Operação Patmos
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A Operação Patmos é uma operação do âmbito da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal (PF) e a Procuradoria Geral da República (PGR), com a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) em 18 de maio de 2017. Seus principais alvos incluíram o presidente da República Michel Temer (PMDB), e o senador da República, Aécio Neves (PSDB).[1][2] A operação foi realizada um dia após o jornal O Globo revelar a existência de áudios comprometedores e provas contra Temer, Aécio, o deputado federal paranaense Rocha Loures (PMDB) e diversos outros agentes políticos.[3] Foram apreendidos dois milhões de reais na operação.[4]
As revelações do O Globo e as investigações indicaram uma suposta tentativa de Temer de comprar o silêncio de Eduardo Cunha, impedindo-o de fazer uma delação premiada. Cunha era o ex-presidente da Câmara dos Deputados que encontrava-se preso, acusado de diversos crimes relacionados à corrupção. As informações foram coletadas em um diálogo de Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, que havia gravado o presidente e negociado um acordo de delação premiada[5]. Além disto, no anexo 9 da delação, Joesley relata pagamento de propina de três milhões de reais a Temer em 2010, três milhões de reais em 2012, e 300 mil reais em 2016.[6]
O senador Aécio Neves foi acusado de receber dois milhões de reais em propina. O senador foi afastado de suas funções pelo ministro Edson Fachin, que negou um pedido de prisão, feita pela PGR, contra Aécio, medida rapidamente revertida pelo Senado Federal[7]. Sua irmã e um primo foram presos, e estabelecidas medidas cautelares contra o senador, como a apreensão de seu passaporte [8][9][10].
Após 6 anos de investigações, Aécio Neves e os demais réus foram absolvidos por unanimidade pelo TRF 3, confirmando decisão da 1ª instância. Na decisão que foi confirmada pelo TRF o juiz concluiu que, como Joesley Batista disse que cogitava comprar um apartamento da família de Aécio, teria oferecido adiantar o dinheiro do pagamento para que Aécio e a irmã pagassem despesas com advogados. Ou seja, uma transação dentro da lei. O juiz considerou a denúncia do Ministério Público improcedente, e afirmou que ficou provada a inexistência de crimes cometidos por Aécio Neves e pelos outros três réus.[11]
O nome da operação faz uma referência à ilha grega de Patmos, local onde o Apocalipse foi revelado ao apóstolo João.[12] O jornal O Estado de S.Paulo observou a correlação entre o nome dado para a operação com seus resultados, publicando uma matéria intitulada "Operação Patmos, o apocalipse político".[13] Com as revelações da operação, especulou-se que Temer renunciaria à presidência da República, haja vista que havia perdido significativo apoio político no Congresso Nacional. No entanto, em pronunciamento à Nação transmitido ao vivo, Temer refutou a hipótese de renúncia, dizendo que comprovaria sua inocência no STF.[14][15]