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Médico e filósofo grego Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Sexto Empírico (em grego antigo: Σέξτος, Εμπειρικός, transl. Séxtos Empeirikós; em latim: Sextus Empiricus) (c. 160 d.C. – c. 210 d.C.) foi um médico e filósofo grego que viveu entre os séculos II e III d.C.
Sexto Empírico | |
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Nome completo | Sextus Empiricus |
Nascimento | c. 160 d.C. |
Morte | c. 210 d.C. Alexandria ou Roma |
Ocupação | Médico, Filósofo |
Magnum opus | Hipotiposes Pirronianas |
Escola/tradição | Ceticismo, Empirismo |
Os seus trabalhos filosóficos são um dos melhores exemplos do ceticismo pirrônico e fonte da maioria dos dados referentes a essa corrente filosófica, opondo-se à astrologia e outras magias. Seus escritos foram publicados em latim pela primeira vez em 1562, por Henricus Stephanus. Seus conceitos influenciaram Montaigne e Hume.
Não se sabe de onde era originário, embora tenha vivido em Atenas, Alexandria e Roma. Recebeu o apelido de Empírico por suas concepções filosóficas porém, especialmente, por sua prática médica. Seus escritos, muito influenciados pelos de Pirro de Élis e Enesidemo, estão dirigidos contra a defesa dogmática da pretensão de conhecer a verdade absoluta, tanto na moral como nas ciências.
As obras conhecidas de Sexto Empírico são:[1]
Em suas Hipotiposes Pirronianas (em grego: Πυῤῥώνειοι ὑποτύπωσεις), Sexto Empírico define o ceticismo como "a faculdade de opor de todas as maneiras possíveis os fenômenos e os noúmenos; e daí chegarmos, pelo equilíbrio das coisas e das razões opostas (isostenia), primeiro à suspensão do julgamento (epokhé) e, depois, à tranquilidade (ataraxia)».
Sexto Empírico defende uma posição relativista e fenomenalista a partir de uma posição cética antimetafísica e empirista. Segundo ele, as coisas existem, porém só o que podemos saber e dizer delas é de que maneira nos afetam - não o que são em si mesmas. Não obstante, sua epokhé não é tão radical como a de Pirro. Defende também uma ética do sentido comum e, ainda como pirrônico, aceita a indiferença (adiaphora) com respeito a todas as soluções morais; reivindica também a importância do empírico, razão pela qual defende que a vida prática deve reger-se por quatro guias:
Faz uma crítica do silogismo, que considera um círculo vicioso, e coloca sob suspeita a noção de signo, especialmente tal como o entendiam os estoicos. Critica a teologia estoica, assinalando as contradições da noção estoica de divindade. Para os estoicos tudo quanto existe é corpóreo; portanto, assinala Sexto, também o há de ser a divindade. Porém um corpo pode ser simples ou composto. Se é composto, pode decompor-se e, portanto, é mortal; se for simples, é um dos elementos: terra, ar, água ou fogo - e, então, é inerte e inanimado. Daí se segue que a divindade, ou bem é mortal, ou bem é inanimada, o que é, em ambos casos, absurdo. Além deste argumento, Sexto Empírico atacava a noção de divindade apelando a outros raciocínios. Em todos eles, reforçava a ideia cética da necessidade da epokhé ou da suspensão do julgamento. Ademais, destacou, também, a noção de causa.
Em geral, sua obra é importante porquanto é uma das fontes do conhecimento do pensamento antigo. Concretamente, sua Adversus mathematicus aporta dados importantes para o conhecimento da história da astronomia, da gramática e da ciência antiga, assim como da teologia estoica.
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