Morte encefálica
estado clínico onde há perda completa irreversível das funções encefálicas / De Wikipedia, a enciclopédia encyclopedia
A morte encefálica (ou morte cerebral) é o estado clínico definido pela perda completa e irreversível das funções encefálicas, secundária à parada total da atividade funcional do cérebro (telencéfalo/diencéfalo) e do tronco encefálico.[1] É designada pela presença concomitante de coma não responsivo, ausência de reflexos do tronco e apneia.[2][1] É diagnosticada através de protocolo específico determinado por lei, que é singular em cada país, e significa a morte da pessoa.
Esta página ou seção está redigida sob uma perspectiva principalmente brasileira e pode não representar uma visão mundial do assunto. |
Este artigo carece de reciclagem de acordo com o livro de estilo. |
A neutralidade deste artigo foi questionada. |
Morte encefálica | |
---|---|
Exame de cintilografia cerebral sem perfusão, corroborando o diagnóstico de morte encefálica (ME) | |
Sinónimos | Morte Cerebral, morte, óbito, coma irreversível, ME |
Especialidade | Neurocirurgia, Neurologia, Medicina Intensiva, Medicina Legal, Transplante de Órgãos |
Sintomas | Coma não responsivo, ausência dos reflexos do tronco encefálico e apneia |
Complicações | A ME ocorre, em geral, devido a hipertensão intracraniana, que é secundária, comumente ao AVCH ou TCE grave |
Início habitual | Pré-requisitos: causa conhecida e intratável, PAS>100, SatO2>94%, Temp retal>35°C, sem distúrbio eletrolítico e sem drogas psicoativas ou intoxicação |
Duração | Mínimo de seis horas no hospital, exames clínicos por dois médicos e uma hora de espera entre exames. Aguardar 24 horas quando hipóxia/PCR |
Tipos | Cinco etapas para diagnosticar (pré-teste, exame neuro um, exame complementar, exame neuro dois, teste de apneia) |
Causas | Para adultos no Brasil em 2016: AVE 45%, TCE 35% e violência urbana, TCE por PAF TCE por Projétil de Arma de Fogo, 23% dos TCE |
Fatores de risco | Homens jovens (60%) quando por TCE, motociclistas (trânsito). |
Método de diagnóstico | Dois exames clínicos compatíveis com ME em um intervalo maior de uma hora, um teste de apneia (último exame a ser realizado), feitos por médicos treinados especialistas (neuro, intensivista, emergencista) e um exame complementar (EEG, cintilografia, doppler ou arteriografia) compatível |
Prevenção | Educação no trânsito, diminuição da violência, CTI e Neurocirurgia de ponta |
Medicação | Não existe tratamento |
Prognóstico | Não há caso de alguma melhora após o diagnóstico, significa e é igual a morte |
Frequência | Cerca de 70 casos por 1 milhão de habitantes por ano, seriam 14 mil casos por ano no Brasil, mas somente 9 mil são notificados |
Mortes | No Brasil, 4.650 pessoas receberam o diagnóstico de ME (2016) |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | G93.82 |
CID-9 | 348.82 |
CID-11 | Predefinição:ICD-11 |
DiseasesDB | 7947 |
MedlinePlus | 000850 |
eMedicine | 1100753 |
MeSH | D008545 |
Leia o aviso médico |
Morte encefálica (ME) como conceito, é hoje, sob a ótica social, ética, religiosa e científica, o que determinamos legalmente como morte.[1]
Não há comprovação científica validada de qualquer caso de alguma melhora neurológica após o diagnóstico de morte encefálica (ME) segundo os critérios da ANA (Associação Americana de Neurologia) 2010/1995, bem como os do CFM (Conselho Federal de Medicina) 1997/2017.[1][3][4]
No Brasil é diagnosticada através do protocolo de morte encefálica, utilizando dois exames clínicos, teste de apneia e um exame complementar, determinado por lei (lei federal Nº9434/97, regulamentada pelo decreto n° 9.175/17, e Res CFM Nº2173/17) e significa a morte da pessoa.[1][5][3][6] Em Portugal o exame complementar não é obrigatório, seguindo a visão do Reino Unido e da Commonwealth; utiliza-se dois exames clínicos alinhados ao protocolo específico determinado pela Lei nº 22 de 29 de junho de 2007 e, seguindo diretriz de lei análoga do Parlamento Europeu, significa a morte da pessoa.