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A raça de Borreby (pronúncia dinamarquesa: [ˈb̥oːɐˌb̥yːˀ]) ou báltica ocidental é um conceito racial da antropologia física, utilizado para descrever um dos principais subgrupos da chamada raça caucasiana, nomeado em homenagem ao castelo de Borreby, onde foram achados os primeiros crânios associados a esta tradição craniológica. Associações foram feitas entre este tipo e o homem de Neandertal.
Os crânios do sítio arqueológico de Borreby, na Dinamarca, foram escavados em 1859 por Jens Jacob Asmussen Worsaae, causando grande repercussão na paleoantropologia.[1]
O paleontólogo George Busk foi um dos primeiros a se debruçarem sobre estes crânios, levando-os à atenção de Sir Charles Lyell, que estava trabalhando em seu livro The Geological Evidences of the Antiquity of Man (1863). Nesta obra, apontou semelhanças entre um dos crânios de Borreby e os dos também recentemente descobertos neandertais, como a arcada supraciliar avantajada (a deste crânio menos que a do neandertal), a testa retraída, o vértice baixo e achatado e o occipital inclinado tanto para baixo como para frente. Diferenciava-se dos neandertais, contudo, por sua braquicefalia e longa sutura sagital. Outros crânios, contudo, teriam arcadas menores e testas menos inclinadas, sugerindo menor influência neandertal. Lyell concluiu que aqueles crânios representavam um povo da Idade da Pedra dinamarquesa, contemporâneos aos auroques e bisões, mas não aos mamutes-lanosos, rinocerontes-lanudos e hienas das cavernas.[2]
Posteriormente, Rudolf Virchow e Jean Louis Armand de Quatrefages de Bréau também fizeram estudos sobre os crânios de Borreby, identificando padrões semelhantes ao estudar o catálogo da coleção craniológica do Museu Nacional da Dinamarca.[3]
Ao executar pesquisa de campo em seu vilarejo natal de Skamby, Hans Peder Steensby primeiramente classificou a maior parte da população como sendo intermediária entre os tipos teutônico e alpino descritos por William Z. Ripley, com alguns indivíduos típicos. No ano seguinte, repetiu o procedimento em Anholt e no oeste da Jutlândia, chegando à conclusão de que, pré-historicamente, estas populações se formaram como combinação entre o Cro-Magnon, uma tradição craniológica que chamava Disentis e neandertais, trazendo a descoberta de que o tipo de Borreby não seria simplesmente pré-histórico, mas sim uma espécie de neandertal braquicefalizado sobrevivente em Anholt e no oeste da Jutlândia. Esta tese entrava em conflito com o orgulho racial nórdico em geral, visto que os neandertais eram vistos como sub-humanos por parte da paleoantropologia, mas Steensby adotava a tese de Léonce Manouvrier da humanidade dos neandertais, argumentando inclusive que uma sobrevivência tão longa desta estirpe teria resultado em fortitude de corpo e caráter.[4]
Em seu The Races of Europe (1939), Carleton S. Coon passou a tratar o tipo de Borreby não apenas como uma tradição pré-histórica ou um tipo local dinamarquês, mas sim um dos principais componentes pré-históricos europeus, classificando todos os antigos caçadores-coletores europeus entre Borrebys, Brünns e alpinos.[5] O tipo de Borreby não mais era descrito como restrito ao sítio epônimo na Dinamarca, havendo clara evidência do mesmo em Sclaigneaux, estreita semelhança com o extinto povo Mechta-Afalou do Norte da África e alguma semelhança com os crânios das cavernas de Ofnet, embora estes também se aproximassem do tipo alpino, além de muitos outros exemplares do Paleolítico Superior.[6] Para Coon, o Borreby propriamente dito era nativo do sul da Alemanha no Mesolítico, com amplas extensões longitudinais, movendo-se em massa para o norte no fim do Mesolítico ou início do Neolítico.[7] A já amplamente aceita raça báltica oriental, por sua vez, seria o resultado de Borrebys reduzidos com influências de nórdicos e de um povo associado aos crânios neolíticos encontrados pelo Lago Ladoga.[8]
Earnest Hooton, apesar de reconhecer a presença de influência do tipo de Borreby no fenótipo de indivíduos modernos, tinha-o como tipo extinto em sua forma pura, recusando-se a fazer uma classificação à parte dos alpinos e dos bálticos orientais, preferindo compreender que simplesmente se encontrava assimilado nessas populações, postulando que indivíduos destas com crânios particularmente massivos provavelmente carregariam mais genes associados ao Paleolítico Superior.[9]
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