A Renovação Carismática Católica[1] (também chamada RCC) é um movimento surgido na Igreja Católica dos Estados Unidos em meados da década de 1960 com a intenção de incorporar ao Catolicismo alguns elementos oriundos do Pentecostalismo (orações em línguas, liturgias animadas, ”encontros pessoais” com Cristo, etc.). Apesar de suas origens ecumênicas, alguns de seus adeptos brasileiros alegam que, no Brasil, o movimento teria também a intenção de contribuir para reduzir o ritmo de queda do número de católicos no país, que se iniciou principalmente após a Reforma Litúrgica e o Concílio Vaticano II, apesar de não ter sido influenciado diretamente por estes.[2]

Factos rápidos
Renovação Carismática Católica
(RCC)
Renovação Carismática Católica
A pomba do Espírito Santo, obra de Gian Lorenzo Bernini. A pomba como figura do Espírito Santo constitui o símbolo da Renovação Carismática Católica.
Tipo Movimento Religioso.
Fundação 17 de fevereiro de 1967
Propósito Ecumenismo e absorção de algumas práticas pentecostais no Catolicismo Romano.
Sede Vaticano, Roma.
Fundadores William Storey, Ralph Keifer e Pathi Mansfield
Sítio oficial www.iccrs.org www.charis.international
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A prática da RCC, segundo os membros, "baseia-se na experiência pessoal com o amor de Deus, pela força do Espírito Santo e de seus dons, a fim de que todos tornem-se discípulos de Cristo e, assim, vivam a santidade. Segundo o Dicionário Pastoral, a RCC traz de volta as experiências de orações espontâneas da Igreja primitiva, as comunidades dos Atos dos Apóstolos".

Como os pentecostais, o movimento supostamente procuraria, segundo seus membros, “oferecer uma abordagem querigmática, no intuito de tornar conhecida a cultura de Pentecostes, relembrando a Igreja primitiva”.

Hoje o movimento alega “cativar” muitos jovens. “Cativaria” também, segundo seus próprios seguidores, as pessoas a viver uma vida consagrada e religiosa em diversas novas comunidades de vida e aliança que saíram do berço da renovação carismática católica. Hoje o movimento conta com mais de 200 milhões de adeptos no mundo inteiro.

Características e doutrina

Em termos de doutrina a RCC afirma seguir a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica e todas as demais diretrizes da Igreja Católica, entre ela os dogmas já fixados no catolicismo romano como, por exemplo, a crença na intercessão dos santos e a Honra a Maria, a Mãe de Jesus.

Nas reuniões chamadas "Grupos de Oração", nos encontros e retiros há grande prática de músicas de louvor, adoração e são realizadas pregações e palestras.

A RCC, em fidelidade à Igreja, prega que o pecado — ação contrária à vontade de Deus — é a fonte de todos os males existentes na sociedade. Ganância, egoísmo, soberba, vícios, mau uso da liberdade etc., seriam consequências do pecado do homem.

Defende que Jesus tem o poder de libertar e perdoar pecados e que, para isso, basta que o homem arrependa-se diante Dele e busque a prática do Sacramento da Reconciliação (Confissão).

A RCC considera como bem maior para a vida do ser humano a Eucaristia, que é o Sacramento no qual está a presença real de Jesus Cristo. Na Santa Missa está a celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Há no movimento também uma forte devoção à Santíssima Virgem Maria, de quem se busca a intercessão junto a Jesus e também como modelo de entrega, esperança e confiança no Deus Criador.

Crítica

Os católicos carismáticos e as suas práticas foram criticados por desviar os católicos dos ensinamentos e tradições autênticas da Igreja, especialmente tornando a experiência de adoração mais semelhante à do Pentecostalismo.[3] De acordo com Samuel Rodriguez, os serviços carismáticos na América mais não fazem do que aumentar o número de católicos que se convertem às denominações pentecostais e evangélicas: “Se você está actualmente envolvido num serviço carismático, daqui a dez anos — inevitavelmente — acabará numa das minhas igrejas.”[4] Em particular, alguns tradicionalistas criticam os católicos carismáticos como sendo cripto-protestantes.[5]

Os críticos do movimento carismático argumentam que práticas como a cura pela fé desviam a atenção da Missa e da comunhão com Cristo que nela acontece.[carece de fontes?]

Outros criticam o movimento por remover ou obscurecer os símbolos católicos tradicionais (como o crucifixo e o Sagrado Coração) em favor de expressões de fé mais contemporâneas.[6]

Ver também

Referências

  1. «Carismáticos católicos se aproximam de evangélicos nos ritos e em Bolsonaro». Folha de S.Paulo. 3 de novembro de 2019. Consultado em 31 de agosto de 2020
  2. Charismatics in Context. Ignitum Today. Published: 30 January 2014.
  3. «Pick and mix». The Economist. 14 de março de 2015. Consultado em 24 de janeiro de 2016

Bibliografia

Ligações externas

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