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Orixá das folhas folhas sagradas Da Wikipédia, a enciclopédia livre
Oçânhim,[1] Oçãe,[2] Oçãim,[3] Oçanha,[4] Oçanhe,[5] Oçânim,[6] Oçonhe,[7] Ossanha,[8][9] Ossaim[10][11] ou Ossanhe[12] (em iorubá: Ọ̀sányin)[13] é o orixá das folhas sagradas, ervas medicinais e litúrgicas, identificado no jogo do merindilogum pelo odus Icá[11] e ejilobom[14] e representado material e imaterialmente pela cultura Jeje-Nagô, através do assentamento sagrado denominado ibá de Oçânhim. Sua importância é primordial. Nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua interferência. O seu sacerdote é o Baba ewe ou Babalossaim.
Oçânhim | |
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Oçânhim incorporado no terreiro de Ilê Axé Ijino Ilu Oróssi, em Salvador | |
Nome nativo | Ògún |
É o detentor do axé (força, poder, vitalidade), de que nem mesmo os Orixás podem privar-se. Esse axé encontra-se em folhas e ervas específicas. O nome dessas folhas e o seu emprego é a parte mais secreta do ritual do culto dos orixás, voduns e inquices.
O símbolo de Oçânhim é uma haste de ferro de cuja extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro.
Oçânhim é o companheiro constante de Ifá. É representado por uma sineta de ferro forjado, terminada por uma haste pontuda enfiada em uma grande semente. A haste é fincada no chão, ao lado do ossum (o assém dos fons) do babalaô. Por sua presença, Oçânhim traz a influência das folhas para as operações da adivinhação.
A ele são associados o pilão e instrumento de sete pontas com uma no centro com um pássaro no alto.[15]
No candomblé jeje, é chamado de Agué: é o Vodum da caça e das florestas e conhece os segredos das folhas. No candomblé bantu, é chamado de Catendê, Senhor das insabas (folhas). Babá Olossaim, Oxumarê , Obaluaiê e Ieuá são filhos de Nanã com Oxalá.
Comanda as folhas medicinais e litúrgicas, chamadas de folha sagrada, que são utilizadas numa mistura especial chamada de abô. Muitas vezes, é representado com uma única perna. Cada orixá tem a sua folha, mas só Ossaim detém seus segredos. E sem as folhas e seus segredos não há axé, portanto sem ele nenhuma cerimônia é possível.
Oçânhim recebera de Olodumarê o segredo das folhas. Oçânhim sabia que algumas delas traziam a calma ou o vigor. Outras, a sorte, a glória, as honras ou ainda, a miséria, as doenças e os acidentes. Os outros orixás não tinham poder sobre nenhuma planta. Eles dependiam de Oçânhim para manter sua saúde ou para o sucesso de suas iniciativas.
Xangô, cujo temperamento é impaciente, guerreiro e impetuoso, irritado por esta desvantagem, usou de um ardil para tentar usurpar Oçânhim a propriedade das folhas. Falou dos planos à sua esposa Iansã, explicou-lhe que, em certos dias, Oçânhim pendurava, num galho de Irocô, uma cabaça contendo suas folhas mais poderosas. Desencadeie uma tempestade bem forte num desses dias, disse-lhe Xangô. Iansã aceitou a missão com muito gosto.
O vento soprou a grandes rajadas, levando o telhado das casas, arrancando árvores, quebrando tudo por onde passava e, o fim desejado, soltando a cabaça do galho onde estava pendurada. A cabaça rolou para longe e todas as folhas voaram.
Os orixás se apoderaram de todas. Cada um tornou-se dono de algumas delas, mas Oçânhim permaneceu "senhor/senhora do segredo" de suas virtudes e das palavras que devem ser pronunciadas para provocar sua ação. E assim, continuou a reinar sobre as plantas como senhor absoluto, graças ao poder (axé) que possui sobre elas.
Ossanhe é representado na música "Canto de Ossanha", escrita por Vinicius de Moraes por Baden Powell em 1966 e gravada por diversos artistas, sendo o afro-samba mais conhecido e regravado do planeta.[16][17]
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