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filme de 2014 dirigido por Nuri Bilge Ceylan Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Kis Uykusu (bra/prt: Sono de Inverno)[1][2][3][4][5] é um filme teuto-franco-turco[2] de 2014, do gênero drama, dirigido por Nuri Bilge Ceylan, com roteiro dele e Ebru Ceylan baseado no conto "A Esposa", de Anton Tchekhov, e com um subenredo de Os Irmãos Karamazov, de Fiódor Dostoiévski.[6]
Sono de Inverno | |
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Kis Uykusu | |
Cartaz para divulgação em países anglófonos | |
Turquia · França · Alemanha 2014 • cor • 196 min | |
Gênero | drama |
Direção | Nuri Bilge Ceylan |
Produção | Zeynep Özbatur Atakan Sezgi Üstün |
Roteiro | Nuri Bilge Ceylan Ebru Ceylan |
Elenco | Haluk Bilginer Demet Akbag Melisa Sözen Tamer Levent Nejat Isler |
Edição | Nuri Bilge Ceylan Bora Göksingöl |
Companhia(s) produtora(s) | NBC Film Bredok Filmproduction Memento Films Production Zeynofilm |
Distribuição | New Wave Films (Reino Unido) |
Lançamento | 16 de maio de 2014 (Festival de Cinema de Cannes) 13 de junho de 2014 (Turquia) |
Idioma | turco inglês |
O enredo passa-se na península anatoliana e examina as diferenças que separam os ricos dos pobres na Turquia, bem como dos poderosos e dos fracos.[7]
Rebatizado em inglês como Winter Sleep, conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes de 2014[8] e o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, o Prêmio FIPRESCI.[9] Foi selecionado como representante turco para à 87ª edição do Óscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, apesar de não ter sido nomeado.[10]
No Brasil, foi lançado nos cinemas pela Alpha Filmes e a Pandora Filmes em 30 de abril de 2015.[11] Em setembro de 2021, a Alpha Filmes e a Fênix Filmes iniciaram a pré-venda no Brasil da edição limitada e definitiva do filme em DVD em parceria com a Versátil Home Vídeo que será lançado exclusivamente na loja virtual VersátilHV na caixa da Coleção Nuri Bilge Ceylan junto com Ahlat Ağacı.[12]
A sinopse deste artigo pode ser extensa demais ou muito detalhada. (Abril de 2021) |
Sono de Inverno narra a história do Sr. Aydın, um ex-ator que agora gerencia um hotel nas montanhas ao mesmo tempo em que lida com seu casamento problemático. Aydın acaba por mostrar-se uma espécie de líder da região, intervindo nos negócios dos moradores da cidade ao sopé da montanha, sendo que, na verdade, quase todos, incluindo sua esposa, desprezam-no. Redige uma coluna pomposa no jornal local e está escrevendo um livro sobre a história do teatro turco. Quando a temporada de neve começa, os hóspedes do hotel voltam a suas casas e a tensão entre Aydın, sua esposa, sua irmã que vive com ele e os camponeses revela-se através de longos diálogos. Os diálogos compõem grande parte do filme, que reserva pouco espaço para as ações internas dos personagens.[13]
O filme começo com um enquadro de um campo enevoado, onde um homem está sentando sozinho sobre as pedras, fumando, as fumaças do cigarro subindo sobre a grama seca. Esse homem atravessa então o campo e segue em direção à colina, onde encontra um hotel construído dentro de uma caverna.[14] Aydın dirige seu carro por entre as falésias da Capadócia quando uma pedra atinge e quebra a janela do passageiro da frente. Foi jogada por Ilyas, um garoto pobre, cujas motivações são inicialmente explicitadas como travessura infantil, mas que mais tarde revelam-se ligar a uma dívida que seu pai, Ismail, tem com Aydın, o dono de sua terra, e que não consegue pagar. Acaba por ser revelado que Aydın, inclusive, está prestes a expulsar a família do lugar e já tomou-lhes a geladeira e a televisão. Mais tarde esse incidente dá ímpeto a uma briga entre Islail e o motorista do caminhão. A cena é destacada pelos críticos e pelo diretor por ser o primeiro, dentre vários, exemplo em que Aydın demonstra indiferença frente a problemas alheios.[13][15]
Aydın goza de uma vida mais idílica do que a dos outros habitantes do lugar não só no sentido econômico, que vem de seu hotel, mas também de sua fama local decorrente de sua carreira de ator quando jovem e suas colunas regulares que agora escreve para o jornal local, o Vozes da Estepe. Educado e rico, com grande conhecimento sobre teatro turco, o qual pretende converter em um livro em algum dia, ele gerencia um pequeno hotel com sua jovem esposa Nihal. Uma vida que inicialmente é mostrada como típica, entretanto, revela-se afinal permeada de inimizades antigas entre ele e seus conterrâneos. Até sua esposa nutre uma inimizade por ele, já que ele frequentemente debocha de suas tentativas de levantar fundos de caridade e de ser uma contadora, algo que ela tenta através de seus ensinos; ele, entretanto, como professor, desdenha-a, chamando-a de pequena aluna. Somente uma pessoa da vila tenta aproximar-se efetivamente dele, Hamdi, irmão de Ismail, um camponês ansioso para agradar que chega inclusive a levar Ilys consigo tentando fazê-lo desculpar-se pelo vidro quebrado. Aydın, entretanto, irrita-se com as tentativas, e como represália insulta polidamente Hamdi em sua coluna no jornal. Somente a irmã de Aydın o critica abertamente desde o início, atacando sua escrita sob a impressão de que ele escreve como um escritor que adota certas posições somente para tornar-se popular, que remetem um pouco a um sentimentalismo. Essa impressão, entretanto, é mudada no decorrer do filme, quando novas conversas lançam outras luzes sobre o incidente inicial, feitas entre ele, sua esposa e sua irmã em questões como responsabilidade civil e maldade.[14][13][15]
O filme foi produzido pela produtora do diretor, a NBC Film, junto com a produtora turca Zeynofilm, a alemã Bredok Film Production e a francesa Memento Films,[carece de fontes] e distribuído no Reino Unido pela New Wave Films.[16] Recebeu € 450,000 do conselho europeu de cinema Eurimages.[17] As filmagens foram feitas durante dois meses de inverno na Capadócia, seguidas por quatro semanas em cenas de estúdio em Istambul. Foi filmado com uma câmera Sony F65.[18]
O filme conquistou a Palma de Ouro da 67ª edição do Festival de Cinema de Cannes.[19] Era o maior longa-metragem em disputa, e marcou um avanço na carreira de Nure Bilge Ceylan, que já tinha ganhado antes duas vezes o Grande Prêmio (por Uzak, de 2002, e Era uma Vez na Anatólia, de 2011), o segundo de maior importância do festival, e o Prêmio de Melhor Diretor por Three Monkeys, de 2008.[20][21]
Ceylan disse em seu discurso de aceitação que foi “uma grande surpresa” a vitória, comentando a coincidência pelo fato de em 2014 o cinema turco ter completado 100 anos. Fazendo uma referência tácita aos protestos na Turquia em 2013 e 2014 e que levaram à morte de 11 pessoas, o diretor disse, “Eu quero dedicar este prêmio a todos os jovens da Turquia, incluindo aqueles que perderam suas vidas”. Também mencionou os trabalhadores mortos no desastre na mina em Soma, que ocorreu um dia antes do festival começar.[22][21][23][24]
Apesar de ter feito o público e a crítica hesitarem um pouco pelos longos diálogos e pelos 196 minutos de filme, logo no início do festival já era um dos favoritos a levar a Palma de Ouro, quando foi exibido no terceiro dia.[21] Em um artigo escrito para o The Guardian sobre os filmes exibidos em Cannes, o crítico Xan Brooks disse que “aos trancos e barrancos, este é um filme deslumbrante. No seu auge, Winter Sleep mostra que Ceylan é tão rigoroso psicologicamente quanto, à sua própria maneira, Ingmar Bergman, que o foi antes dele”.[25] Robbie Collin, crítico do The Telegraph, escreveu que o filme “é algo diabolicamente inteligente do diretor, capaz de levar-nos de volta a limites conhecidos do cinema, e também a limites que o próprio cinema espera de nós: um poderoso conto sobre o que acontece a um homem quando o seu coração entra em hibernação”.[13]
No Rotten Tomatoes, baseado em 9 resenhas, Winter Sleep conta com uma pontuação de 71%, com uma nota média de 6,9/10.[26] No Metacritic, baseado em oito resenhas, o filme recebeu 83 pontos, sendo classificado como Aclamação universal pelo site.[27]
O site Indiewire elogiou o filme e definiu-o como um “retrato memorável e soberbamente feito de um proprietário rico e egocêntrico e das várias figuras afetadas pelo seu império”;[28] enquanto o The Telegraph chamou-o de “um filme audaz, bonito – e muito longo – sobre um casamento frustrado”;[13] e o The Guardian deu-o uma resenha onde o filme é descrito como um “duro estudo de um personagem” e um “filme deslumbrante”, destacando a “incrível atuação” de Haluk Bilginer.[25] Outra resenha positiva veio da Variety, onde o crítico Justin Chang chamou o filme de uma “experiência ricamente envolvente” e afirmou que Nuri Bilge Ceylan alcançou seu “ápice” com Winter Sleep.[15] Outro crítico, Ben Kenigsberg, notando que Winter Sleep era o filme mais longo na competição em Cannes, colocou, no site do crítico Roger Ebert, que desde o início o filme já era um favorito para os prêmios, comentando que achou “o lento desenrolar das características dos personagens bastante devastador”.[20]
Outras resenhas positivas vieram: Karin Badt, resenhista do Huffington Post, chamou o longa-metragem de uma “obra-prima”, e destacou que nele há “movimentação e crescimento e auto realização” nos personagens, nenhum dos quais é “preto-e-branco”, afinal definindo que o final do filme é “ambíguo”, deixando partes de si para a interpretação do espectador.[14] O site independente Way Too Indie deu 9,7 pontos de 10 para o filme, comentando: “O que Bela Tarr fez com imagens, Nuri Bilge Ceylan incrementa com diálogo; há inclusive cem por cento de assimilação. Você literalmente perde-se dentro desse mundo que parece bambear entre a periferia da própria humanidade. Mas, acredite ou não, esse é só o começo. Se você der a mão e confiar em Ceylan e sua trupe de atores brilhantes, toda ação revelará significados profundos, cada quadro conterá detalhes significantes e você sairá do cinema completamente saciado”.[29] A revista TIME afirmou que não foi surpresa Winter Sleep ter vencido o prêmio e colocou que ele: “investiga o psicológico de um proprietário turco enquanto confronta crises de sua jovem esposa, sua irmã e seus arrendatários lesados”.[30] O The Irish Times chamou o filme de “fantástico” e comentou: “Tão vagaroso é Winter Sleep que faz com que Era uma Vez na Anatólia, seu último filme, parecer um episódio de The A-Team”.[31] O site britânico CineVue afirmou que, enquanto o filme anterior, Era uma Vez na Anatólia, teria sido baseado em Dostoiévski, Winter Sleep inspirou-se em Chekhov. Também disse que: “O ritmo do último de Ceylan será inevitavelmente um obstáculo para muitos espectadores, como uma chama que queima lentamente com inúmeras cenas e diálogos rodados em uma calma crescente que torna-se cada vez mais despreocupada quanto mais assemelha-se com uma maratona de confrontos”.[32]
Ano | Prêmio | Categoria | Indicado(s) | Resultado |
---|---|---|---|---|
2014 | Festival de Cannes | Palma de Ouro | Nuri Bilge Ceylan | Venceu |
Prêmio FIPRESCI | Nuri Bilge Ceylan | Venceu | ||
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