Os Protestos na Venezuela de 2014 - presente são uma série de manifestações de massa, eventualmente degenerando em confrontos violentos, que ocorrem nas grandes cidades venezuelanas, desde fevereiro de 2014 até o momento atual. Os manifestantes, na maior parte dos casos, protestam contra o aumento do custo de vida, a insegurança ligada aos altos índices de criminalidade, a corrupção e a escassez de produtos básicos no país.[19] Todos esses problemas, agravados pela economia debilitada desde 2014, em razão do forte controle estatal dos preços, redução do PIB,[20] e alta inflação, em meio a uma forte polarização política entre partidários e oponentes do presidente Nicolás Maduro, suscitaram uma crise de grandes dimensões no país.[21][22]
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Factos rápidos Período, Local ...
Protestos na Venezuela de 2014 - presente |
Parte de Crise na Venezuela |
De cima para baixo e da esquerda para a direita:
Manifestantes em Caracas em 12 de fevereiro de 2014.
Manifestantes empoleirados numa estátua de Simón Bolívar em maio de 2014.
Uma mulher usando um banner lendo Nunca Esqueça no primeiro aniversário de protestos em 12 de fevereiro de 2015.
Milhões marchando em Caracas em 26 de outubro de 2016.
A Mãe de Todas As Marchas em 19 de abril de 2017. |
Período |
4 de fevereiro de 2014 - presente |
Local |
Venezuela
Caracas, Valencia, Maracay, Maracaibo, Barquisimeto, Barinas, Guayana, Mérida, Margarita, Coro, Punto Fijo, Puerto Ordaz, San Cristóbal e outras cidades |
Causas |
Lista
- • Corrupção no governo
- Desperdício de US$ 800 bilhões das exportações de petróleo desde 1999
- Gastos excessivos com funcionalismo público e assistencialismo
- Aparelhamento político da administração pública
- Solapamento das instituições democráticas
- Luta entre classes sociais fomentada pelo chavismo
- Ingerência de Cuba nas instituições venezuelanas
- Crescente taxa de pobreza
- Falta de investimento e planejamento do Estado
- Queda de 25% na produção de petróleo desde fevereiro de 1999
- Desapropriação de 3,6 milhões de hectares de propriedades agrícolas
- Expropriação de quase 1.000 empresas privadas entre 2002 e 2011
- Nacionalização de bancos, siderúrgicas e petroleiras
- Estatizações de empresas privatizadas nos governos Andrés Pérez e Caldera
- Hostilidade do chavismo à livre iniciativa e ao mercado financeiro
- Falta de credibilidade perante os investidores e agentes econômicos
- Escassez de alimentos, medicamentos e produtos de higiene pessoal
- Desabastecimento generalizado
- Filas enormes nas portas dos supermercados
- Sucateamento da PDVSA
- Racionamento de água
- Apagões frequentes
- Políticas governamentais mal concebidas, como o congelamento de preços sobre produtos básicos e fortes restrições à moeda estrangeira
- Ações violentas dos "Colectivos" (milicianos chavistas)
- Agressões físicas contra jornalistas e repórteres
- Censura à jornais, rádios e TVs
- Falta de material hospitalar
- Violenta repressão policial
- Altas taxas de criminalidade
- Elevados níveis de corrupção
- Revogação da licença de funcionamento da RCTV
- Prisões arbitrárias de estudantes, manifestantes e adversários políticos
- Denúncias de torturas e de violação aos direitos humanos nas prisões
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Objetivos |
- Renúncia do presidente Nicolás Maduro
- Antecipação das eleições presidenciais
- Libertação dos presos políticos
- Desarmamento dos "colectivos"
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Características |
- Manifestações pacíficas
- Confrontos com a Guarda Nacional Bolivariana
- Cercos a prédios de órgãos governamentais
- Congestionamentos de avenidas
- Construções de barricadas
- Distúrbios diários
- "Panelaços" frequentes
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Participantes do conflito |
Oposição Venezuelana
Mesa da Unidade Democrática
Movimento Estudantil "Guarimberos" Constitucionalistas
Apoio:
Estados Unidos Reino Unido França Alemanha Espanha Portugal Israel Brasil (a partir de 2016) Argentina Colômbia Peru Chile Equador (a partir de 2018) México (até 2019) |
República Bolivariana da Venezuela
Grande Polo Patriótico
Colectivos Estudantes pró-governo
Apoio:
Rússia China Irão Turquia Síria Índia África do Sul Cuba Bolívia Nicarágua Uruguai México (a partir de 2019) Brasil (até 2016) Equador (até 2018) |
Líderes |
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Baixas |
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Fechar
Os protestos são também referidos como La Salida ('A Saída') pelos partidários da destituição do presidente da República.
Grandes manifestações contra e a favor do governo já vinham acontecendo desde 2013, após a apertada vitória eleitoral de Nicolás Maduro sobre Henrique Capriles.[23] Todavia, o movimento de oposição ao governo eleito recrudesceu a partir de 7 de janeiro de 2014, quando ocorreu o latrocínio em que morreram a atriz e ex-Miss Venezuela, Mónica Spear, e seu ex-marido, o irlandês, Thomas Henry Berry, na rodovia Puerto Cabello – Valencia, no estado de Carabobo. A filha de cinco anos do casal também foi ferida por um tiro mas sobreviveu.[24][25]
Os protestos estudantis de 2014 coincidiram com as comemorações do aniversário de 100 anos da vitória na Guerra de Independência da Venezuela, quando as escassas forças independentistas formadas majoritariamente por estudantes venceram a Espanha. A celebração ocorre em 12 de fevereiro e é conhecida na Venezuela como Dia Nacional da Juventude. Em fevereiro, as manifestações cresceram significativamente de tamanho e já estavam sendo realizadas em diversas cidades do país. Nos conflitos que se seguiram, seis pessoas foram mortas e mais de duzentas foram feridas desde 13 de fevereiro.[26] Cerca de 180 pessoas foram presas desde meados do mesmo mês. Um estudante também morreu atropelado.[27][28][29][30][31]