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político português (1914-2007) Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Sérgio Vilarigues (Viseu, 23 de dezembro de 1914 – Lisboa, 8 de fevereiro de 2007) foi um destacado político e dirigente do Partido Comunista Português, assim como um dos prisioneiros do Campo de Concentração do Tarrafal.[1][2]
Sérgio Vilarigues | |
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Sérgio Vilarigues | |
Dados pessoais | |
Nascimento | 23 de dezembro de 1914 Portugal, Distrito de Viseu, Torredeita, Routar |
Morte | 8 de fevereiro de 2007 (92 anos) Portugal, Lisboa |
Partido | Partido Comunista Português |
Ocupação | salsicheiro |
Sérgio Vilarigues nasceu em Routar, Torredeita, no distrito de Viseu, a 23 de dezembro de 1914.[1] Com 12 anos, começa a trabalhar como aprendiz de caixeiro, mudando-se para Lisboa dois anos depois.[1] Aos 16 anos, em 1932, começa a trabalhar como salsicheiro e adere quase concomitantemente à Associação dos Trabalhadores de Carnes Verdes e à Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP) do Partido Comunista Português.[1]
Em 1934, com 18 anos, é preso pela polícia do Estado Novo e enviado para a Esquadra de São Domingos de Benfica por distribuir propaganda a respeito da libertação e um jovem comunista que havia sido condenado a 20 anos de prisão.[1] Foi transferido para os calabouços do Governo Civil de Lisboa, para a Cadeia do Aljube, e para a prisão de Peniche.[1] A 8 de junho de 1935, ano em que aderiu também ao PCP, é transferido para a Fortaleza de S. João Baptista, e, apesar de já ter ultrapassado o tempo de pena a que havia sido sentenciado, esteve no grupo de prisioneiros que chegaram primeiro ao Campo de Concentração do Tarrafal em outubro de 1936.[1] Em 1940, no âmbito da amnistia dos Centenários, «por coincidir com o monumental momento de propaganda do regime», isto é, a Independência de Portugal em 1140 e a Restauração da Independência em 1640, libertou do campo de concentração do Tarrafal quase quatro dezenas de militantes, entre eles Sérgio Vilarigues, que viria a desempenhar um papel importante na «reorganização» do PCP.[1][3]
Em 1942, passa a viver clandestinamente.[1] A 1943, é eleito no III Congresso para o Comité Central do PCP.[1] Usou o pseudónimo Amílcar.[4] O Jornal Avante! do PCP declara que «até ao 25 de abril [de 1974] percorreu o País de Norte a Sul, com a responsabilidade de diversas organizações, a primeira das quais o Algarve. Foi ainda responsável por todas as organizações ao sul do Tejo, do Norte e das Beiras. Já no Secretariado, para o qual entrou em 1947, foi responsável por Lisboa, Ribatejo e Região do Oeste».[1] Vilarigues foi responsável pelo Jornal Avante! e o resto da imprensa partidária por 16 anos, entre 1947 e 1972.[1] Devido a «questões de defesa», é enviado para o estrangeiro, voltando a entrar e a sair do país múltiplas vezes, não estando presente no dia da revolução de 25 de abril de 1974.[1]
Sendo responsável pela Secção Internacional do Partido, o Secretariado sublinha as suas tarefas «de grande importância e significado histórico», como a proclamação da independência de Angola a 11 de novembro de 1975.[1] Em 1988, sai do Secretariado e da Comissão Política do partido, incorporando apenas a Comissão Central de Controlo do PCP, e em 1996, por vontade própria, sai do Comité Central do Partido.[1] Na atividade partidária, ainda era tratado algumas vezes como o camarada Amílcar.[5] No âmbito das comemorações do seu 90.º aniversário, numa entrevista para o jornal Avante!, à pergunta de que «se para seguir uma luta teve de abdicar de sonhos?» respondeu que:[6]
«Sonhos? Não sei o que isso é. Olha, muitas vezes, fala-se em solidão. Tenho estado anos e anos isolado, a viver sozinho, estive incomunicável, estive castigado e nunca me senti só: lá fora pulsava o coração da classe operária e do Partido. Os meus camaradas acompanharam-me sempre nas situações de isolamento. E aquilo que sou devo-o ao Partido, o Partido não me deve nada».
Segundo o Secretariado, Vilarigues é «um dos mais destacados dirigentes comunistas em mais de oito décadas e meia de história do PCP», e que era «exemplo de relacionamento fraterno e profundamente humano, associado a uma inquebrantável combatividade e firmeza na luta política».[1] Faleceu a 8 de fevereiro de 2007.[1][5]
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