2012, onde recebeu o prêmio de “Melhor Filme”.[26] A atriz Willa Holland recebeu o prêmio de "Melhor Atriz Dramática" no Boston International Film Festival em 21 de abril de 2012. O ator Tatanka Means foi premiado como "Melhor Ator Coadjuvante" no American Indian Movie Award em 4 de novembro de 2012.[27] Ele ainda foi premiado com o Tamalewood Award no Santa Fe Independent Film Festival e Best Actor no Red Nations Film Festival.[28]
Por causa de temas religiosos no filme e pela herança familiar de Blume, Tiger Eyes esteve presente em festivais de cinema judaico, incluindo o Atlanta Jewish Film Festival em 18 de fevereiro de 2013.[29]
Tiger Eyes estreou nos cinemas americanos em 7 de junho de 2013, sendo distribuído pela Freestyle Releasing e também lançado simultaneamente em Video on demand.[4] O lançamento do DVD com extras que incluíram cenas excluídas, depoimentos e comentários de Judy Blume, foi lançando em 7 de janeiro de 2014.[30]
Tiger Eyes foi recebido por críticos contemporâneos com comentários positivos e medianos. O filme detém uma aprovação de 66% no agregador de revisões Rotten Tomatoes, cujo consenso diz que a história adaptada por Blume com seu filho parece tão fresca, dolorosa e comovente, como quando ela escreveu no livro.[31] Por comparação, o site Metacritic, numa escala de 0 a 100, lhe atribuiu uma nota 56 (indicando opiniões medianas e positivas).[32]
O critico americano Eric Kohn, do site IndieWire disse que o filme é um bom exemplo do sentimentalismo feito certo e que trouxe clareza emocional através de performances totalmente críveis e um humor delicadamente orquestrado.[33] A revista Rolling Stone definiu a produção como ‘uma sincera e profunda aventura’.[34] O Los Angeles Times disse que o filme, embora assimétrico, se beneficia de um forte senso de lugar e de um elenco bem liderado.[35] O New York Daily News escreveu que apesar de não haver surpresas, o elenco foi forte o suficiente para construir elementos familiares.[36] A Filmaker Magazine disse que Tiger Eyes é um filme para família, cheio de nuances, com uma atenção ao detalhe em imagens que espelha o que é a força das palavras de Blume.[37]
O site MSN Entertainment escreveu que atuação de Willa como Davey beirou a perfeição. A revista Variety publicou que o filme foi um 'manuseio sensível de um material pesado'.[38] O jornal The Village Voice escreveu que Tiger Eyes é um 'conto narrado com sensibilidade e coração e não apenas uma lufada de ar fresco, mas uma oportunidade incomum para cinéfilos'.[39] O jornal Chicago Tribune disse que o filme é suave, honesto e valioso.[40] O The Hollywood Reporter disse que a atuação de Willa Holland foi emocionalmente limitada, mas que a aparição de Russell Means transmitiu conforto e garantia de tranquilidade.[41]
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