Sansimonismo
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O sansimonismo, saint-simonismo ou saint-simonianismo foi o movimento ideológico com fins políticos fundado pelos seguidores do socialista aristocrático Henri de Saint-Simon após a morte deste em 1825. Na França, constituiu a primeira experiência prática de socialismo, ainda que se discuta se suas propostas foram realmente socialistas.[1] Sua influência estendeu-se fora da França e atingiu praticamente a todo o planeta, se apresentando não tanto como um «movimento socialista ou social como quanto agrupamento técnico-político, com objetivos reformistas, metas financeiras e místico-filosóficas não demasiado definidas».[2]
As ideias de Saint-Simon, expressas em grande parte através de uma sucessão de periódicos como l'Industrie (1816), La politique (1818) e L'Organisateur (1819–20)[3] focavam na percepção de que o crescimento da industrialização e da descoberta científica trariam mudanças profundas na sociedade. Ele acreditava que a sociedade se reestruturaria abandonando as ideias tradicionais de poder temporal e espiritual, uma evolução que levaria, inevitavelmente, a uma sociedade produtiva baseada em e se beneficiando de uma "... união de homens engajados em trabalho útil"; a base da "verdadeira igualdade".[4]
As primeiras publicações de Saint-Simon, como sua Introduction aux travaux scientifiques du XIXe siècle (Introdução às descobertas científicas do século XIX) (1803) e o Mémoire sur la science de l'homme (Notas sobre o estudo do homem) (1813), (a última das quais é um elogio a Napoleão), demonstra sua fé na ciência como um meio de regenerar a sociedade. Em seu ensaio de 1814, De la reorganisation of the société européenne (Sobre a reorganização da sociedade europeia), escrito em colaboração com seu então secretário Augustin Thierry, Saint-Simon parece ter previsto a União Europeia, esperando, no entanto, que a Inglaterra assumisse a liderança em formar um continente compartilhando as mesmas leis e instituições.[5] Durante sua última década, Saint-Simon concentrou-se em temas de economia política. Juntamente com Auguste Comte, (então apenas adolescente), Saint-Simon projetou uma sociedade que contornase as mudanças da Revolução Francesa, na qual a ciência e a indústria tomariam o poder moral e temporal da teocracia medieval.[5] Porém, em seu último trabalho, Nouveau Christianisme (Novo Cristianismo) (1825), Saint-Simon voltou às ideias mais tradicionais de renovar a sociedade por meio do amor fraternal cristão. Ele morreu logo após a sua publicação.[3]