Mortágua
município e vila de Portugal Da Wikipédia, a enciclopédia livre
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Mortágua é uma vila portuguesa do distrito de Viseu, situada na província da Beira Alta, região do Centro (Região das Beiras) e sub-região Região de Coimbra, com 2 793 habitantes.[1]
Mortágua | |
Vista de Mortágua e da sua várzea | |
Gentílico | Mortaguense |
Área | 251,18 km² |
População | 9 607 hab. (2011) |
Densidade populacional | 38,2 hab./km² |
N.º de freguesias | 7 |
Presidente da câmara municipal |
Ricardo Pardal (PS, 2021-2025) |
Fundação do município (ou foral) |
1192 |
Região (NUTS II) | Centro (Região das Beiras) |
Sub-região (NUTS III) | Região de Coimbra |
Distrito | Viseu |
Província | Beira Alta |
Orago | Nossa Senhora da Assunção |
Feriado municipal | Quinta-feira de Ascensão |
Código postal | 3450 |
Sítio oficial | http://www.cm-mortagua.pt |
Município de Portugal |
É sede do município de Mortágua com 251,18 km² de área[2] e 9 607 habitantes (2011),[3][4] subdividido em 7 freguesias.[5] O município é limitado a norte pelo município de Águeda, a nordeste por Tondela, a leste por Santa Comba Dão, a sul por Penacova e a oeste pela Mealhada e por Anadia. Está integrado na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra.
Esta secção não cita fontes confiáveis. (Setembro de 2020) |
Considera-se que, as primeiras comunidades de humanos, se instalaram no actual território de Portugal, há cerca de 1 500 000 anos, assim como no actual território do concelho de Mortágua. A comprová-lo, está o facto de se terem encontrado, em alguns concelhos vizinhos ao de Mortágua, vestígios arqueológicos datados do Paleolítico, principalmente nos concelhos de Anadia e da Mealhada. Para além disso, mesmo no próprio concelho de Mortágua, crê-se que existam vestígios de arte rupestre, na zona norte do concelho, perto da aldeia de Mortazel, na freguesia do Sobral.
Por volta do ano 218 a.C., os Romanos invadem a Península Ibérica, travando na região do concelho de Mortágua, numerosas lutas com o povo Lusitano, que aqui habitava anteriormente. Após a conquista da Península Ibérica pelos Romanos, e a posterior "romanização", acredita-se que tenha atravessado o território do actual município, uma estrada romana que fazia a ligação entre o litoral e o interior da região ibérica.
Alguns séculos mais tarde, durante a Reconquista Cristã, após a invasão dos árabes à Península Ibérica, pressupõe-se que Mortágua tenha sido reconquistada algures entre 1058 e 1064 que são respectivamente, os anos da reconquista de Viseu e de Coimbra.
Após a fundação do reino de Portugal (em 1143), inicia-se uma reorganização administrativa, da qual nascem os concelhos. Mortágua recebe o seu primeiro foral em 1192, concedido pela rainha Dulce de Aragão, esposa do rei D. Sancho I. O foral que viria a ser confirmado em 1514, por D. Manuel I, estabelecia todo o modelo administrativo do concelho, como os impostos que os moradores deviam pagar, a forma de aplicação da justiça, etc…
O território do então concelho de Mortágua, não tinha todo o actual município, mas apenas a sede do concelho e algumas localidades adjacentes. O restante território, continuou dividido entre terras pertencentes ao rei (os reguengos), aos clérigos (os coutos) e aos nobres (as honras), uma situação que só seria resolvida nas reformas da administração pública no século XIX.
Em 1810, liderada pelo General Massena, a 3ª Invasão Francesa a Portugal atravessa o actual território do concelho de Mortágua, marcando-o muito negativamente, devido aos saques, pilhagens e incêndios provocados pelos soldados franceses, que aqui pernoitaram e preparam a batalha do Buçaco, na qual seriam derrotados, pelas tropas anglo-lusas.
Até ao século XIX, quem trabalhava a terra não era o seu dono, mas os moradores, que eram apenas arrendários vitalícios, e que podiam ser expulsos das suas terras e casas se não cumprissem os contratos estipulados com os donatários das terras. No entanto, os donatários sempre foram pessoas de outros locais, e eram muitas vezes desconhecidos pelos próprios trabalhadores, a quem estes sempre foram obrigados, desde a Idade Média, a entregar as suas rendas pela exploração das terras.
Com as reformas da administração, feitas pelos governos liberais, no século XIX, este regime é extinto, assim como as ordens religiosas, cujos bens se tornam património nacional.
Também nesta altura, com a extinção de vários concelhos, o município de Mortágua passa a ter o seu actual território, com a inclusão da freguesia de Almaça, após a sua desagregação do concelho de Óvoa tendo as freguesias restantes deste concelho, sido repartidas pelos municípios de Santa Comba Dão e Penacova.
Na segunda metade do século XIX, o concelho de Mortágua conhece um grande desenvolvimento, com a instalação de numerosas indústrias no concelho, e a abertura de novas vias de comunicação como a estrada entre Mealhada e Viseu (em 1854), e a Linha da Beira Alta entre Figueira da Foz e a fronteira de Vilar Formoso (em 1882).
No século XX, é inaugurada, na década de 1980, a Barragem da Aguieira, que permite o início do desenvolvimento turístico da albufeira e de parte do concelho. Na mesma década, assim como na década de 1990, a economia industrial do concelho de Mortágua, sofre uma grave crise, com o encerramento e deslocalização de algumas das suas fábricas.
No início da década de 1990, é inaugurado o IP3, uma via rápida que ligava Coimbra a Viseu, atravessando o concelho no seu extremo sudoeste. Em meados desta década, é renovada e electrificada a Linha da Beira Alta, passando o concelho a estar servido por uma linha ferroviária moderna e segura.
Já no século XXI, durante o Inverno de 2003, o concelho de Mortágua é alvo da atenção nacional pelos piores motivos. Neste ano, uma barragem do concelho, a Barragem do Lapão, construída poucos anos antes, para permitir a irrigação da várzea de Mortágua, ameaça rebentar durante o seu primeiro enchimento, e se tal viesse a acontecer, algumas das localidades do município, e até a própria vila de Mortágua, poderiam sofrer graves inundações. Conseguiu-se esvaziar a tempo e com segurança, toda a água da barragem, apesar de ter sido necessário demolir algumas das suas estruturas, para que a albufeira esvaziasse mais depressa. Nunca foram apuradas as responsabilidades deste caso, estando a Barragem do Lapão actualmente desactivada e degradada, e o projecto da irrigação da várzea de Mortágua foi suspenso.
Em 2008, o concelho de Mortágua é visitado pelo primeiro-ministro português, José Sócrates, que aqui vem para lançar a adjudicação da concessão rodoviária Auto-estradas do Centro. Esta concessão, incluía, entre outros troços, a construção da A24, uma auto-estrada entre Coimbra e Viseu para substituir o IP3 (uma das mais perigosas vias rodoviárias de Portugal), e a A35, uma auto-estrada entre Mira e Mangualde, mas que para já, seria apenas construída entre a Mealhada e Mangualde, para ligar duas das mais importantes vias rodoviárias de Portugal, a A1 (entre Lisboa e Porto) e a A25 (entre Aveiro e Vilar Formoso), mas que, em qualquer caso, atravessaria o concelho de Mortágua. Apesar do início das obras estar previsto para 2009, até agora, ainda não foi iniciada a sua construção, devido a problemas no concurso público.
Em 2008, a Câmara Municipal de Mortágua, anunciou a construção de uma nova zona industrial no concelho, que se localizará junto à futura ligação de Mortágua à nova auto-estrada.
Portanto, actualmente, Mortágua é um concelho que procura um desenvolvimento próspero e equilibrado.
★ Os Recenseamentos Gerais da população portuguesa tiveram lugar a partir de 1864, regendo-se pelas orientações do Congresso Internacional de Estatística de Bruxelas de 1853. Encontram-se disponíveis para consulta no site do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Número de habitantes [6] | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1864 | 1878 | 1890 | 1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 |
8 313 | 9 109 | 9 004 | 8 834 | 9 210 | 9 498 | 10 268 | 11 202 | 12 616 | 13 024 | 11 625 | 11 291 | 10 662 | 10 379 | 9 607 | 8 963 |
+9,6% | +5,5% | +2,7% | -1,3% | -0,1% | +3,7% | +8,1% | +2,7% | +2,8% | -15,2% | +7,7% | -3,0% | -2,3% | -1,7% | -6,5% |
(Obs.: Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste concelho à data em que os censos se realizaram.)
Número de habitantes por grupo etário [7] | |||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1900 | 1911 | 1920 | 1930 | 1940 | 1950 | 1960 | 1970 | 1981 | 1991 | 2001 | 2011 | 2021 | |
0-14 Anos | 2 564 | 3 249 | 3 341 | 3 074 | 3 778 | 4 082 | 4 231 | 3 235 | 2 747 | 2 097 | 1 246 | 1 012 | 848 |
15-24 Anos | 1 437 | 1 401 | 1 434 | 1 967 | 1 848 | 2 062 | 2 151 | 2 045 | 1 880 | 1 479 | 1 522 | 902 | 704 |
25-64 Anos | 3 712 | 3 852 | 3 741 | 4 193 | 4 597 | 5 260 | 5 573 | 5 275 | 5 117 | 5 317 | 5 416 | 5 018 | 4 274 |
= ou > 65 Anos | 612 | 682 | 667 | 729 | 854 | 975 | 1 069 | 1 070 | 1 547 | 1 769 | 2 195 | 2 675 | 3 137 |
(Obs: De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no concelho à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente)
Mortágua está geminada com:
Data | % | V | % | V | % | V | % | V | % | V | Participação |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PPD/PSD | PS | CDS-PP | FEPU/APU/CDU | IND | |||||||
1976 | 52,36 | 4 | 25,82 | 1 | 9,14 | - | 8,02 | - | 47,24 / 100,00 | ||
1979 | 65,25 | 4 | 23,20 | 1 | 8,55 | - | 56,15 / 100,00 | ||||
1982 | 55,98 | 3 | 35,49 | 2 | 4,26 | - | 57,98 / 100,00 | ||||
1985 | 56,65 | 3 | 33,43 | 2 | 3,36 | - | 3,54 | - | 56,81 / 100,00 | ||
1989 | 39,61 | 2 | 51,71 | 3 | 4,17 | - | 1,08 | - | 57,53 / 100,00 | ||
1993 | 35,11 | 2 | 57,61 | 3 | 2,20 | - | 1,86 | - | 61,31 / 100,00 | ||
1997 | 33,39 | 2 | 59,05 | 3 | 2,56 | - | 58,01 / 100,00 | ||||
2001 | 40,61 | 2 | 51,97 | 3 | 1,66 | - | 1,24 | - | 61,93 / 100,00 | ||
2005 | 42,17 | 2 | 52,21 | 3 | 1,53 | - | 61,70 / 100,00 | ||||
2009 | 21,81 | 1 | 59,99 | 5 | 14,09 | 1 | 1,43 | - | 55,32 / 100,00 | ||
2013 | 44,37 | 4 | 42,43 | 3 | 8,01 | - | 0,80 | - | 57,27 / 100,00 | ||
2017 | 47,80 | 3 | 45,50 | 2 | 2,18 | - | 0,64 | - | 62,34 / 100,00 | ||
2021 | (a)[12] | 61,90 | 3 | 1,02 | - | 32,43 | 2 | 61,46 / 100,00 |
(a) O PSD apoiou a lista independente "Renovar Mortágua" nas eleições de 2021.
Data | % | |||||||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
PSD | PS | CDS | PCP | UDP | AD | APU/ | FRS | PRD | PSN | BE | PAN | PSD CDS |
L | CH | IL | |
1976 | 46,33 | 27,40 | 13,55 | 3,54 | 0,58 | |||||||||||
1979 | AD | 24,09 | AD | APU | 1,44 | 59,77 | 7,35 | |||||||||
1980 | FRS | 0,61 | 63,69 | 6,16 | 22,68 | |||||||||||
1983 | 43,48 | 33,96 | 10,23 | 0,34 | 5,58 | |||||||||||
1985 | 43,43 | 29,31 | 11,35 | 0,46 | 5,25 | 5,45 | ||||||||||
1987 | 61,61 | 24,68 | 3,40 | CDU | 0,23 | 2,90 | 0,89 | |||||||||
1991 | 63,58 | 27,23 | 2,56 | 1,93 | 0,24 | 0,87 | ||||||||||
1995 | 45,85 | 41,66 | 5,77 | 0,24 | 2,34 | 0,15 | ||||||||||
1999 | 43,78 | 42,47 | 5,52 | 2,58 | 0,21 | 1,30 | ||||||||||
2002 | 52,67 | 33,36 | 6,40 | 1,87 | 1,89 | |||||||||||
2005 | 41,84 | 41,21 | 5,61 | 1,92 | 3,67 | |||||||||||
2009 | 34,90 | 39,19 | 10,62 | 2,20 | 7,53 | |||||||||||
2011 | 48,12 | 27,74 | 10,02 | 2,58 | 3,00 | 0,91 | ||||||||||
2015 | CDS | 29,20 | PSD | 2,52 | 6,20 | 0,50 | 52,94 | 0,29 | ||||||||
2019 | 34,13 | 38,31 | 4,96 | 1,67 | 8,57 | 1,53 | 0,37 | 0,57 | 0,32 | |||||||
2022[13] | 35,26 | 43,12 | 1,51 | 1,37 | 4,08 | 0,61 | 0,70 | 6,35 | 2,41 | |||||||
2024 | AD | 28,61 | AD | 35,32 | 1,22 | 4,73 | 1,16 | 1,50 | 14,33 | 2,97 |
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