Operação Brother Sam
operação militar estado-unidense em território brasileiro / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A operação Brother Sam foi a utilização da Marinha e Força Aérea dos Estados Unidos em apoio ao golpe de Estado no Brasil em 1964. Com a deterioração nas relações com o governo de João Goulart e a atitude favorável aos grupos em conspiração contra ele, surgiu a ideia de uma operação para garantir o sucesso de uma sublevação. A questão foi discutida entre o embaixador dos EUA no Brasil, Lincoln Gordon, e oficiais em Washington ao longo do governo do presidente John F. Kennedy e seu sucessor Lyndon B. Johnson. Pensaram em apoio logístico, o posicionamento de uma esquadra no litoral brasileiro para "mostrar a bandeira" e mesmo, numa situação extrema, num plano para uma gigantesca operação terrestre, que não chegou a ser usado. A operação foi planejada mantendo contato com conspiradores brasileiros como o general Castelo Branco, e tinha como pressuposto a formação de um governo provisório que solicitasse ajuda externa.
Com a deflagração do golpe de Estado, a operação foi acionada para transferir pelo mar combustíveis como gasolina aos militares insurretos, deixar uma esquadra perto do Brasil e levar suprimentos bélicos por via aérea. O componente naval consistia no porta-aviões USS Forrestal, um porta-helicópteros e seis destróieres da Segunda Frota, além de quatro petroleiros. O porta-aviões partiu da Virgínia, enquanto os petroleiros deveriam carregar no Caribe. O componente aéreo eram sete aviões C-135 [en], oito aviões de abastecimento, um de apoio e socorro aéreo, oito caças, um avião de comunicações, um posto de comando aerotransportado, armas e munição. O general da Força Aérea George S. Brown [en] recebeu o comando da missão, que foi coordenada pelo Comando Sul, no Panamá.[lower-alpha 1]
Enquanto carregamentos aguardavam nas bases aéreas, os navios começaram a deixar seus portos. Entretanto, os militares oposicionistas no Brasil rapidamente derrubaram o governo de Goulart, e Castelo Branco informou que o apoio logístico não seria necessário.[1] A operação foi, assim, desativada antes de ter efeito físico no Brasil,[2] mas demonstrou a disposição intervencionista do governo americano.[3] Com a desclassificação de documentos, ela veio à público em 1976–1977.