Olhar masculino
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Na teoria feminista, o olhar masculino (em inglês: male gaze) é o ato de retratar as mulheres no mundo, nas artes visuais e na literatura a partir de uma perspectiva heterossexual masculina, ou seja, que apresenta e representa a figura da mulher como objeto sexual para o prazer do espectador homem.[1][2][3] Nas apresentações visuais e estéticas do cinema narrativo, o olhar masculino tem três perspectivas: (i) do homem por trás da câmera, (ii) dos personagens masculinos nas representações cinematográficas do filme; e (iii) do espectador contemplando a imagem.[4][5]
O olhar masculino foi um conceito desenvolvido na filosofia francesa do século XX, cuja expressão foi utilizada pela primeira vez pelo crítico de arte inglês John Berger em Ways of Seeing, uma série de televisão exibido pela emissora britânica BBC em janeiro de 1972 e, mais tarde, adaptado em livro como parte de sua análise no tratamento das mulheres como objetos no setor publicitário e nuas na pintura europeia.[6] Tornou-se popular entre as feministas, incluindo a crítica britânica Laura Mulvey, que a usou para criticar representações da imprensa tradicional da personagem feminina no cinema, intitulando o termo.[7][8]
As teorias psicanalíticas de Sigmund Freud e Jacques Lacan são fundamentais no desenvolvimento de Mulvey pela teoria do olhar masculino, pois fornecem uma lente através da qual Mulvey foi capaz de interpretar o "desejo primordial de uma aparência agradável" como uma satisfação através da experiência cinematográfica.[9] Como forma de ver as mulheres e o mundo, as teorizações psicanalíticas do olhar masculino envolvem conceitos freudianos e lacanianos, como a escopofilia, ou o prazer de olhar. A escopofilia identifica os prazeres estéticos e sexuais derivados de olhar para alguém ou para algo.[9]
O olhar masculino é, conceitualmente, um contraste do olhar feminino.[10][11]