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Miologia é a área da anatomia que estuda os músculos e seus anexos. O termo foi cunhado a partir dos termos gregos μυς (músculo).
De uma forma muito geral podemos definir um músculo como um órgão com propriedade contráctil, ou seja, de diminuir a sua longitude mediante um estímulo. Em miologia categorizam-se os músculos em três grandes grupos com sua função fisiológica: músculos involuntários de contracção lenta, músculos involuntários de contracção rápida e músculos voluntários de contracção rápida.
Sendo a Miologia uma disciplina da Anatomia Descritiva, debruça-se sobre os músculos nesta mesma perspectiva, sendo responsável pela sua descrição e tendo ainda criado uma série de parâmetros classificativos como: Situação ou Localização, Número, Direção, Conformação exterior, Tipo de inserção e Mecanismo de inserção.
A miologia estuda também as relações anatómicas dos músculos com outras estruturas anatómicas, a sua irrigação e a sua inervação, sobrepondo-se nestes campos a demais disciplinas da Anatomia Humana: Anatomia Topográfica, Angiologia e Neuroanatomia. É ainda pertinente para a Miologia o estudo das variações anatómicas dos músculos.
O número total de músculos do corpo humano é, talvez surpreendentemente, um dado alvo de muita discussão e contestação. A realidade anatómica dos músculos humanos faz com estes tenham inúmeras variações. De facto, quando dissecados, os músculos apresentam ligações e entrecruzamentos com outros vizinhos que, consoante o anatomista a estuda-los, justificam ou não uma classificação conjunta. Desta forma, a miologia é uma ciência que aceita várias descrições alternativas para uma mesma estrutura. Por exemplo, o músculo longo do colo pode ser considerado como um músculo com três porções como o afirmam Paturet ou Testut ou ser um conjunto de três músculos distintos como o sugeriu Luschka. Anatomistas mais antigos apontam para números mais baixos: como Chaussier (368), Theile (346) ou Sapey (501). Hoje em dia a maioria sugere para números superiores, embora não haja consenso. O Professor Esperança Pina (Faculdade de Ciências Médicas de Lisboa) aponta para 637 músculos voluntários.
A maioria dos anatomistas de língua portuguesa e os demais que seguem a nomenclatura anatômica francófona adotaram uma divisão geral dos músculos do corpo humano que se baseia nas suas características anatômicas e fisiológicas.
Outras classificações alternativas são usadas por diversos anatomistas, mas com termos equivalentes. Por exemplo, Léo Testut usava os termos músculos de la vida animal e músculos de la vida orgánica o vegetativa. Histologicamente, os músculos são classificados como músculo liso ou músculo estriado, havendo certa associação entre músculos de contração involuntária e fibras musculares lisas e músculos de contração voluntária e fibras estriadas. Contudo, a generalização desta premissa revela-se errônea, com a existência de notáveis excepções como o miocárdio. É precisamente devido a esta realidade histológica que existem músculos ditos involuntários, mas de contração rápida.
O termo situação, por vezes substituído por localização, emprega-se, em miologia, para classificar os músculos em dois grandes grupos: músculos superficiais ou cutâneos e músculos profundos ou aponevróticos.
A grande maioria dos músculos é paralela ao eixo do corpo ou ao eixo do membro, sendo por isso chamados de rectilíneos. Conforme se inclinam mais ou menos sobre esse eixo serão descritos como oblíquos e transversos. À laia de exemplo, refiram-se os músculos do membro superior, onde encontramos músculos rectilíneos - como o bicípite braquial -, músculos oblíquos - como o redondo pronador - e músculos transversos - como o quadrado pronador.
Nos casos precedentes - músculos de direção rectilínea, oblíqua e transversa - as fibras musculares descrevem uma linha (mais ou menos) recta entre as suas duas inserções. Contudo, casos há em que um músculo segue primeiro numa direção e sofre uma mudança brusca para se continuar numa outra. Estes músculos são, então, constituídos por duas porções, cada uma com uma direção distinta, que se unem num ângulo mais ou menos acentuado e que se denominam de músculos reflexos. Exemplos de músculos reflexos são o músculo oblíquo superior do olho, os músculos flexores do pé, o músculo omo-hióideo ou o músculo obturador interno.
Os músculos apresentam-se numa miríade de diferentes formas que são classificadas consoante a relação entre as suas dimensões.
Músculos do membro superior:
Deltoide inferior, Deltoide posterior, Deltoide medial, Tríceps, Bíceps braquial, Músculos do antebraço.
Músculos do membro inferior:
Quadríceps, Panturrilha.
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