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Rimê
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O movimento Rimê ou Rimé (em tibetano: རིས་མེད་; romaniz.: ris med (pa)[1]) é um movimento ou tendência no budismo tibetano que promove o não sectarismo e o universalismo.[2][3] Professores de todos os ramos do budismo tibetano―Sakya, Kagyu, Nyingma e Gelug, bem como Bon―estiveram envolvidos na promoção dos ideais de Rimê.[2][3]
De acordo com Sam van Schaik, tendências ecléticas e não sectárias existiam no budismo tibetano antes do século XIX, e figuras como Tsongkhapa, Longchenpa e Shabkar são amplamente conhecidas por terem estudado com professores de diferentes tradições. No entanto, as divisões políticas e o sectarismo religioso aumentaram durante um período de guerra nos séculos XVI e XVII.[4] Esta foi uma época em que a escola Gelug era a religião politicamente dominante e os lamas guelupas também eram os líderes políticos do Tibete (ver Ganden Phodrang).
Esse movimento não sectário se intensificou no início da década de 1860 no Reino de Derge, liderado pelo que foi chamado de "triumvirato" constituído por Khyentse Wangpo, Kongtrul e Chokgyur Dechen Lingpa: mKhyen Kong mChog sde gsum, "Três Cadinhos Especialistas Supremos", os quais trabalharam juntos em revelar, decifrar e registrar tesouros budistas (termas), além de viajarem realizando rituais a pedido da família real.[5][6] Durante o século XIX, tendo visto como as instituições gelug empurraram as outras tradições para os cantos da vida cultural do Tibete, Jamyang Khyentse Wangpo (1820–1892) e Jamgön Kongtrül (1813–1899) compilaram juntos os ensinamentos dos Sakya, Kagyu e Nyingma, incluindo muitos ensinamentos quase extintos.[7] Sem a coleta e impressão de obras raras de Khyentse e Kongtrul, a supressão de todas as outras seitas budistas pelos guelupas teria sido muito mais definitiva. O movimento Rimê é responsável por uma série de compilações escriturais, como o Rinchen Terdzod e o Sheja Dzö.[8]
No século XX, figuras como o 14º Dalai Lama, o 16º Karmapa e Sakya Trizin eram conhecidos promotores dos ideais de Rimê.