Massacre da Praça da Paz Celestial em 1989
movimento pró-democracia chinês e subsequente massacre / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
O Massacre da Praça da Paz Celestial (Tian'anmen ou Tiananmen) em 1989, também chamado Massacre de 4 de Junho, consistiu na repressão do governo da República Popular da China às manifestações populares pacíficas ocorridas em Pequim, por meio do emprego da força militar chinesa. Acarretou o assassinato de um grande número de civis.[1]
Massacre da Praça da Paz Celestial em 1989 | |||||||||||||
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Milhares de chineses reunidos na praça Tian'anmen em 2 de junho de 1989. | |||||||||||||
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Os protestos foram liderados por estudantes entre os dias 15 de abril e 4 de junho de 1989, sendo que este último dia assistiu ao ápice da repressão violenta do Estado. O massacre recebeu o nome do lugar em que o Exército de Libertação Popular reprimiu a mobilização: a praça Tian'anmen da capital do país. Os manifestantes que avolumavam em torno de cinco mil eram oriundos de diferentes grupos da sociedade chinesa, desde intelectuais que acreditavam que o governo do Partido Comunista era demasiado repressivo e corrupto até trabalhadores urbanos que acreditavam que as reformas econômicas na China haviam sido lentas e que a inflação e o desemprego estavam dificultando suas vidas. O ciclo de protestos iniciou-se após morte de um oficial do alto-escalão do governo Hu Yaobang, que sofreu um infarto. As manifestações consistiam em marchas pacíficas pelas ruas de Pequim.
Os protestos e as ordens do governo de interditação destes, produziu no Partido Comunista uma divisão de opiniões sobre como o governo deveria responder aos manifestantes. A decisão tomada foi suprimir os protestos pela força, no lugar de atenderem suas reivindicações.
Em 20 de maio, o governo declarou a lei marcial. Na noite de 3 de junho, enviou os tanques e a infantaria do exército à praça de Tian'anmen para dissolver o protesto. Finalmente, no dia 4 de junho, os protestos estudantis se intensificam em larga escala.
As estimativas das mortes civis variam entre 400-800, segundo o jornal estadunidense The New York Times,[2] e 10 000, de acordo com informações da Cruz Vermelha chinesa.[3][4] O número de feridos é estimado em torno de sete e dez mil, de acordo com a Cruz Vermelha.[4] Junto à repressão violenta, o governo empreendeu um grande número de prisões com o objetivo de suprimir os líderes do movimento. Além disso, expulsou a imprensa estrangeira e controlou completamente a cobertura dos acontecimentos na imprensa nacional. A repressão do protesto pelo governo da República Popular da China foi amplamente condenada pela comunidade internacional.
No dia seguinte ao massacre, 5 de junho, um jovem desarmado invadiu o perímetro da Praça da Paz Celestial, que estava controlado pelas forças do exército e tentou fazer parar a fileira de tanques de guerra que se movimentava. O fotógrafo Jeff Widener, da Associated Press, registrou o momento e a imagem, além de ganhar os principais jornais do mundo, tornou-se símbolo do Massacre de 4 de Junho.[5] O rapaz, que ficou conhecido como "o rebelde desconhecido" ou "o homem dos tanques", foi eleito pela revista Time como uma das pessoas mais influentes do século XX. Sua identidade e seu paradeiro são desconhecidos até hoje.[6]
O governo chinês afirma até a atualidade que sua atitude contra os manifestantes foi uma política correta e nega que tenha havido um massacre, reconhecendo que no máximo 300 pessoas morreram durante os protestos e também alegando que muitos eram soldados do exército chinês assassinados pelos manifestantes durante batalhas de rua.[7][8][9]