A Revolta dos Sargentos foi uma rebelião promovida em Brasília por cabos, sargentos e suboficiais, sobretudo da Força Aérea e da Marinha do Brasil, em 12 de setembro de 1963. Insurgindo-se contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reafirmar a inelegibilidade de suas patentes para os órgãos do Poder Legislativo, rebeldes chegaram a capturar partes da cidade, um ministro do STF e o presidente em exercício da Câmara dos Deputados, mas após algumas horas renderam-se às forças legalistas.
Factos rápidos Beligerantes, Comandantes ...
Revolta dos sargentos |
Rebeldes da Aeronáutica no aeroporto de Brasília |
Data |
12 de setembro 1963 |
Local |
Brasília, Distrito Federal |
Desfecho |
Vitória legalista
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Beligerantes |
Comando Militar Revolucionário de Brasília
- Sargentos da Aeronáutica
- Sargentos da Marinha
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Forças Armadas legalistas
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Comandantes |
Antônio Prestes de Paula |
Raimundo Côrrea Neto |
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Unidades |
- Base Aérea de Brasília
- Grupamento de Fuzileiros Navais
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- Batalhão da Guarda Presidencial
- Esquadrão de Reconhecimento Mecanizado
- Bateria Antiaérea
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Forças |
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Baixas |
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1 civil morto pelos rebeldes |
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Os movimentos de praças (baixas patentes) das Forças Armadas haviam lançado vários sargentos como candidatos nas eleições de 1962, mas esbarraram nas ambiguidades da Constituição de 1946 a respeito de seu direito de concorrer. Sua resposta foi um "protesto armado", embora o líder, o sargento Antônio Prestes de Paula, também tivesse pretensões revolucionárias. A princípio os rebeldes capturaram diversos prédios e tomaram oficiais como prisioneiros, mas os sargentos do Exército recusaram-se a aderir e a reação legalista foi liderada pelo Batalhão da Guarda Presidencial. A revolta foi apenas na capital federal, e as tentativas de divulgação foram sabotadas pelos funcionários de rádio coagidos pelos rebeldes. As comunicações telefônicas estavam cortadas pelos rebeldes, e movimentações militares ocorriam em toda a cidade. Houve combate na Esplanada dos Ministérios, com algumas baixas entre os rebeldes. Sem perspectivas, os focos acabaram baixando as armas.
O evento acelerou a crise política nacional e enfraqueceu o movimento dos sargentos, que perdeu apoio e foi reprimido. A esquerda demonstrou solidariedade aos sargentos, enquanto aumentou o temor do oficialato de que a instituição militar estava em desagregação. Consequentemente, os oficiais conspiradores expandiram as articulações que levariam ao golpe de Estado de 1964, enquanto os legalistas ficaram menos dispostos em defender o governo.